Garimpo Netflix: Vampiros!

Hoje resolvemos fazer algo um pouco diferente. Um garimpo totalmente temático, com a indicação de três filmes na Netflix que falam sobre vampiros. Curiosamente, nenhuma das indicações de hoje é um filme de terror ou horror, gêneros comumente associados ao mito do chupassangue, muito embora todas elas ainda contem com copiosas quantidades de sangue sendo espirrado para todo canto.

Queria só registrar que, infelizmente, não há nada nesse serviço de streaming sobre o mais célebre, poderoso e carismático vampiro de todos os tempos: Bento Carneiro.

“Minha vingança será malígrina!”

É bem nesta pegada galhofada de Bento Carneiro, o vampiro brasileiro, que começamos com a nossa primeira indicação, não sem antes dizer que eu me deparei com um filme enquanto vasculhava o catálogo da Netflix que me fez, além dos três filmes tradicionais, indicar também um filme bônus. Fiquem atentos ao final!

O que Fazemos nas Sombras (What We Do in the Shadows), de 2014, dirigido por Taika Waititi e Jemaine Clement

Escrito e dirigido em conjunto por Clement e Waititi (que dirige o novo filme do Thor), essa comédia neozelandesa se vale do formato mockumentary (um documentário de mentirinha) para mostrar o cotidiano e idiossincrasias de um grupo de vampiros que dividem uma casa em um subúrbio de Wellington, na Nova Zelândia. Clement, muito conhecido pela excepcional série Flight of the Conchords, interpreta Vladislav, o Cutucador, um vampiro com mais 800 anos de idade, enquanto que Waititi é Viago, um dândi do século 16. Eles ainda dividem a casa com Deacon (Jonny Brugh) um vampiro novo de 150 anos e Petyr (Ben Fransham), um nosferatu de mais de 8.000 anos de idade.

O longa acompanha os preparativos do grupo para participar do “Baile de Máscaras Profano”, uma espécie de domingueira dançante quinquenal que reúne toda a comunidade morta-viva e as bruxas da grande Wellington. Enquanto não chega o dia do baile, os amiguinhos brigam porque Deacon não lava a louça, deliberam a necessidade de se forrar a sala e o sofá com jornal para não manchar de sangue e ficam putos porque acabam tendo sempre que ir à mesma boate, já que nunca são convidados para entrar nas outras.

Brincando com os clichês e estereótipos do tema e tendo sido lançado numa época em que vampiros eram sinônimos de glitter, beicinho e romance por causa da série Crepúsculo, O que Fazemos nas Sombras acerta em cheio no quesito galhofa, tornando-se possivelmente a melhor comédia de humor negro dos últimos anos.

Deixe-me Entrar (Let Me In), de 2010, dirigido por Matt Reeves

Refilmagem do excelente filme sueco Deixa Ela Entrar, Deixe-me Entrar mantém o mesmo nível e segue, na essência, a mesma história de amizade, amor e, principalmente, da solidão. Owen (Kodi Smit-McPhee) é um moleque esquisitão de seus 12 anos de idade em uma cidade fria no interior do Novo México. Ele é vítima de um bully bem persistente e passa seus dias sozinho enquanto seus pais passam por um divórcio aparentemente complicado. Abby (Chloë Grace Moretz, antes de se tornar o fetiche das internetes) se muda para o apartamento ao lado de Owen com seu pai (Richard Jenkins, sempre excelente) e os dois começam uma amizade baseada na total fragilidade do menino e na solidão de Abby.

Cadê o vampiro? Essa resposta fica aparente ainda no primeiro terço do filme e, para os sedentos, sangue não falta. Contudo, não é isso que importa. O que importa mesmo é a relação entre Owen e Abby e o quanto somos mais fortes e melhores quando apoiados uns nos outros.

Deixe-me Entrar, escrito e dirigido por Matt Reeves – o homem responsável pelos dois últimos filmes do Planeta dos Macacos e pelo roteiro e direção do próximo filme do Batman – é um tocante filme no qual por acaso pessoas morrem horrivelmente.

– Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive), de 2013, dirigido por Jim Jarmusch

Jarmusch, realizador de pérolas como o recente PatersonGhost Dog e Estranhos no Paraíso do chamado cinema underground, é um diretor de muito prestígio artístico, apesar de não ser muito conhecido pelo grande público. É esse prestígio que lhe permite continuar fazendo filmes deficitários e com grandes nomes.

Neste Amantes Eternos, ele dirige Adam (Tom Hiddleston) e Eve (Tilda Swinton, sempre magnífica), dois vampiros que são casados há séculos, mas que estão morando longe por um tempo. Adam mora em Detroit e Eve mora em Tânger, no Marrocos. Adam passa suas noites compondo música anonimamente e indo de vez em quando ao hospital para conseguir alguns litros de sangue O- de um funcionário que o trafica sem fazer perguntas interpretado com elã por Jeffrey Wright. Adam está cansado, depressivo e decepcionado com os rumos da raça humana, o que faz com que Eve vá para Detroit tentar animar seu amado.

Infelizmente, a irmã de Eve, Ava (Mia Wasikowska), aparece por lá e põe tudo a perder. 

Amantes Eternos é, como soe acontecer na obra de Jarmusch, uma ode à arte e ao artista e, como tal, torna-se obrigatório, tal como a arte.

– Drácula de Bram Stoker (Bram Stoker’s Dracula), de 1992, dirigido por Francis Ford Coppola

Sim. Drácula de Bram Stoker não pode ser considerado um garimpo. É um grande clássico do cinema, baseado na obra fundamental sobre vampiros de Bram Stoker, dirigido por um dos maiores diretores de todos os tempos e estrelado por gente graúda como Keanu Reeves, Gary Oldman e Anthony Hopkins. No entanto, eu achei este título na Netflix e fui compelido como que pelo próprio conde Vlad Tepes a incluir esta obra neste Garimpo Netflix voltado para a temática vampiro.

Que melhor maneira que não apresentando a obra definitiva sobre o vampirão mais referenciado da cultura ocidental e de quem o nosso presidente faz cosplay?

Sequer darei maiores detalhes sobre este filme, guardando-os para o Assista! que lançaremos oportunamente. Limitar-me-ei a proferir uma única palavra de ordem: Assistam!

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