Os 10 Melhores Momentos da 7ª Temporada de Game of Thrones

Domingo passado a 7ª temporada da mais grandiosa, mais assistida e mais pirateada série de todos os tempos chegou ao seu fim. Foi uma temporada um tanto decepcionante, com os showrunners mudando o escopo da série, tornando-a um épico de ação e fantasia mais palatável e genérico. Claro que, com apenas 13 episódios faltando para o final da série (contando com essa e a próxima temporada), seria necessário dar uma apressada nas coisas, mas o desapontamento do pessoal vem muito mais dessa mudança de direção do que da apressada.

Contudo, nunca antes na história deste planeta tivemos tantos dragões, dragões zumbi, ursos zumbi, zumbis, White Walkers e mais zumbis aparecendo em uma só temporada. Apesar da leve decepção, a série continua boa, com produção e atores excelentes, de modo que não faltaram momentos memoráveis e que ficarão para sempre no imaginário dos espectadores.

MetaFictions apresentando a lista.

Com isso em mente, nós aqui nos juntamos e escolhemos algo em torno de 30 momentos dignos de nota de toda a série. E, de comum acordo, sem votação, conseguimos até com certa facilidade chegar aos 10 momentos que o pessoal aqui do MetaFictions entendeu serem os melhores e mais memoráveis da temporada. Temos desde os mais óbvios aos mais galhofados, os mais ternos aos mais sérios. E uma foda.

Com vocês, a escolha da equipe do MetaFictions dos 10 melhores momentos da 7ª temporada de Game of Thrones, feita sem o menor compromisso com porra nenhuma e sem ranqueamento. Alguns momentos, inclusive, englobarão mais de uma cena.

Vocês lendo a lista.

Quais outros momentos vocês acharam interessantes? Respondam nos comentários!

– Momento “Volta o Cão Arrependido”

Interpretado de forma crua e agressiva por Rory McCann, o gigante escocês de quase dois metros de altura, o Cão é um dos meus personagens preferidos da série. E isto ocorre especialmente por causa de seu arco de desenvolvimento.

Sandor Clegane, o Cão, era cão de guarda do então príncipe Joffrey Baratheon (Jack Gleeson). Foi nessa qualidade que ele matou um amiguinho da Arya (Maisie Williams) logo em um dos primeiros episódios da 1ª Temporada e entrou na já célebre lista da menina Stark. Logo depois disso, ele já começa a se transformar quando a crueldade de Joffrey se torna insuportável até mesmo para ele, o que acaba por fazê-lo se tornar uma espécie de guardião de Sansa (Sophie Turner).

Eventualmente ele e Arya passam a viajar juntos e um dia param em uma fazenda durante a 4ª temporada. O fazendeiro e sua filha acolhem e alimentam os dois, chegando até mesmo a oferecer ao gigante um emprego para que ele ficasse pela fazenda e os protegesse de bandidos. O Cão, vendo que o fazendeiro tinha alguma prata, espanca o velhote, rouba a prata e vai embora sob os protestos de Arya. “Ele é um bom homem, a filha dele faz um bom ensopado e eles não vão sobreviver o inverno. Mortos não precisam de prata.”, rosna ele.

Logo no 1º episódio desta última temporada, Sandor, agora indo pelos estertores de seu arco de redenção, passa novamente pela mesma fazenda. Lá, ele encontra um homem e sua filha mortos, ao que o grupo assume que eles estavam morrendo de fome e o pai resolveu acabar com tudo ele mesmo. Bate um remorso tardio no Cão, que pega uma pá e enterra os dois.

Essa cena é comovente e perfeita para demonstrar o quanto esse fascinante personagem foi desenvolvido ao longo da série. Ele, que havia começado como um brucutu sem qualquer sentimento ou consideração pelos outros, agora é um homem capaz de proteger os mais fracos e sentir arrependimento verdadeiro, fazendo desta cena uma das melhores e mais tocantes da temporada.

– Momento “Shippo Forte”

Ainda na 6ª temporada, Tormund (Kristofer Hivju) já havia se demonstrado impressionado com Brienne (Gwendoline Christie) em uma cena que, segundo os próprios atores e autores, foi totalmente improvisada. Originalmente, Tormund era para ter só ficado impressionado com uma fêmea daquele tamanho, mas o boneco do rapaz claramente deu aquela pulsada quando a viu e o pessoal resolveu incorporar.

Na 7ª temporada, Tormund flerta descaradamente com Brienne conforme pode ser visto na cena acima. Percebe-se que o rapaz é profissional na arte da sedução tamanha é a sua perícia, mas Brienne, cuja bacurinha ainda pulsa por Jaime, bravamente resiste.

Confesso que fui apresentado ao conceito de “shippar” por causa deles. E a shippada dos dois se torna ainda mais forte depois que Tormund tem uma cena memorável com o Cão na qual ele diz: “Tenho uma belezura me esperando em Winterfell. Cabelo amarelo, olho azul, a fêmea mais alta que já vi. Quase tão alta quanto você!”, ele exclama com sentimento real em sua voz. Em seguida, ele ainda fala “Eu quero largar uns moleque nela. Pensa só, uns monstro gigante. Eles conquistariam o mundo!”. É de chorar a sinceridade desse sentimento.

Esqueçam o incesto. Isso sim é amor verdadeiro!

– Momento “Sem Descer do Salto”

Olenna Tyrell (Diana Rigg), desconfiávamos, era quem havia tramado a morte de Joffrey (Jack Gleeson). E, nessa temporada, isso não só foi confirmado como também vimos a cara de tacho de Jaime (Nikolaj Coster-Waldau). 

Em uma cena soberbamente atuada e muito bem escrita, Jaime explica a Olenna o nó tático à la Joel “Papai” Santana que o permitiu tomar Jardim de Cima e abrir mão do Rochedo Casterly. Olenna, apesar de ser daquelas pessoas que estão sempre com ar de que sabem de tudo, está visivelmente afetada por aquilo tudo, mas ainda mantém sua dignidade e dá uma zuada no rapaz.

Jaime, que agora é mocinho apesar de ter tentado matar uma criança de 8 anos e cometido diversas outras atrocidades, quer dar uma morte rápida e indolor a Olenna, talvez por respeito ao estatuto do idoso. Olenna aceita, mas, antes de morrer derrotada, ela se recusa a descer do seu lindo salto de cetim e revela a Jaime, com detalhes, que fora ela quem matara Joffrey.

https://www.youtube.com/watch?v=bM9xP5zYCXk

“Tell Cersei.”

– Momento “Good Boy”

Os Targaryen eram uma das famílias governantes da Valíria, um reino que se estabeleceu como a mais dominante força de toda a história do mundo de Game of Thrones. Sua força vinha do domínio da mágica e, principalmente, porque eles conseguiam domar e treinar dragões como bichos de estimação e armas de guerra. Portanto, os Targaryen têm uma afinidade especial a dragões, algo que talvez esteja em seu DNA ou algo assim e que faz com que eles se curvem perante seus mestres Targaryen. O momento em que Daenerys (Emilia Clarke) pousa seu dragão perto Jon Snow (Kit Harington) e o taxia em direção a ele é importante não só porque apresenta mais um dos muitos indícios de que Jon tem sangue Targaryen, mas também porque é uma cena muito bem filmada, além de ser um exemplo perfeito de como os efeitos especiais podem servir para complementar uma narrativa ao invés de serem a razão de ser dela.

Reparem na atenção que a direção da cena deu a não permitir que Dany visse o que estava exatamente acontecendo perto da cabeça do dragão. Jon tira sua luva e, vacilante, aproxima sua mão imunda de Drogon, que, por sua vez, aquiesce. A câmera então foca nos olhos de Drogon e nele podemos ver a mesma subserviência que ele dedica a Daenerys.

Com esta cena, o papel messiânico de Dany passa a ser compartilhado com Jon, que está ali feliz só de estar vivo perante a fileira de dentes de Drogon.

– Momento “A Vida Como Ela É”

Tirados direto das crônicas da vida comum de Nelson Rodrigues, a família Lannister é uma putaria louca que, pensando bem, nem sei se Nelson Rodrigues seria capaz de conjurar.

Tyrion (Peter Dinklage) é um anão alcoólatra que matou a mãe ao nascer, foi condenado pelo assassinato do sobrinho pela irmã e pelo pai, matou o pai logo depois de matar uma prostituta por quem era apaixonado e, finalmente, hoje serve uma rainha que pretende matar o resto da sua família.

Cersei (Lena Headey) é uma rainha também alcoólatra que ama (ou não) e dá para o irmão gêmeo, teve 3 filhos com ele, mentiu dizendo que eram do marido, quer matar o irmão mais novo, já deu para o primo Lancel, foi esculachada em praça pública, estuprada pelo irmão gêmeo para quem ela já dava consensualmente, é adúltera, conspirou para matar o marido/rei e seu filho mais novo, não surpreendentemente, cometeu suicídio.

Jaime (Nikolaj Coster-Waldau) é apaixonado pela irmã, come-a consistentemente, teve 3 filhos com ela, tentou matar uma criança de 7 ou 8 anos e fracassou miseravelmente, matou o rei anterior covardemente e pelas costas, teve sua mão boa decepada e, bizarramente, nunca teve outra mulher em seus 40 anos de vida que não a irmã.

E essas são só as coisas que eu me lembro.

Não por acaso, a cena com maior carga dramática de toda a temporada foi exatamente aquela protagonizada por Tyrion e Cersei, com uma breve participação prévia de Jaime. Depois da reunião de condomínio real, Tyrion vai atrás de Cersei para tentar demovê-la da ideia de não conceder a trégua pedida enquanto Daenerys vai ao norte lutar contra a horda zumbi.

https://www.youtube.com/watch?v=SLDXMAkoiJM

Headey e Dinklage dominam toda a cena que revolve inteiramente na família Lannister, inclusive até o momento em que Tyrion percebe que Cersei está grávida. Não há palavra proferida sobre a trégua, mas, ainda assim, Cersei volta à reunião e não só cede quanto a trégua quanto também promete mandar suas tropas para ajudar. O que teriam os dois conversado e tramado para que isso acontecesse?

– Momento “Não me Diga…”

No final da temporada, Bran “chato pra caralho” Stark (Isaac Hempstead Wright) encontra Sam (John Bradley) e, FINALMENTE, resolve contar para alguém sua visão de que Jon era, na realidade, seu primo e não seu irmão. Porque ele quis contar para Sam e não para suas irmãs ninguém sabe. Foi tudo conveniente, contudo.

Descobrimos que Bran pretende contar a Jon que ele é filho de Rhaegar Targaryen e Lyanna Stark, tornando-se, assim, um Targaryen bastardo. É bom lembrar também que a guerra que destronou os Targaryen teve seu estopim justamente no suposto rapto de Lyanna, que era prometida ao rei Robert Baratheon, por Rhaegar. Entendeu-se que a coisa havia acontecido sem o consentimento de Lyanna e então foi a guerra deflagrada

O que Bran não sabia (o que é estranho já que ele deveria saber de tudo) é que, conforme informou Sam e sua memória eidética, Jon não é um filho bastardo, pois Rhaegar anulou seu casamento anterior e casou novamente com Lyanna, chegando até mesmo a batizar o filho de Aegon Targaryen.

https://youtu.be/3CsmmeCWNyU

Essa confirmação da teoria que todo mundo já sabia ser verdade foi contada enquanto Jon/Aegon batia à porta de sua tia e consumava a foda draconiana e incestuosa pela qual toda a sociedade judaico-cristã ocidental estava hipocritamente torcendo

– Momento “Palace 2”

A temporada terminou com Renight liderando suas tropas zumbis até a muralha em Atalaialeste e, valendo-se de seu dragão zumbi, derrubando a muralha em segundos, o que nos fez descobrir que aquela sessão ali do final deve ter sido construída pelo Sérgio Naya.

Apesar de ter sido um momento que obviamente aconteceria desde que os roteiristas acharam por bem matar um dragão e reanimá-lo como zumbi, um dragão zumbi com um necromante boladão montado em cima e cuspindo fogo azul até que uma muralha milenar de 50 metros de espessura desabe ainda é a definição de fodástico.

Mesmo que tenha sido a culminação de um estilo de roteiro que vai contra o que foi apresentado nas temporadas anteriores, esta é inegavelmente uma das melhores e mais memoráveis cenas da temporada.

– Momento “Churrascão de Domingo”

Acho que falo por todos quando digo que esse foi o ponto mais espetacular de toda a temporada, muito embora ele tenha tido furos clamorosos. Começando com um diálogo sempre interessante entre Bronn (Jerome Flynn) e Jaime (Nikolaj Coster-Waldau), os vitoriosos Lannister estão voltando para Porto Real após terem saqueado com sucesso Jardim de Cima e pagado a dívida com o Banco de Ferro. 

Daenerys, por sua vez, está putaça com o fracasso de sua campanha militar e resolve mandar atacar o regimento Lannister que ainda está se encaminhando a Porto Real. Os Dothraki aparecem cavalgando como loucos com Dany (Emilia Clarke) liderando o ataque montada em Drogon. Só a visão dos Dothaki já é o suficiente para encagaçar todo mundo, mas o brioco contrai forte mesmo é quando aparece o dragão.

A batalha seria espetacular mesmo que Drogon não estivesse ali carbonizando instantaneamente os soldados. Temos uma legião de Dothraki massacrando os Lannisters em cenas violentíssimas, Bronn sendo arremessado de seu cavalo por um Dothraki que, desrespeitando todas as leis da guerra, decepa a perna do pobre animal de seu oponente e cenas de batalha em geral muitíssimo bem filmadas.

Drogon funciona como um bombardeiro, abrindo buracos nas linhas inimigas e aniquilando tudo em seu caminho. Pela primeira vez vemos o poder total dos dragões de Daenerys e também pela primeira vez vemos que eles não são invencíveis, talvez já nos preparando para a morte de um deles no 6º episódio.

https://youtu.be/AUhFO8xtW5k

Apesar da forçação do roteiro que permitiu que Drogon fosse ferido e da água rasa por onde Jaime cavalga que fica profunda assim que ele cai do cavalo, a batalha do Loot Train ficará nos anais da série como o momento mais “PUTA QUE O PARIU!!!!” desta e de qualquer temporada até agora.

– Momento “Marley & Eu”

Para muitos, o momento mais triste da temporada foi aquele em que o Rei da Noite acerta seu dardo de gelo em Viserion em pleno voo, com o dragão caindo lentamente ao chão enquanto uma chuva de sangue verte da ferida e Drogon clama pelo irmão abatido. É uma cena que te atropela a alma tanto quanto quando Marley morre no filme que dá nome a este momento.

Apesar de ser absolutamente incompreensível o porquê de Renight, com aquele braço, não ter tacado pedras fatais em Jon e seus amiguinhos, não ter arremessado zumbi atrás de zumbi ali na tal ilha e, finalmente, não ter jogado sua lança em Drogon – que estava mais perto, estático e com a vários humanos ao seu redor -, a dor da perda de Viserion foi sentida muito mais por nós do que por Daenerys.

Quando seu olho outrora feroz e implacável se fecha e seu corpo desliza para as profundezas do lago, o mundo chorou.

– Momento “Pegadinha da Mallandra”

Nos corredores de Correrio, era um tal de “ié ié” pra cá e “salci fufu” pra lá. Arya (Maisie Williams), a verdadeira capeta em forma de guri(a), havia, no final da temporada anterior, assassinado Walder Frey (David Bradley) após tê-lo servido um empadão feito com a carne de seus filhos. Fazendo questão de mostrar seu rosto e dizer seu nome, Arya então corta a garganta de Walder, matando-o da mesma forma que sua mãe morrera.

Na primeiríssima cena da 7ª temporada vemos Walder Frey dando um banquete nos salões de Correrio para toda a sua família. Ele – na verdade Arya usando sua face – havia convocado todos os homens da Casa Frey para celebrar suas recentes conquistas, servindo um vinho especial para todos e fazendo um brinde à chacina da família Stark no Casamento Vermelho.

Não passa muito tempo para que todos comecem a vomitar enquanto Arya profere a frase de efeito mais badass de toda a temporada: “Quando o Lobo está vivo, as ovelhas nunca estão à salvo”. De uma só vez, Arya erradica todos os homens da Casa Frey, deixando vivas apenas as mulheres.

O inverno chegou para a Casa Frey.

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