Crítica: Kingsman: O Círculo Dourado (Kingsman: The Golden Circle)
Uma das maioress satisfações que se tem ao selecionar um filme aleatório para se assistir é a possível surpresa agradável que a obra pode fornecer. É claro que nem sempre passamos por essa sensação, mas às vezes acontece.
Em 2014, foi lançado um filme que trouxe muitas surpresas positivas para o público ao trazer novas maneiras de contar uma história de espião. Misturando uma comédia inglesa, personagens extremamente envolventes e uma narrativa de alta qualidade, “Kingsman: Serviço Secreto” foi uma das melhores surpresas daquele ano, muito embora eu só tenha conseguido assistir há pouco, no mesmo ano de lançamento da sequência aqui resenhada. Lembro que, quando terminei de ver o primeiro filme, pensei: “Isso vai dar uma ótima franquia!”.
E hoje, dia 28 de setembro, temos a estreia da sequência, “Kingsman: O Círculo Dourado” não tão bonito, surpreendente ou belo como seu antecessor, mas ainda traz consigo o inconfundível estilo criado no primeiro longa.
Um ano depois dos acontecimentos do primeiro filme, Eggsy (Taron Egerton) continua sua vida como um Kingsman junto com Merlin (Mark Strong). Quando Poppy (Julianne Moore), uma traficante de drogas, começa, ativamente, a espalhar seu produto pelo mundo, ela resolve, para lhe dar vantagem e não prejudicar seu negócio, destruir tudo aquilo que os Kingsmen criaram. Caberá, então, aos sobreviventes buscar ajuda com os Statesmen, sua contraparte americana, composta por Champagne (Jeff Bridges), Whisky (Pedro Pascal) e Tequila (Channing Tatum).
Os ótimos personagens que retornam dispensam comentários, continuam com seu carisma e personalidade construídos de maneira bela desde o primeiro filme. Falando da substituta de Samuel L Jackson, no cargo de vilão, Juliane Moore entrega uma ótima performance da vilã. Ela é, de maneira geral, engraçada e bizarra. Basta tomar como exemplo sua cena de apresentação, na qual ela faz com que um homem mate o outro, e ainda o faz comer um hambúrguer composto da carne da vítima. Ao passo que o vilão do primeiro filme desprezava sangue, Moore o procura e ainda ri de satisfação, um dos pontos altos do filme.
Já os “Statesmen” são personagens muito divertidos, os três agentes e ainda a contraparte de Mark Strong, interpretada por Halle Berry. Enquanto os Kingsmen são “gentlemen”, os americanos possuem um caráter mais grosseiro, mas, ainda assim, suas cenas de ação são tão honestas e críveis quanto, no mesmo estilo definido no filme antecessor.
No quesito das cenas de ação, elas são tão incríveis e bem feitas como a do primeiro filme, porém senti falta de alguma cena como a famosa “Cena da Igreja”, talvez a que mais se aproxime é a responsável por abrir o filme, uma cena de combate dentro de um carro em movimento. Apesar dessas sequências serem muito bem feitas, coreografadas e manipuladas, temos um quesito a ser questionado, o fato delas não terem uma sensação de perigo, já que em todas as cenas nos deparamos com um artefato que irá salvar o dia e isso remove um tanto da sensação de preocupação, que nós, quanto expectadores, sentimos pelos personagens.
Já a parte da comédia está presente e bem balanceada, apesar de serem um tanto forçadas, em especial ao usar Elton John interpretando a si mesmo, o que acaba quebrando um pouco o filme em si e sua narrativa.
“Kingsman: O Círculo Dourado” entrega uma sequência que não está à altura de seu antecessor, mas, ainda assim, possui um gostinho que só Kingsman pode dar. Vá ao filme de mente aberta e não force o longa a ser, obrigatoriamente, tão bom ou melhor que seu antecessor, pois aí sim, você irá sair com desgosto da obra, injustamente.
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