Crítica: Neo Yokio - 1ª Temporada

Imagine uma cidade que é a fusão de New York e Tokio após o aquecimento global inundar as cidades costeiras. Como você pode imaginar, a produção original Netflix, Neo Yokio, se passa nessa cidade “fictícia”. Lá nós conhecemos Kaz Kaan (Jaden Smith), um magistocrata deprimido com o término da sua relação. Sua preocupação principal gira em torno de estar bem posicionado no ranking de solteiros da cidade (sim, existe um ranking de solteiros onde os riquinhos competem pelas primeiras posições) e atender às demandas sociais que lhe são impostas.

Caso você esteja se perguntando o que é um magistocrata, é um descendente de “magos” que vieram do velho mundo e realizavam exorcismos/feitiçarias para proteger a cidade quando ocorreu a 1ª invasão demoníaca. Na sociedade atual de Neo Yokio esses descendentes eram vistos como os novos ricos, com títulos e fortuna adquiridos recentemente.

Como está seu banho de sais, senhor?

Kaz Kaan, sempre aconselhado por seu fiel conselheiro robô Charles (Jude Law) e sua tia Agatha (Susan Sarandon), vive em um mundo elitista com poucas preocupações até ser convocado a exorcizar Helena St. Tessero (Tavi Gevinson), uma blogueira super influente no mundo da moda.

Após o exorcismo, Helena percebe quão vazio é aquele mundo e abandona a superficialidade, confrontando Kaz e o fazendo olhar para sua vida e para as instituições que sustentam a cidade um pouco diferente.

Beijo para inglês ver.

O mundo criado em Neo Yokio e seus personagens não conectam com a audiência, já que se distanciam muito da nossa realidade social. 80% dos 6 episódios giram em torno de discussões elitistas sobre perfume, roupas, tradições familiares, bailes/festas e por aí vai. Onde está a classe média que almejamos alcançar? Onde está o comercial do labrador correndo no jardim da casa de subúrbio e a família de 4 pessoas brancas felizes? Aqui vemos apenas personagens estupidamente ricos e com rotinas que nada nos prende.

Esse vinho Cabernet Sauvignon possui tons amadeirados, seu plebeu!

Apesar da história, que poderia ser promissora, ser algo muito enfadonho, um grande problema do anime reside na sua parte técnica. A animação e dublagem deixam MUITO a desejar, tanto em inglês quanto em português. Mesmo com grandes nomes como Jude Law e Susan Sarandon, a dublagem parece não ser compatível com as situações. A performance de todos os bons atores são completamente eclipsadas pela total falta de carisma de Jaden Smith. Acho que nunca vi uma boa atuação dele na vida, mesmo quando seu pai carrega o filme nas costas. Por favor, Netflix, pare de escalar esse moleque nas suas produções.

A gigante do streaming decepciona em Neo Yokio e não foi por falta de know how, vide Knights of Sidonia (indicado no Garimpo Netflix), e começa a causar preocupação para as próximas produções originais já anunciadas.

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