Garimpo Netflix: Swiss Army Man, Até o Fim e Brickleberry

Excepcionalmente essa semana, devido à esperadíssima estreia de “Blade Runner 2049” na quinta-feira, o nosso tradicional Garimpo Netflix sai nessa segunda-feira para dar espaço às nossas muitas publicações sobre ficção científica a serem iniciadas amanhã. Esta semana separamos aqui para vocês um filme muito doido de um bromance improvável, um longa com apenas um ator tentando não morrer no mar e, finalmente, uma série animada americana infantilmente adulta.

Vejam e depois comentem sobre o que acharam!

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– Um Cadáver Para Sobreviver (Swiss Army Man), de 2016, dirigido por Daniel Scheinert e Daniel Kwan

Hank (Paul Dano) está perdido há algum tempo no que parece ser uma ilha deserta quando, no segundo em que estava prestes a se matar enforcado, ele avista um corpo trazido pelas ondas à praia. Trata-se de Manny (Daniel Radcliffe). Manny, então, dá a Hank um novo fôlego para continuar vivendo e os dois se tornam melhores amigos. Só há um detalhe: Manny está morto. E não só está morto, como o seu corpo é uma espécie de canivete suíço (daí o trocadilho com Swiss Army Knife do título original), já que ele tem mil e uma utilidades. Apenas para ilustrar, basta dizer que Manny é usado como um jet ski ainda nos momentos iniciais do filme, usando seus peidos ininterruptos e poderosos como um possante motor de popa.

Nesta comédia dramática com todos os elementos dos filmes independentes americanos (protagonistas sofrendo de algum transtorno psicológico, trilha sonora ajeitadinha, diálogos engraçadinhos e afins), somos mais uma vez lembrados do que é o amor, a amizade e do desespero da solidão por meio da direção competente de Scheinert e Kwan e da bizarra química havida entre os protagonistas, estejam eles vivos ou mortos.

– Até o Fim (All is Lost), de 2013, dirigido por J.C. Chandor

Robert Redford tinha 77 anos quando este filme foi lançado. Trata-se de uma conquista fenomenal para qualquer ator conseguir entregar a performance que Redford entrega neste filme e, tendo este ator 77 anos, tal conquista se torna ainda mais especial. 

Dirigido por J.C. Chandor logo depois do maravilhoso e subestimado (ainda que tenha sido indicado ao Oscar) “Margin Call – O Dia Antes do Fim“, Até o Fim é um exercício de virtuosismo técnico e artístico do diretor e de seu ator. Redford está formidável na pele de um homem sozinho velejando pelo Oceano Índico quando seu veleiro bate em um contêiner de carga cheio de tênis. Este acidente provoca um rombo no casco do barco e Redford tem que gradativamente lidar com aquela situação limite, enquanto que – sem qualquer diálogo, já que Redford é o único ser humano em cena – o personagem vai sendo construído.

Trata-se de um excelente filme e um que demonstra a força de uma história bem contada e do Cinema bem feito.

– Brickleberry, 3 temporadas de 2012-2015, criado por Roger Black e Waco O’Guin

Na tradição das animações adultas e politicamente incorretas iniciada pelos “Simpsons”, seguida por “Family Guy” e tendo sua perfeição em “South Park”, vem também Brickleberry, uma série criada por dois roteiristas completamente malucos e alucinados.

Atacando absolutamente todas as instituições americanas, fazendo piada com todas as minorias, esculachando impiedosamente as maiorias e, muitas vezes, levando às coisas à extremos de baixaria que só são possíveis porque esta se trata de uma série animada, Brickleberry conta a história da Reserva Florestal Brickleberry e seus guardas florestais. Sendo eles um completo imbecil, uma sapata caricata, um negão chamado Denzel, uma loira piranha, um chefe ganancioso e um filho de urso falante chamado Malloy que de fofo não tem nada.

Com piadas escrachadíssimas e que, aparentemente, levaram a coisa para extremos intoleráveis nos EUA, a série foi cancelada após 3 temporadas. Todas elas, em um total de 36 episódios de 22 minutos em média, estão disponíveis na Netflix. Série perfeita para ver antes de dormir ou para chocar seus pais, sua namorada ou qualquer outra pessoa que se chocaria com animais em orgia.