Top 10 - Filmes de Terror

Terror
substantivo masculino
1. Qualidade ou particularidade do que é terrível.
2. Condição da pessoa que sente pavor.
3. Algo ou alguém que consegue aterrorizar.
(https://www.dicio.com.br/terror/)

E você, gata? Vai fazer o que nesse Halloween?

Atribuindo-se o conceito do verbete “terror” ao gênero cinematográfico, teríamos que um filme de terror é aquele capaz de causar medo/pavor no espectador. Uma obra capaz de aterrorizar sua audiência. Apesar de sempre criarmos pré-requisitos dos mais detalhados para a confecção de nossas Listas, para a votação desta de filmes de terror apenas consideramos que o título deveria ser deste gênero, a priori, tão claro.

No duro, no duro, eu considero este um dos gêneros mais fáceis de se identificar, visto que sua estrutura e elementos são tão necessários que, normalmente, nem mais vejo certos usos como clichê. No entanto, durante a votação destes 10+, não foi assim tão simples que a coisa se sucedeu. Diversos títulos foram relacionados, mas cuja estrutura não pode ser vista como aquela de um filme de terror. O melhor destes exemplos foi “O Silêncio dos Inocentes“, defendido por alguns, mas não por outros, exatamente por não carregar a estrutura de uma produção de terror, muito embora tenha, indubitavelmente, certas características. Uma obra de terror não é aquela que assusta ou amedronta durante algumas de suas passagens, mas é aquela que é feita exclusivamente para isso. É aí que a obra-prima de Jonathan Demme fica de fora, apesar de ser unanimemente aclamada como um dos melhores filmes já feitos por todos aqui do MetaFictions.

Uma máscara, um roupão e uma facão: tudo o que precisamos.

Este é, ainda, um gênero específico que se apresenta enquanto determinado nicho. Por diversas vezes, já falamos o quanto curta-metragens são visualizados na rede pelo simples fato de apresentarem uma história assustadora; ou que, quase semanalmente, um estúdio lança nova obra do tipo. De uma forma ou de outra, ninguém escapa do bom e velho terror (especialmente, quando ele é ruim pra cacete). De várias formas, ao longo de um sem-número de décadas, eles continuam capazes de nos apavorar: ora travestidos de fantasmas que assombram ou que possuem; ora escondidos por detrás de uma máscara assustadora ou na pele de uma criatura monstruosa, de brinquedo ou de carne mesmo. Seja como for, sabemos que, muito provavelmente, ficaremos durante 90 minutos no pico de nossas tensões, colocando à prova a capacidade de cada um em aguentar seus medos mais sutis (principalmente, quando, após o filme, desligamos a luz e deitamos na cama, em companhia de nossa imaginação já orientada pelas cenas que contemplamos).

Talvez seja muito difícil apontar o primeiro filme de terror da História do Cinema; usualmente, “O Solar do Diabo” de 1896, dirigido pelo inacreditável Georges Méliès (a ele tudo devemos!) aparece neste posto. Mas não seria errado considerar a obra antiga mais evocativa nesse sentido o estonteante Nosferatu do genial F.W. Murnau, produzido em 1922. De lá para cá – é evidente – muito se mudou. Algumas inovações, que hoje já se transformaram em características igualmente, como os horrores protagonizados por adolescentes, cuja narrativa nos coloca na posição de detetives prontos a tentar adivinhar o algoz daquelas dezenas de corpos, tendo em Wes Craven o exemplo clássico com o lançamento de Pânico, em 1996. Apesar de não parecer, há muita riqueza nesse gênero, que – sejamos sinceros – é visto pela maioria como de segunda importância. Não esqueça que um dos maiores diretores de Cinema da História teve nesse estilo alguns dos seus títulos mais expressivos (muito embora, fosse considerado o mestre do suspense), the one and only Alfred Hitchcock.

A sombra mais conhecida da História do Cinema.

Nessa semana de Halloween, inspirados por um dos mais icônicos mascarados da imagem em movimento, confeccionamos a Lista dos 10 Melhores Filmes de Terror; trabalho este tão laborioso e delicado (para nossa surpresa), que nem todos participaram: uns porque não são assíduos espectadores dessas obras (ou por terem demasiado medo ou pela falta de interesse), outro(s) porque enfrenta(m) um hiato longo na participação de nossas publicações. Os que se dispuseram, porém, foram quase conceituais, dando a entender que, a qualquer momento, levantariam aquele facão no melhor estilo Tramontina para desferir golpes avassaladores contra os amiguinhos que defendiam seus pontos de vista. Com todos vivos e ninguém dando uma de Freddy versus Jason, esta seleção teve a particularidade de contar com 36 títulos citados, em 60 possíveis. Apenas 13, destes, tiveram mais de um voto. O primeiro colocado recebeu 5 de 6 votos possíveis, (ai de quem teve ousadia de não elegê-lo). Filmes gore/splatter, com alien, terror asiático, apesar de terem recebido votos, não estiveram entre os principais.

amiguinho #1 texting to amiguinho #2: fazendo a Lista de Terror.

10º – Psicose (Psycho), de 1960, dirigido por Alfred Hitchcock

Ah… os personagens, a cena, a música e o legado. E todas as “homenagens” que vieram depois, especialmente a da Darla (quem viu “Procurando Nemo” sabe). Constantemente considerado o melhor trabalho de Hitchcock, Psicose conta a história de Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária fugitiva que se hospeda num motel macabro comandado pelo jovem Norman Bates (Anthony Perkins), viciado na própria mãe. O filme fez tanto sucesso que fizeram três sequências, um remake bem meh (para não dizer outra palavra) e a aclamada série “Bates Motel”. Quem é fã do gênero e dos trabalhos do “Titio Hitch” não pode perder esse clássico!
Por Valentina Schmidt

9º – O Babadook (The Babadook), de 2014, dirigido por Jennifer Kent

https://youtu.be/VQw6y5vgUPU

Livros infantis, desenhos grotescos, uma criança medonha, uma casa fria e escura, além de uma criatura que surge das trevas. São os elementos da maioria dos terrores clássicos que já não inspiram mais ninguém. Porém, o que é feito em O Babadook – já eleito aqui em nosso Top 10 – Filmes de Monstros e indicado em um Garimpo Netflix – por Jennifer Kent é algo que supera qualquer expectativa. Um terror clássico que vai se revelando uma análise psicológica profunda, subvertendo a tradicional noção da relação de uma mãe com seu filho pequeno na figura de um monstro das sombras chamado Ba-Ba-Dook, é o que coloca este filme no hall de uma das melhores obras do gênero já produzidas até hoje. Sem chances de se livrar da assombração, todos temos que aprender a conviver com ela. “If it’s in a word, or it’s in a look / You can’t get rid of the Babadook“.
Por Rene Michel Vettori

8º – Invocação do Mal (The Conjuring), de 2013, dirigido por James Wan

Após mudar o conceito de filme de terror com seu fantástico e já clássico “Jogos Mortais“, o diretor malaio-australiano James Wan resolveu que não faria mais filmes do gênero, apesar de ter continuado a produzir todas as sofríveis continuações da franquia. Pouco tempo depois, ele começou a experimentar com um novo tipo de terror ao lançar, em 2010, o excelente “Sobrenatural“, filme no qual ele preparou terreno para realizar este Invocação do Mal, simplesmente o filme mais encagaçante das últimas décadas (e talvez de sempre).  Assisti a este filme no cinema com meu amigo e sócio Rene Vettori, que, mesmo sendo homem feito, não conseguiu dormir naquela noite e teve dificuldades nas noites seguintes. Trata-se de um espetáculo técnico, de um virtuosismo e domínio de seu ofício tal que é até difícil de se colocar em palavras. Felizmente o trailer oficial acima, ao invés de ser um apanhado de cenas cortadas, dá ao espectador uma mostra do poder desta película. Wan, indo na contramão das fórmulas do gênero, se vale de um elenco excelente para contar a história de uma casa mal-assombrada baseada em um dos casos do casal Ed e Lorraine Warren (Patrick WilsonVera Farmiga). Este filme deu origem ao spin-off Annabelle e a uma continuação que, se não é tão boa, eu recomendo que você também assista de fralda.
Por Gustavo David

7º – Poltergeist: O Fenômeno (Poltergeist), de 1982, dirigido por Tobe Hooper e Steven Spielberg

Esqueça o remake de 2015. Poltergeist: O Fenômeno, de 1982, é a quintessência do terror. Esse longa fundamentou meu medo de palhaços, de vento forte balançando árvores e da estática da televisão de tubo. Pensando bem, talvez tenha impactado tanto o pequeno Fields que até hoje ele sente desconforto perto de pessoas loiras de cabelos longos e lisos. Quando ele vê uma criança com essas características, em vez de achar que parece um anjinho, como todos fazem, ele pensa “parece a Carol Anne”, filha do casal e que consegue se comunicar com entidades em outro plano de existência. A obra é muito oitentista, com longuíssimas cenas de diálogos sem corte e efeitos práticos muito bem executados. Poltergeist consegue juntar em um filme espíritos, demônios, médiuns, objetos possuídos, cemitério indígena, portal para outra dimensão e atuações macabras (no melhor sentido!), traumatizando uma geração e a pessoa que vos escreve. Mereceu duas boas sequências e um remake macabro em 2015 (agora no pior sentido).
Por Ryan Fields

6º – Três… Extremos (Saam gaang yi), de 2004, dirigido por Fruit Chan ( segmento “Dumplings”), Chan-wook Park (segmento “Cut”) e Takashi Miike (segmento “Box”)

Não haveria a menor possibilidade de juntar três mestres asiáticos para falarem de situações extremas a partir do gênero terror/suspense e não ter como resultado algo, no mínimo, primoroso. Como costumo dizer, há algo inerente nos orientais quando o assunto é uma temática visceral. Parece-me que eles não se escondem atrás de máscaras ou de fantasias por temerem revelar o que de mais grotesco há na essência humana. Muito pelo contrário, vêem nas suas expressões artísticas a possibilidade de ir além, de desafiar o que ninguém quer ver, de nos levar ao nosso extremo. Três… Extremos, analisado em nosso Assista! de ontemune Fruit ChanChan-wook Park e Takashi Miike representando China, Coréia do Sul e Japão, naquilo que pode ser facilmente considerada uma das maiores obras de terror da História do Cinema. Esteticamente impecáveis, grotescamente pensados e perfeitamente realizados, os três contos desnudam a natureza humana ao nos abandonar nos extremos de nossos limites.
Por Rene Michel Vettori

5º – Os Outros (The Others), de 2001, dirigido por Alejandro Amenábar

Se tem algo que me deixa extremamente desgostoso com um filme, seja de terror ou não, é o diretor deliberadamente me enganar. Muitos longas utilizam desse artifício para revelar algo que é impossível de se perceber durante o filme. Esse é o famoso “plot twist” que, apesar de sempre ter existido, ficou popularizado com o trabalho de M. Night Shyamalan. Ele dá uma nova percepção aos seus longas, geralmente perto do final, que te faz mudar radicalmente como entendemos seus filmes, criando enorme satisfação e admiração pelas películas. Em Os Outros, Alejandro Amenábar consegue levar o plot twist a um nível inacreditável de arte e cria 2 filmes dentro de 1. Em momento algum nos é escondido nada e somos levados a acreditar, por nossa própria ignorância e desatenção, que uma casa é assombrada por espíritos (e, de fato, é). Com a chegada de 3 pessoas que passam a trabalhar nessa casa, Nicole Kidman, em uma atuação belíssima, entra em um estado de paranoia ao ter que cuidar de seus dois filhos enquanto contatos com seres de outro plano de existência começam a ocorrer. Não somente vale você assistir, como é necessário rever, no mínimo, uma vez.
Por Ryan Fields

4º – O Sexto Sentido (Sixth Sense), de 1999, dirigido por M. Night Shyamalan

https://youtu.be/tYhThPMB7zU

Shyamalanzinho não desaponta. O Sexto Sentido é sua obra mais famosa e fez seu nome, abrindo caminho para consolidar seu estilo misterioso, soturno e com inteligentes plot-twists. No filme temos a história de um menino que alega ver gente morta (“eu vejo gente morta”, o meme mais antigo antes mesmo do conceito atual de memes existir). Interpretado pelo então fofíssimo Haley Joel Osment, o garoto começa a fazer terapia com Bruce Willis e daí pra lá é assistir o filme mesmo. Afinal, é muito mais saborosa a imersão nessa aparente simples história, que culmina vitoriosamente em seu ato final, como de costume do diretor. Um filme que, apesar de ter 18 anos, permanece consistente e atemporal como a verdadeira arte deve ser.
Por Larissa Moreno

3º – O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby), de 1968, dirigido por Roman Polanski

https://youtu.be/u7bJv9IJ3n8

Sabe aquele vizinho com filhos insuportáveis que você acredita estarem possuídos pelo Satanás? Eles devem ter algum parentesco com O Bebê de Rosemary. Baseado no livro homônimo de Ira Levin, Polanski trouxe aos cinemas a história de um jovem casal que, após se mudar, vê coisas um tanto atípicas acontecendo. Entre elas, Rosemary (Mia Farrow, na performance que fez a sua carreira) fica grávida “inexplicavelmente” e sua vida entra num estado de caos e loucura. O filme conta com shows de atuação vindos de Farrow, John Cassavetes e Ruth Gordon, que ganhou um Oscar merecido pelo papel da vizinha macabra, além da melhor representação de um sonho da história do cinema. Doze anos depois, John Lennon foi morto no mesmo prédio onde o filme foi filmado. Será que o assassino tem alguma ligação com o bebê nascido em 06/66?
Por Valentina Schmidt

2º – O Exorcista (The Exorcist), de 1973, dirigido por William Friedkin

Lançado em 1973, O Exorcista fez com que todos os adolescentes dos, pelo menos, vinte anos vindouros morressem de medo de serem possuídos pelo demônio. William Friedkin mexia com o mais primal dos nossos medos: o Mal personificado, capaz de se esgueirar para dentro do indivíduo, possui-lo, tomá-lo. Reagan (Linda Blair), a indefesa criança frente ao atemporal demônio, era a representação de cada ser humano, corpos frágeis lutando, com um punhado de bons sentimentos e o quinhão diário de esperança, contra aquele que, ao meio-dia, derruba mil à sua direita e mais mil à sua esquerda. De quebra, essa obra prima recebeu dez indicações ao Oscar, levou duas das estatuetas (incluindo a de roteiro) e, ainda, é dona do título de primeiro representante do gênero a ser indicado na categoria de Melhor Filme. Vade retro, Satanás, mas que filmaço, hein!
Por Marco Medeiros

1º – O Iluminado (The Shining), de 1980, dirigido por Stanley Kubrick

Well, we all shine on“, diz John Lennon em sua canção Instant Karma. De acordo com Stephen King foi esse refrão que originou o título em inglês de O Iluminado, também indicado em nossa lista de melhores adaptações da obra de Stephen King. Interessante, não? Ainda mais brilhante – trocadilho proposital – do que o imaginado. Uma fusão de King, Kubrick e… Lennon! Tietices à parte, esta se trata de uma das melhores obras cinematográficas de todos os tempos. A história, se é que alguém não conhece, é a de uma família que vai pra um hotel esvaziado no inverno de Colorado e passa, digamos, por problemas de adaptação. Em especial Jack e sua infrutífera experiência enquanto escritor. Seja no quesito técnico, onde deixa qualquer um de queixo caído pelo perfeccionismo de Stanley Kubrick na direção, seja pelas atuações impecáveis de Jack Nicholson e Shelley Duvall, seja pela melhor adaptação de uma história de Stephen King para o cinema, O Iluminado é indiscutivelmente grandioso.
Por Larissa Moreno

– Listas dos Votantes

Ryan Fields

1 – Poltergeist: O Fenômeno
2 – Pânico
3 – A Hora do Espanto
4 – Hellraiser – Renascido do Inferno
5 – Os Outros
6 – Deixe-me Entrar
7 – Alien – O Oitavo Passageiro
8 – O Grito (americano)
9 – Contatos de 4º Grau
10 – A Mosca (1986)

Gustavo David

1 – O Iluminado
2 – Abismo do Medo
3 – Invocação do Mal
4 – O Exorcista
5 – Três… Extremos
6 – Os Outros
7 – Uma Noite Alucinante 2
8 – A Bruxa de Blair
9 – Extermínio
10 – A Hora do Pesadelo

Rene Michel Vettori

1 – O Iluminado
2 – Três… Extremos
3 – O Babadook
4 – O Exorcista
5 – Invocação do Mal
6 – Os Outros
7 – O Bebê de Rosemary
8 – Psicose
9 – Poltergeist: O Fenômeno
10 – Os Estranhos

Larissa Moreno

1 – O Iluminado
2 – O Sexto Sentido
3 – O Bebê de Rosemary
4 – O Exorcismo de Emily Rose
5- A Serbian Film – Terror sem Limites
6 – Deixe-me Entrar
7 – The Babadook
8 – A Bruxa
9 – It: A Coisa
10 – Corrente do Mal

– Valentina Schmidt

1 – O Exorcista
2 – O Bebê de Rosemary
3 – O Sexto Sentido
4 – Psicose
5 – A Profecia
6 – O Iluminado
7 – Carrie, a Estranha
8 – Os Outros
9 – Poltergeist: O Fenômeno
10 – Sexta-Feira 13

Marco Medeiros

1 – O Exorcista
2 – Deixa Ela Entrar
3 – O Iluminado
4 – O Bebê de Rosemary
5 – O Sexto Sentido
6 – Drácula de Bram Stoker
7 – Jogos Mortais
8 – Sexta-Feira 13
9 – A Hora do Pesadelo
10 – A Profecia

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