Crítica: Liga da Justiça (Justice League)
Caros leitores do MetaFictions, sejamos pragmáticos nessa crítica. Focarei aqui em dar minha opinião essencialmente partindo do DCEU (Universo Estendido da DC) e não do material fonte, caso contrário ficaria aqui falando por páginas e páginas. No entanto, pontuarei algumas pequenas cenas que apenas quem é um aficionado nesse mundo, como eu, percebeu.
Lá estava eu na pré-estreia já no “nosso” tradicional encontro para lançamentos de filmes da DC. Dentre esse grupo seleto que realiza esse ritual, estavam também 2 DCnautas de carteirinha e escritores do MetaFictions, Thotti e Eskenazi, que, além de verem o filme, estavam lá para assegurar que eu não daria uma nota ruim para o longa, uma vez que eles não poderiam escrever essa crítica sem parecer que você estava lendo um livro sagrado de alguma religião.
Vou deixar logo claro que a Liga da Justiça funciona bem para quem é fã e para quem não é, mas funciona em níveis diferentes. A Warner tinha a tarefa de apresentar 3 personagens – Flash (Ezra Miller), Cyborg (Ray Fisher) e Aquaman (Jason Momoa) -, contextualizar um vilão, retomar de onde paramos com o Batman (Ben Affleck) e Mulher Maravilha (Gal Gadot) e ressuscitar o Superman (Henry Cavill). Ah, vai… isso não é spoiler.
Por conta disso tudo, especialmente para quem é fã, muitos momentos, mesmo não aparecendo em tela, não precisaram de contexto. No entanto, nossos 3 estreantes no DCEU ficaram sem uma história de origem, com apenas algumas falas dando a entender o que aconteceu com seus corpos/vidas para terem tais poderes.
Ao mesmo tempo, Batman e Mulher Maravilha tiveram muitos aspectos já consagrados de seus universos relembrados no início do filme, mostrando uma falta de sentido de prioridade, fazendo com que o início do longa ficasse com cara de “nos filmes anteriores…”. Entendo que, para quem iniciou sua jornada por esse filme, isso era necessário, mas não ficou menos sofrível para quem acompanha esses heróis desde o início.
Um outro problema do longa é o vilão. Não apenas Lobo da Estepe (Ciarán Hinds), mas o verdadeiro vilão, Darkseid. Esse tem uma “participação” discretíssima, não passando aquele senso de urgência e ameaça que o filme exigia. Isso ficou ao cargo do Lobo da Estepe, que, infelizmente, era um vilão genérico, coisa que DC não tem muito o hábito de fazer.
Essa falta de urgência tentou ser impressa no que moveu o longa, com o Lobo da Estepe tentando recuperar as três caixas maternas (objetos de enorme poder) para destruir o planeta com objetivos escusos. Aliás, a explicação das caixas, que é um tanto jogada, traz um flashback incrível mostrando como homens, amazonas (que agora usam menos roupas… já deu isso, né?), atlantianos e uma certa tropa de protetores intergaláticos (que easter egg lindo) se uniram para repelir o 1º ataque do Lobo da Estepe e como cada um desses povos ficou responsável por proteger uma das caixas.
Cabia aos nossos heróis evitar que o Lobo da Estepe as reunisse e, assim, salvassem o mundo. Para tanto, novos recrutas e velhos “amigos” eram necessários e aí que o filme brilha. TODAS as cenas que não envolviam conflito com Lobo da Estepe e seu exército eram sensacionais. Especialmente Barry Allen, o Flash, que dita as excelentes cenas cômicas do longa (incluindo até piadas rasteiras com o longa “Cemitério Maldito”) e Superman, que, ao ressuscitar, protagoniza a melhor cena do todo filme.
Em termos de personagem a decepção fica com o Batman, que não está amargurado, tenebroso e violento como no “Batman vs Superman“. Inclusive sua relação com Superman ganha outro tom, tirando o pouco de magia que existia no longa supracitado. Vale mencionar aqui a participação de 2 atores, que, embora breve, transmitiram uma certa nostalgia: Billy Crudup, fazendo Henry Allen, o pai do Flash, e Joe Morton, que interpreta o Dr. Silas Stone, pai do Cyborg. Eles já viveram no cinema, respectivamente, o Dr. Manhatan de “Watchmen” (propriedade da DC) e Miles Dyson (pai da Skynet – peguei a referência DC) em o “Exterminador do Futuro 2“.
Apesar de não ter sido épico, como bem argumenta mestre Eskenazi (que me fez rir compulsivamente em uma das cenas ao falar como uma metralhadora “Martha, Martha, Martha…”), o longa apresenta momentos maravilhosos. A grande falha do filme, se é que posso falar isso, é seu tempo reduzido de 2h. Caso Zack Snyder tivesse feito o que ele fez em “Watchmen” e contextualizado bem todos os personagens em 40min a mais de duração, é provável que tanto o vilão genérico quanto os 3 estreantes fossem melhores desenvolvidos e criassem, assim, maior empatia com o público.
Saímos felizes às 2h20 da manhã do cinema, tanto nosso grupo de viciados em HQs em nosso ritual DCnítico, quanto uma nova geração de alunos stalkers que nada sabiam sobre o DCEU. Sendo assim, por agradar fãs e público casual, a Liga da Justiça cumpriu seu papel.
Não esqueça de conferir as 2 cenas pós-créditos que ficaram muito boas, uma com ar cômico e a outra ditando o rumo do DCEU e o nosso TOP 10 melhores filmes de Heróis!
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