Crítica: Star Wars: Os Últimos Jedi (Star Wars: Episode VIII - The Last Jedi), por Ryan Fields
Em meados de 2014, Eskenazi (vulgo mestre Eskina), me fez a pergunta que todo professor teme em sala de aula: “Mestre, o que você acha melhor? Senhor dos Anéis ou Star Wars?”
Automaticamente comecei a responder com o óbvio para quem ama cinema: “O Senhor d…” mas parei no meio do caminho. Lógico que se tratando da 7ª arte, é indiscutível a superioridade dos nossos amigos hobbits, mas lá fundo eu sabia que – há muito tempo atrás em uma galáxia muito, muito distante – alguma força maior me impediu de completar essa resposta… Midi-chlorians, talvez?
Até que, em 2015, o trailer abaixo foi ao ar e eu finalmente fui capaz de responder: Eskina… we`re home.
Star Wars habita, há gerações, o imaginário popular como nenhuma outra franquia, basta ver o emocionante relato de um veteraníssimo fã de Star Wars em nosso Especial Guerra nas Estrelas. Há um fator que não consigo expressar em palavras que cria em seus fãs uma devoção ao universo que vai além do nosso senso crítico.
Nós estamos cientes que os filmes não são obras-primas do cinema, mas, ainda assim, agiremos como se fossem (menos o Episódio I). Contudo, ao ser escalado para escrever essa resenha, eu me vi obrigado a considerar as limitações que todo filme da franquia tem: o roteiro.
Star Wars: Os Últimos Jedi retoma onde paramos no longa anterior, com Rey (Daisy Ridley) entregando o sabre de luz a Luke Skywalker (Mark Hamill), que agora é um eremita que vive em uma ilha sagrada para a Ordem Jedi.
O longa se apoia em um tripé. Temos esse núcleo da Rey, que inclui aí nosso amigo Chewbacca (Joonas Suotamo) – que infelizmente foi contaminado pela nova onda da Disney que é fazer piada de absolutamente tudo que envolve animais fofinhos e robôs – girando em torno do que aconteceu entre Luke e seu sobrinho, Kylo Ren (Adam Driver), e ela buscando convencer Skywalker a voltar à resistência e treiná-la (não necessariamente nessa ordem).
Temos o núcleo da Resistência, focado especialmente na Leia (Carrie Fisher) e seus mais ilustres heróis, Poe (Oscar Isaac) e Finn (John Boyega), tentando escapar com o que sobrou da Resistência de uma poderosa frota da 1ª Ordem.
E, como não podia deixar de ser, temos o núcleo do Kylo Ren, com o poderoso Snoke (Andy Serkis) e General Hux (Domhnall Gleeson), que buscavam converter a Rey, matar o Luke e destruir a Resistência.
Para um filme com 2h32min e 3 núcleos, imaginei que o ritmo seria acelerado, uma vez que muitos questionamentos precisavam ser respondidos e resoluções para antigos e novos problemas precisavam ser mostradas. No entanto, o longa alterna entre esses personagens centrais por 30 minutos com pouco ou nenhum desenvolvimento durante o 1º ato, criando uma senhora barriguinha que atrapalhou o ritmo do filme.
Atrelado a isso vemos a nova geração um tanto desprovida daquilo que os consagraram no Episódio VII, em especial Kylo Ren, que não apresenta tanto conflito interno e deixa suas intenções bem claras: Ele é um garoto mimado. Rey também não fica muito atrás, mas pelo menos consegue respostas para seu maior tormento: Seu lugar nisso tudo.
Embora as respostas para todos os questionamentos que tínhamos não tenham me agradado a nível pessoal, elas, de certa forma, abrem um leque de possibilidades interessantes para o Episódio IX. Gostaria tanto de discutir cada uma delas, mas essa é uma crítica spoiler free. Quem sabe num potencial futuro artigo? O que eu posso dizer é que muitos não ficarão satisfeitos com o desfecho de alguns personagens.
Mas calma. O filme está recheado de bons momentos e acontecimentos totalmente inesperados. Sem contar que estamos falando do Star Wars tecnicamente mais bem feito de todos. Existe um cuidado enorme com a fotografia e os detalhes que distinguem os mundos visitados.
Apesar de ter saído do cinema enxugando as lágrimas (de emoção e não desapontamento), ter visitado velhos amigos, aprendido um pouco mais sobre a Força e da nova geração que a manipula, não pude deixar de sentir que assisti à um grande filler. Basicamente o filme termina sem muitas mudanças em relação ao seu começo, exceto algumas mortes.
De todo modo, sendo filler ou não, em 2019 estaremos no cinema ávidos por mais dessa franquia que abala profundamente o nosso equilíbrio da força.
Junte-se à Resistência!
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