Especial Guerra nas Estrelas
Há muito tempo atrás em uma galáxia muito, muito distante…
O ano era 1980 e eu era um menininho sentado em uma sala de cinema na Estrada da Cacuia, na Ilha do Governador, o mundo era escuro e um Si bemol Maior tocou de forma impressionante após a frase acima se fazer lida. O que se seguiu foi uma experiência que se tornou o ponto a partir do qual eu mediria toda e qualquer narrativa. Eu tive o privilégio de assistir a Guerra nas Estrelas no cinema, em sua versão original quando a relançaram pouco tempo antes do segundo filme da série, em película, e essa é a lembrança mais antiga que eu tenho na vida. Antes disso eu sequer me lembro de uma papinha ou de algum brinquedo. E eu me lembro de cada detalhe daquela projeção, da minha mãe me sussurrando as legendas, já que eu ainda não sabia ler, da sensação de olhar pro céu ao sair do cinema e perceber que havia algo além daquele teto azul. É como se naquele momento eu ganhasse consciência de que eu era um ser vivo. “The force is with me, therefore I am”.
Eu assisti ao filme numa tarde de semana e no sábado seguinte meu pai e eu retornamos à mesma sala. Ao fim do filme ele me perguntou se eu queria assistir mais uma vez e simplesmente ficamos para a sessão seguinte. Se ele tivesse oferecido mais um replay, eu teria aceito. A partir de então todas as minhas brincadeiras eram adaptações ou recriações daquela história. Eu tinha um Playmobil Han Solo, um outro Luke Skywalker. Mais do que isso, eu ERA aquele garoto olhando para o horizonte vendo os sóis binários de Tatooine se pondo, sonhando com uma vida de aventuras à frente.
Quando em dúvida sobre como proceder, a “Força” foi minha bússola moral. “Um Jedi jamais faria isso…” e eu sabia o que era certo e errado. Meu apelido é Jedi desde o colégio e eu assisti à série mais vezes do que é possível lembrar. Há, na casa da minha mãe, uma fita de VHS gravada em 1986 quando a TV Manchete fez a primeira transmissão do filme original. Eu marcava na caixa da fita toda vez que assistia ao filme. Parei de marcar quando cheguei a 32 tracinhos e comprei minha primeira fita oficial de Guerra nas Estrelas. É, eu chamo o filme de Guerra nas Estrelas e não Star Wars. Porque naquela época Star Wars era Guerra nas Estrelas, C3PO Era “Cê-Três-Pê-Ó”, e R2D2 era “Erre-Dois-Dê-Dois” (muitos anos antes de que se precisasse manter o respeito).
Em 81 eu fui morar na Alemanha. A senhora que alugou o apartamento pra minha família tinha um filho que tinha acabado de ir para a faculdade e me deixou de presente uma caixinha de sapato com os bonecos originais do filme. Aqueles famigerados que vinham numa caixa comprida e foram comprados com um vale-presente no natal de 77 e só entregues no ano seguinte. Eu os tenho até hoje e estão dentre os meus tesouros mais valiosos. Eles estão colados, remendados, repintados a mão, de tanto que brinquei com eles. Não são itens de colecionador. São brinquedos. Feitos para divertir crianças. Como nasceram pra ser.
Em 83, na época em que O Retorno de Jedi foi lançado, eu tinha sarampo agravado por pneumonia dupla. Fiquei 27 dias de cama e os médicos já descreditavam minha mãe. Eu queria ver aquele filme mais do que tudo, então minha mãe me enrolou em um cobertor e me levou, no colo, ao cinema, tremendo de febre. Eu veria aquele filme mesmo que fosse a última coisa que eu fizesse na vida. Em 97, quando o primeiro filme foi remasterizado e relançado no cinema eu fui sozinho, em uma tarde de semana, a um cinema na mesma Ilha do Governador e assisti novamente. Sozinho, sim, pois eu queria reencontrar aquele menininho. Eu tinha 20 anos de idade e no momento em que aquele Si bemol Maior soou naquela sala eu chorei copiosamente como uma criança e parei de chorar apenas quando “Written and directed by George Lucas” apareceu na tela e o letreiro subiu ao fim da projeção.
Se você está lendo esse texto e espera encontrar uma crítica cuidadosa e embasada à série “Star Wars”, foi bom estar com você, mas eu recomendo que procure alguma outra coisa para passar seu tempo. Não que eu não seja capaz de escrever tal resenha, não que eu não saiba qual a nota de abertura no tema principal da trilha sonora de John Williams, não que eu não saiba que a primeira nave especial que aparece na abertura do filme é uma Corellian Corvette CR90 chamada Tantive IV e que aquela outra gigantesca que a persegue é uma Imperial Star Destroyer I-Class chamado Devastator. Não que eu não tenha de cor cada fala do filme original em inglês ou em português com a dublagem dos anos 80 da Herbert Richers – você escolhe.
Mas qualquer um pode escrever sobre esse filme sob estes pontos de vista. Qualquer um pode especular sobre cada um dos detalhes de cada uma das cenas, das atuações limitadas aos erros de rotoscopia dos sabre de luz na versão original antes de remasterização dos anos 90. É barato ser cínico com um filme de 40 anos de idade, filmado 15 anos antes de a computação gráfica ter alguma utilidade prática, com um orçamento de 10 milhões de dólares e uma equipe formada por um bando de nerds, alunos de universidade, atores desconhecidos, Alec Guiness e Peter Cushing pra dar credibilidade ao projeto.
O resultado final não é um filme perfeito, apesar de todos os Oscares que recebeu. Não é um filme à prova de críticas, mas é, assim mesmo, uma obra de arte magnífica e, gostem os eruditos ou não, é a realização cinematográfica mais memorável de todos os tempos. Há dois rostos que são universalmente conhecidos em qualquer lugar do mundo, por qualquer ser humano; Darth Vader e Jesus Cristo (ou John Lennon). Não é o crítico de cinema (que eu não sou) que escreve esse texto. É o menininho sentado em uma sala escura descobrindo pela primeira vez e em primeira mão o poder que tem uma boa história. Uma que rendeu… quantos bilhões mesmo? Foram os 10 milhões de dólares mais bem investidos da história da economia mundial. Uma que tem o mesmo número de fãs que os maiores times de futebol somados, o mesmo número de seguidores de algumas religiões e só ainda não foi reconhecida como tal pelo medo de algumas autoridades (yep! Já houve o pedido de inclusão da Força na lista de religiões oficiais em alguns paises).
O primeiro filme – “Star Wars” (e não “Episode IV – A New Hope” como os “corksniffers” gostam de apelidar) – foi a tentativa de um jovem George Lucas de transformar em imagem aquela história que ele escreveu no caderno durante a aula de física da oitava série. Apoiando-se no sucesso de seus 2 (dois!) filmes anteriores – um longa sobre adolescentes em seus carros nos anos 60 e um sobre uma distopia de gente sem pelo com o Robert Duvall – Lucas, para dar vida à sua ambiciosa visão artística, se utilizou de toda a tecnologia de ponta do fim dos anos 70: Isopor, modelos Revel, arame e bombinhas de São João.
Nenhum Pixel foi ferido durante a filmagem de Guerra nas Estrelas. Rasantes da estrela da morte foram filmados na calçada, usando luz do dia e câmeras fotográficas comuns, antenas de radio foram montadas na manopla de um flash de uma câmera fotográfica dos anos 40 e assim nasceram espadas laser, um anão foi metido num latão e criou-se o robô mais adorável do mundo. As estrelas do filme eram um carpinteiro, aquele seu primo surfista de Saquarema, uma adolescente bochechuda, o marombeiro da academia da esquina, um vara-pau de dois metros e meio de altura vestido de “Conga”, e Sir Alec Guiness, consagrado ator britânico ganhador do Oscar que participou do filme meio a contragosto já que era católico e todo aquele papo estapafúrdio de magia-espacial o incomodava.
Ainda assim você amou o filme, não amou? Você e cada um dos outros habitantes desse planeta com exceção daquele ex-aluno da PUC que cita Foucault, lê “Em Busca do Tempo Perdido” uma vez por ano e organiza maratonas de Glauber Rocha na casa de praia de sua tia Abigail em São Pedro da Aldeia. Até Stanley Kubrick deve ter ficado bolado quando reassistiu sua obra prima 2001 depois da cena de abertura de Guerra nas Estrelas.
Ah, e apenas pra deixar claro, Han shot first.
O Segundo filme – “O Império Contra-Ataca” – foi uma produção mais ambiciosa. Lucas, que não era bobo, garantiu o direito sobre todo o merchandising do filme (sabe aqueles bonequinhos super-cool, a camiseta, o poster, o livro de making-of? Ninguém fazia isso antes dele…) e ganhou uma fortuna. Contrariando a regra de que você jamais deveria investir o seu próprio dinheiro em um filme, Lucas não apenas produziu a continuação de sua saga mas realizou o primeiro filme independente bem sucedido da história (ao mesmo tempo que realizou o filme mais bem sucedido da história! Coincidência?). Utilizou-se de cada um dos truques existentes sob o sol, estudou cada técnica inventada por Ray Harryhausen e desenvolveu algumas próprias, melhorou a cara dos sabres de luz e lançou o meu filme preferido de todos os tempos. E eu o amo com cada uma de suas falhas. Yoda é Caco-o-Sapo orelhudo, Lando Calrissian é James Brown espacial, Luke passa um fim de semana em Dagoba e se torna um Jedi… Mas o filme deu à vida pérolas da literature mundial como “ Why, you slimy, double-crossing, no-good swindler”, ou “Why you stuck-up, half witted, scruffy-looking nerf herder!”. “Do or do not, there’s no try” é de uma profundidade filosófica tamanha que merecia a análise de Gilles Deleuze, e Harrison Ford responder um “Eu te amo” com “Eu sei” o transformou no cafajeste mais desejado deste lado da galáxia desde que seu pai, Sean Connery, aposentou sua Walter PPK.
O filme tem tudo; batalhas épicas na neve contra tartarugas-robô gigantes, cidades voadoras, vermes intergaláticos que habitam asteroides, Boba Fett, Han Solo em carbonita. Ainda que o filme fosse ruim, a composição da Marcha Imperial seria motivo bastante pra que O Império Contra-Ataca merecesse o respeito incondicional de qualquer pessoa que já tenha visto sua mãe acelerando pelo corredor em sua direção.
Ao terceiro filme – “O Retorno de Jedi” – se você, seu merda desalmado e sem coração, ainda não se rendeu à bênção da Divina Trindade (Skywalker Father, Skywalker Son, and May The Force Be With You, Always) quando Luke gritou “NOOOOOO!!!!”, então O Retorno de Jedi (ou do Jedi, ou dos Jedi…) tem pra todo e qualquer gosto: Corrida de Fórmula 1 dentro de uma floresta fechada… With Lasers!, Jabba the Hutt transformando a risada do Papai Noel no pesadelo de milhões de criancinhas, Leia de bikini, Arremeso de Imperador, mega-batalha espacial, Han solo descongelando nos braços de sua amada, ursinhos-de-pelúcia-guerreiros…
Nunca um balaio de gato foi tão bem executado e amarrado quanto o ultimo episódio da trilogia original de George Lucas. No momento em que Luke vê os espiritos de Anakin, Obi-Wan e Yoda, tudo o que se passava pela minha cabeça era “acabou?… NÃO!”. Seria aquela a última vez que eu veria um cargueiro Corelliano YT-1300F saltar à velocidade da luz? Não, mas eu teria que aguardar algumas décadas até poder retornar ao meu canto preferido da galáxia. Nesse ínterim, eu colecionei, guardei, comprei, copiei, desenhei, assisti cada pedacinho daqueles filmes que eu pude por as mãos. De bonecos de chumbo copiados dos originais e vendidos na Hobbylândia do Edificio Avenida Central (os únicos bonecos de Guerra nas Estrelas disponíveis por vias legais no Rio de Janeiro), passando por álbuns de figurinhas, livrinhos para pintar, recortes de jornal… cada canto dos meus cadernos de escola tinham lutas de sabres de luz ou X-Wings destruindo Tie-Fighters. Pesando as sábias palavras do Almirante Ackbar, it was a trap.
Meus amigos importavam os livros com as histórias do universo expandido e me contavam sobre Mara Jade, sobre o Grande Almirante Thrawn e nada disso me interessava. Eu queria saber apenas do que se passava na cabeça de Lucas. Apenas os filmes seriam o bastante.
E no fim do século XX minhas preces foram atendidas. “The Phantom Menace” chegou aos cinemas trazendo o vilão com a cara mais fodaralhaça desde o próprio Vader, sabre de luz duplo, conselho Jedi, Natalie Portman de mãe-do-Luke e Mark Renton como Obi-Wan Kenobi Padawan. Eu já tinha amado o filme antes de as luzes se apagarem. É, eu sei, tem Jar Jar Binks e Pod Racing, mas apesar de todas as críticas, a única coisa que de fato me incomodou no filme foram os Midi-chlorians. A Força é um campo de energia criado por todos os seres vivos. Ela nos cerca e nos penetra, e mantem a galáxia unida. Assim disse Mestre Yoda e o que Yoda diz é lei. Transformar a Força em bactéria foi ficção científica demais. Guerra nas Estrelas não é Sci-Fi, é Fantasia Espacial. A Força é mágica. E fim. Não precisa de mais explicação que isso.
Todas as outras críticas são dor de cotovelo de nerd velho que esperava ver Game Of Thornes numa galáxia muito distante. Guerra nas Estrelas não é um filme pra adultos. Nunca foi. Lucas sabe pra quem ele tá contando sua história e é praquele menininho de olhos grandes torcendo por Anakin na corrida como quem torce pelo Ayrton Senna. E aquele menininho ia te dar muito cascudo no recreio se você falasse mal do Jar Jar Binks! O filme não era pros camaradas da minha idade. E foi por isso que eu gostei tanto, Midi-chorians à parte.
De todas as reclamações, ninguém se incomodou de Darth Maul ser o vilão mais do caralho da virada do século e o Lucas ter simplesmente decidido matá-lo sem mais nem porquê no fim de apenas um filme? É, a cena do Pod Race foi pra vender videogame, Jar Jar Binks é uma versão anfíbia do Pateta, o Droid Army é cópia das vassouras da cena do Mikey aprendiz de feiticeiro de Fantasia e Anakin com 9 anos vai se apaixonar pela rainha que mais faria sentido ficar com Obi-Wan. Então ele curte MILF… quem nunca? Para de piranhar e vá ouvir “The Duel of the Fates” agora e volte pra me dizer que aquilo não é foda!
O problema que eu não tive com A Ameaça Fantasma já me apareceu no quinto filme – Ataque dos Clones (sim, quinto e não segundo) e reflete exatamente meu incômodo com todos os outros filmes de efeitos-especiais que se seguiram; ficou fácil e barato usar computação gráfica, e Lucas, que adora videogames resolveu filmar tudo em tela verde. O resultado é uma história maneira que poderia ter virado um filme foda se ele não tivesse dinheiro infinito, ou se o produtor tivesse dito a ele: “você precisa de 100 milhões de dólares pra efeitos especiais? Eu te dou 30 e vai fazer um filme de homem!”.
Não há nada de errado com Ataque dos Clones com a exceção de que ele foi um teste pra que se cometessem “Avatar” pouco tempo depois. Dito isso, o filme é a melhor animação de videogame já produzida. E se você gosta de animação ao estilo Final Fantasy, então está com sorte. Eu gosto, mas prefiro filmes. Com pessoas. E cenários em lugares reais, ou cenários reais em lugares imaginários. E modelos Revel explodindo com “cabeção-de-nego”.
O sexto e ultimo filme com Lucas no volante foi A Vingança dos Sith e trouxe todos os pecados dos filmes anteriores. Efeitos especiais demais, direção de menos e Darth Vader gritando “NOOOO!”no fim do filme. Todo mundo que podia se incomodar, se incomodou. Menos eu. Eu entendi o que George queria. Em todo filme alguém fala que “I have a bad feeling about this”, em todo filme C3PO reclama da vida, e no ultimo filme Lucas quis criar uma ponte entre o “NOOO!” de Luke ao descobrir-se filho de seu inimigo e o”NOOO!” de Anakin, ao descobrir-se algoz de sua própria familia. Até na minha cabeça esse seria o plano perfeito. Só não funcionou. A cena foi realizada de maneira rasa, com um diálogo forçado e com excesso de efeitos especiais, (apesar de eu ter ficado sem ar quando a máscara desce sobre o rosto incinerado do futuro Vader) e apresentada a um público com quase 30 anos de expectativas e fantasias pessoais sobre como o vilão mais famoso do mundo deveria vir a ser. Sabíamos que Obi-Wan, o Jedi Retalhador, lhe cortaria as pernas e braços, e sabíamos que ele seria queimado… mas o momento final, a grande revelação daquela máscara era o ponto alto de toda uma vida de fé, dedicação e amor. “NOOO!” era pouco. Na mesma proporção em que “Eu sei” é o bastante.
E eu senti o que George Lucas deve ter sentido após ouvir todas as críticas, todas as piadas, todo o bullying digital que, a essa altura, já existia. Eu fiquei triste, porque eu queria que ele tivesse ficado feliz. Eu entendo o que ele tentou fazer. No fim, ele tentou colocar tudo num filme só. Tudo o que ele criou. Todos os seus filhos numa mesma foto pra posteridade. Seu legado é maior do que apenas um filme.
Ele criou tudo o que existe no cinema hoje. Se existe efeito especial digital é por culpa dele. Animação digital? Também. Pixar? Idem. Câmera digital para cinema só caiu em uso frequente quando ele decidiu capturar tudo em vídeo a partir do inicio dos anos 2000. Você tem um Home Theater em casa? Som 5.1 foi criação dele. É pouco? Qualquer produto inspirado ou baseado num filme, foi um conceito dele. Todos os efeitos especiais desde 1986, foi ele que fez, de Jurassic Park a Forest Gump, de De Volta para o Futuro a Homem de Ferro. Ele encarou os grandes estúdios de Hollywood, inventou o termo “Indie” (Jones ou Hipster, tanto faz, ele inventou os dois) e criou o maior império cinematográfico desde a era de ouro do cinema Americano.
Mas mais do que isso, ele me convidou pra brincar com os brinquedos dele, pra ouvir as histórias dele, pra visitar os sonhos dele. E os sonhos dele inspiraram os meus. Hoje eu conto minhas próprias histórias e minha razão pra fazê-lo é para, simplesmente, fazer sorrir novamente aquele menininho sentado naquela sala de cinema há uma vida atrás. Eu aprendi música porque “Piloto de Nave Espacial” não era um emprego real e eu não achava que era possível fazer filmes profissionalmente, então, na minha cabeça, a única coisa que eu poderia fazer que chegava perto daquela história era reger uma orquestra e estar dentro daquele Si Bemol Maior.
Hoje aquele mundo não pertence mais a ele. Pertence ao mundo. E ao Mickey. E Mickey tenta fazer jus à toda essa obra. E Mickey tem feito um bom trabalho, na minha opinião. O Despertar da Força foi um belo filme, a morte de Han Solo, meu personagem preferido, foi digna e me fez chorar, e aqueles que reclamaram do raio da “Estrela da Morte 3.0” atravessando a galáxia em tempo real precisam ser lembrados que o nome da série é Star Wars, não Star Trek e ela não está, portanto, engessada às leis da fisica. “Fantasia Especial” e não Ficção Cientifica, lembra?
Adorei Rogue One. Meu segundo filme preferido de toda a série, perdendo apenas pra O Império Contra Ataca. Quanto ao próximo, eu tenho apenas uma pergunta: Chewbacca tá confirmado? Então eu também tô. E enquanto eu tiver forças pra me arrastar até a uma sala de cinema, mesmo doente, mesmo enrolado em um cobertor, mesmo morrendo, enquanto alguém quiser contar uma história numa galáxia muito, muito distante, eu estarei pronto a ouvi-la. E enquanto tiver nave, robô, raio-leizu e magia espacial, eu estarei disposto a amá-la. Porque quem assistem àqueles filmes não sou eu, no alto dos meus 40 anos, cheio de sarcasmo e referências pessoais. É aquele mesmo menininho que sequer sabia ler as legendas e ainda assim conseguiu sentir-se saltando na velocidade da luz à bordo da Millenium Falcon, “the fastest hunk of junk in the galaxy…”
May the force be with you… Always.
Por Vlamir Marques
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