Garimpo Netflix: Natal
Ho, ho, ho! Chegou a época do ano de engordar no mínimo 3 quilos, comer rabanada de café da manhã, almoço e janta, reclamar de passas no arroz e da maionese de maçã, comprar roupa nova pra ficar em casa e proteger sua recém montada árvore de natal de seus muitos gatos. Talvez o último não contemple todos. O fato é que essa época, por mais comercial que possa ser, é muito da gostosinha, ao menos para mim. O aconchego das férias, as boas comidas, o 13º e a proximidade do meu aniversário – que é no dia seguinte – fazem com que eu realmente seja uma pessoa natalina. Podem me julgar! E aproveitando o embalo, julguem aí mais um pouquinho por que também sou do tipo de pessoa que gosta de fazer aniversário e fica que nem criança toda vez. Digitei e sai correndo.
Inspirada nessa graciosa época do ano, reúno aqui três filmes que tem em sua narrativa relações com o Natal. Tentei fugir dos títulos clichês existentes no catálogo do serviço de mainstream ao máximo que pude e através dessa peneira separo coisas diferentes da tradicional comédia romântica cheia de fórmulas que Hollywood costuma produzir. Não que não seja palatável vez ou outra um clichezinho pra espairecer as ideias, é claro. Mas isso aí facilmente é acessado apenas batendo o olho na lista ofertada no site. Enfim, aqui estão. Feliz Natal, leitores do Metafictions!
– Hector, de 2015, dirigido por Jake Gavin
Lá vem o Cinema britânico de novo com dramas orgânicos e paleta pastel. Graçadeus que vem. Nessa história temos um morador de rua, Hector (o fantástico Peter Mullan), lidando com uma jornada até um abrigo para sem-tetos para passar a noite de natal, como já é sua tradição há anos. Sua realidade nas bandas de Newcastle é a convivência com dois colegas de calçada e a caridade de alguns passantes e funcionários locais. Mas por que Hector está nas ruas? Ao que tudo indica, algo levou sua vida a sair dos trilhos assim.
Apesar de ser uma história com pegada meio triste, há também esperança cá e lá no futuro do homem. O Natal, neste caso, é usado como pano de fundo para algo que se estende muito a essa data. Mantendo um ritmo simples, sem grandes reviravoltas, sem glamour ou confete, Hector é um bom filme para praticar a aliteridade nesse Natal e estimular-nos a valorizar nossas pessoas queridas e o que temos ao redor, estável, material ou não.
– Um Natal Muito Louco (A Very Harold & Kumar 3D Christmas), de 2012, dirigido por Todd Strauss-Schulson
Depois de duas odes à maconha e ao fast food em “Harold & Kumar Go to White Castle” e “Harold & Kumar Escape from Guantanamo Bay“, algum maluco que tava muito fumado resolveu que seria legal fazer um especial de natal estrelando o coreano Harold (John Cho) e o indiano Kumar (Kal Penn), além do sidekick preferido deles, um ensandecido Neil Patrick Harris, em uma jornada louca recheada ao uso de entorpecentes pesados, Neil zuando Jesus Cristo e uma tentativa de assassinato de Papai Noel.
Esta é uma comédia daquelas bem idiotas, com piadas bem rasas, atuações ridículas e um roteiro risível, mas que, por não se levarem a sério em momento algum, a gente continua vendo e rindo pra cacete.
– A Very Murray Christmas (de 2015, dirigido por Sofia Coppola)
https://www.youtube.com/watch?v=XJP3db3R014
Eu amo Bill Murray! Acho que já comentei em algum garimpo o quanto me amarro nesse velho de responsa. Logo, um original netflix desses, bicho, merece uma atenção. Nesse filminho de 56 minutos temos meio que um musical só que mais realista – na medida em que um musical pode ser -, com gente cantando mal e desafinado, e uma série de histórias em função do fiasco que se dá no Especial de Natal de Bill Murray (interpretado por ele mesmo).
Através de uma metalinguagem bem legal, Sofia Coppola manda bem nessa produção leve. Recheada de musiquinhas de natal e referências, desde “Let it Snow” a “Baby, It’s Cold Outside” (do musical A Filha de Netuno), é uma boa pedida para entrar no clima natalino e ver a carinha desse véio charmoso.
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