Crítica: Godzilla: Planeta dos Monstros (Godzilla: Monster Planet)
Pode ser japonês, pode ser americano. Godzilla sempre será sinônimo de filme de monstro gigante arrasando cidades… será mesmo?
Lançado lá em 2017 no Japão, Godzilla: Monster Planet chega ao Brasil através da gigante (no pun intended) do streaming NETFLIX em um lançamento que certamente receberá maior visibilidade. Vale ressaltar, também, que esse longa faz parte de uma trilogia e, já me adiantando, encerra-se como tal.
Vamos deixar claro aqui – antes que fãs do lagartão comecem a atirar pedras – que eu assisti alguns longas japoneses e não lembro qual é qual. Inclusive acho todos péssimos. Os únicos que vi com realmente algum comprometimento com o que estavam passando na tela foram as duas últimas adaptações americanas, sendo que ainda prefiro a versão de 1998. No entanto, tenho enorme interesse por animes e monstros em geral. Dito isso, perdão caso eu negligencie o lore de Godzilla.
O longa tem a mesma premissa de sempre. Começam a surgir monstros gigantes pelo mundo, a humanidade ainda não faz robôs gigantes como em Pacifc Rim, então vai sendo destruída aos poucos. Tudo piora com o surgimento de Godzilla, o rei dos monstros, cidadão japonês e algoz dos seres humanos.
Durante a guerra pela sobrevivência que se segue, outras duas civilizações alienígenas chegam à Terra buscando guarita. Ambas perderam seu mundo natal e oferecem meios de acabar com Godzilla em troca da imigração. O resultado é que as três espécies de humanoides não conseguem sobrepujar o rei dos lagartos e buscam refúgio no espaço.
Após 20 anos perambulando pelo vazio negro do espaço sideral em busca de um lar, eles decidem que está na hora de voltar ao nosso pontinho azul nessa imensidão. E como vagamos por aí a velocidade da luz, milhares de anos se passaram (20 mil para ser mais preciso) e talvez Godzilla não esteja mais vivo.
Tomando como inspiração o filme “Depois da Terra” (2013), no qual os humanos deixaram o planeta e todas as espécies de plantas e animais evoluíram de forma bizarra com uma nova dinâmica climática, a Terra aqui segue o mesmo rumo, mas focando nas características que o anime apresenta em relação aos monstros.
Eles descobrem o lagartão ainda vivo, no Japão provavelmente, e decidem acabar com ele com uma nova estratégia traçada depois de muita pesquisa, em vez de irem viver no Brasil.
Mesmo apresentando aspectos interessantes na obra, o longa tem uma primeira metade instigante e que apontava para algo que de fato seria divertido de ver, mas que não é explorada em detrimento de uma 2a metade de ação mais ou menos.
A descoberta de raças alienígena, sendo uma delas religiosa, fica somente de pano de fundo, assim como o jogo político entre as três especies humanoides. Algo que pesa também para essa 2a metade brochante é a animação 3D. Mesmo sendo razoavelmente bem feita, não chega perto da fluidez e estilização de animes como “Devilman: Crybaby“(resenhado aqui), dentre outros.
Com seu 1o terço terminado, a obra se sustenta para o que pode ser uma boa trilogia, mas por enquanto é apenas uma introdução razoável.
Hum! Tem cena pós-crédito!
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