Crítica: Vende-se Esta Casa (Open House)
O mais novo lançamento original Netflix traz um suspense que flerta diretamente com um belíssimo filme por nós já aludido em um dos garimpos publicados: “Os Estranhos“. No entanto, em uma versão mais adolescente e um pouco menos aterrorizante, Vende-se Esta Casa conta a história de mãe e filho, Naomi (Piercey Dalton) e Logan (Dylan Minnette de “13 Reasons Why“), que tem sua relação abalada pelo trauma da perda do pai. Sem poder arcar com as despesas e devido à atual situação da desempregada, eles se mudam para um gigantesca casa nas montanhas, emprestada pela irmã de Naomi, enquanto não consegue vendê-la. O único porém é que os dois tem que deixar a habitação livre aos domingos, quando os corretores abrem a locação para visitação.
Após o primeiro dia de visitas, ao retornarem de noite para o novo lar, Naomi e Logan começam a experimentar situações estranhas no dia-a-dia daquele lugar. Não só os citadinos vizinhos agem de forma pouco convencional, não respeitando a privacidade dos novos moradores, como dentro da mansão fenômenos começam a se tornar cada vez mais evidentes. O chuveiro que sempre fica gelado durante o banho; o celular que some; barulhos debaixo do chão, no porão; objetos que mudam de cômodos; e telefonemas de ninguém para ninguém. O trailer nos tira uma possibilidade do que isso poderia ser (melhor não assisti-lo; eu, por exemplo, não curto ver nenhum), mas – sem cair no spoiler – seria uma casa assombrada por almas penadas? Por pessoas vivas? Teria a casa vontade própria?
Os eventos, simples e silenciosos, vão ficando cada vez mais frequentes e o novo trauma (dentre as possibilidades acima listadas) começa a unir mãe e filho novamente. A polícia nada pode fazer, inventando soluções esdrúxulas para os acontecimentos, como é de costume em filmes desse tipo. Sem poder contar com ninguém e sem ter para onde ir, Naomi e Logan ficam largados aos diversos desfechos que aquilo pode ter. É fato que, sendo o que for, eles terão que lutar pela sobrevivência, na medida em que um só pode contar com o outro.
Matt Angel e Suzanne Coote (que também assinam o roteiro) dirigem de maneira firme, realizando uma obra silenciosa e sem muito alarde em sua realidade ficcional (o que eu acho louvável). Apesar da conclusão pouco comum para filmes americanos (o que considerei um ponto alto na produção), Vende-se Esta Casa não traz nada muito diferente do que já vimos em um sem-número de outros títulos. Não que eu defenda que todo filme tenha que trazer algo diferente, mas sabe aquela sensação de que isso já foi por demais visto? É mais ou menos por aí.
As situações são bem desenvolvidas, o filme não conta com descuidos da direção ou do roteiro, só não é extremamente envolvente como outras obras do estilo conseguem ser. De todo modo, é um título que vai agradar o pessoal que busca um pouco de tensão em um suspense de mistérios.
Leave a Comment