Top 10 - Melhores Filmes de 2017

Semana passada lançamos duas grandes listas. A extremamente polêmica Os Filmes de Pior Avaliação de 2017 do MetaFictions Os Filmes Mais Bem Avaliados de 2017 do MetaFictions. A ideia de ambos era compilar, de forma bem objetiva, os longas que receberam as piores e melhores notas do site. Achei, portanto, que essa nossa eleição dos 10 melhores filmes do ano de 2017 acabaria sendo redundante .

“Errou, otário!”, me diria Rogerinho do Ingá. Apenas 3 dos filmes que constaram de Os Filmes Mais Bem Avaliados de 2017 do MetaFictions estão aqui nesse top, o que vem para comprovar que, se o nosso quadro Movie Battle já não era prova o suficiente, nós não só estamos muito longe de um consenso aqui dentro do site, como também fazemos um esforço do caralho para que assim continue.

Em um ano de 2017 com excelentes lançamentos do cinema independente e grandes produções em sua maioria decepcionantes, a votação aqui no MetaFictions foi bem acirrada. À exceção do primeiríssimo lugar, eleito como o melhor filme do ano por mais da metade dos votantes e muito a frente do segundo (apesar de também ter sido odiado por outros integrantes e ter o seu próprio Movie Battle), os 9 títulos restantes tiveram mais ou menos o mesmo número de votos e pontuaram de forma muito parecida. Em sua maioria, temos aqui filmes lançados no começo do ano, na temporada de Oscar.

Éramos em 9 os votantes, com 46 filmes diferentes citados. Destes, alguns filmes excelentes tiveram que ficar de fora. O nacional Como Nossos Pais, o épico Dunkirk, o libelo anti-indústria alimentícia Okja e o mais recente filme do mestre Scorsese Silêncio foram todos votados 3 vezes cada. Star Wars: Os Últimos Jedi (que foi alvo de muita controvérsia em nosso Movie Battle Últimos Jedi), o violentíssimo John Wick: Um Novo Dia Para Matar, a grata surpresa Ao Cair da Noite e Extraordinário, que faria Joaquin Teixeira chorar entre uma glacial e outra, foram votados duas vezes. Nenhum destes, contudo, pontuou bem o suficiente para entrar na lista final.

Sem maiores delongas, fiquem com o primeiro Top 10 de melhores do ano do MetaFictions e, por favor, não economizem no hate!

10º – Lady Macbeth, lançado em 17 de agosto de 2017, dirigido por William Oldroyd

https://youtu.be/Ui8se5pwnMs

Lady Macbeth é cinema soco no estômago. Aquele tipo de filme que fica no espectador durante muito tempo, quase um fantasma. No caso deste longa, a assombração vem em um dos seus formatos mais perigosos, pois ninguém está imune a ela: a paixão. Lady Macbeth é um filme sobre paixão, feito em estado de paixão. Estreando na função, William Oldroyd entregou uma das melhores direções dos últimos tempos, firme, única, marcante. O roteiro é daqueles de levantar cada pelinho do corpo. Um filme de silêncios loquazes, de planos inusitados, de amor e seus horrores. Mas seu grande legado, para além disso tudo, será ter apresentado ao mundo o trabalho de Florence Pugh no papel da protagonista Katherine. Leitor do MetaFictions, você ainda vai ouvir muito falar dessa moça. Em agosto do recém defunto 2017 eu escrevi nestas páginas virtuais que ela tinha apresentado a melhor atuação feminina do ano até aquele momento. Hoje, janeiro de 2018, eu afirmo: Florence Pugh, em Lady Macbeth, foi a melhor atriz de 2017.
Por Marco Medeiros
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9º – A Criada (Ah-ga-ssi), lançado em 12 de janeiro de 2017, dirigido por Chan-wook Park

Mais uma vez Park Chan-Wook investe em uma narrativa rocambolesca, de idas e vindas, como um tecelão a costurar uma vestimenta que é muito mais do que aparenta. Assim como fizera em Oldboy, com uma trama que é para além de algo trivial e que surpreende o espectador em diversos momentos, Park repete o que faz de melhor: envolver seu público na narrativa que controla como ninguém, fazendo de cada sequência do filme um pontilhado de sua costura, que conclui com a união perpétua daquele que assiste com sua história contada. Através dos personagens Sookee e Hideko, os planos criados pelo pecado da usura vão se fazendo mais presentes a cada cena e, tal qual a agulha e a linha a mergulharem no tecido, ora se escondendo, ora se revelando, as motivações vão, da mesma forma, brincando com os sentidos de quem é convidado por Chan-Wook para fazer parte deste conto poderoso e surpreendente. Com a estética sempre deslumbrante e incomparável, A Criada surge como um dos melhores filmes do ano – o que já é uma constante em relação às produções do visionário sul-coreano.
Por Rene Michel Vettori

8º – Corra (Get Out!), lançado em 18 de maio de 2017, dirigido por Jordan Peele

Assisti em casa Corra! e imediatamente me arrependi amargamente de não tê-lo visto no cinema. Este não é qualquer filme de terror. É um roteiro tão bem pensado e construído que ele se destaca no meio dos filmes do gênero. O roteiro instiga nossa curiosidade fornecendo um ambiente que, em geral, seria confortável, porém, neste caso, deixa-nos angustiados e desconfiados, ansiando por respostas. A grande originalidade do filme foi a abordagem da temática do racismo, que pouco é tratado neste gênero. A isto agregam-se ainda as atuações impecáveis, destaque para o choro do protagonista interpretado por Daniel Kaluuya. “Corra!” é um filme surpreendente e incrivelmente satisfatório, uma das mais belas surpresas do ano!
Por Gabriel Eskenazi
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7º – Eu, Daniel Blake, lançado em 5 de janeiro de 2017, dirigido por Ken Loach

Ken Loach tem uma peculiaridade que, em tempos de “cinema espetáculo” (e muitas aspas aí), sobressai e o coloca como aquela joia quase rara. Literatos sempre comparam Ernest Hemingway a um iceberg, definindo sua escrita como simples, porém de marcante profundidade. Uso a mesma figura para o cinema de Kenny, de forma que seu jeito de filmar é como uma câmera-testemunha que contempla o desenrolar de uma história a sua frente. E, dessa forma, os elementos mais cotidianos tomam proporções espetaculares (utilizando aqui a palavra em seu sentido pleno). A melhor atuação do ano com Dave Johns e um dos temas mais atuais e fortes da atualidade resultam em uma obra crua e cheia de poder. Nas mãos do delicado Ken Loach, Eu, Daniel Blake é o verdadeiro cinema espetáculo!
Por Rene Michel Vettori
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6º – Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight), lançado em 23 de fevereiro de 2017, dirigido por Barry Jenkins

https://youtu.be/vtyiXLCq1JY

Um caleidoscópio de empatia, uma visita às inseguranças, um museu de assombrações e fantasmas de tinta. A obra que rendeu meu melhor artigo aqui na casa, Moonlight marcou o ano e conseguiu um espaço amplo na memória de todos, por ser tão belo e desolador quanto sua fotografia. Um filme de grandes temas, debulhado numa sensibilidade extremamente particular, a narrativa de Chiron arde, esculpe luzes e sombras por nossa pele. Barry Jenkins realiza um dos mais profundos desenvolvimentos de personagem de nosso tempo, a partir dos olhos encardidos da juventude que vai aos poucos sendo tomada por uma velhice assolada pelos mesmos traumas, ficamos com lágrimas junto a uma aterradora solidão na luz profusa do luar.
Por Thotti Cardoso
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5º – Logan, lançado em 2 de março de 2017, dirigido por James Mangold

No apagar das luzes do longínquo século XX, em 2000, estreou um dos filmes precursores da onda que vem inundando os cinemas nas quase últimas 2 décadas: “X-Men: O Filme“. Teríamos Professor Xavier? Sim. Tempestade? Também. Ciclope? Quem se importa? Mas, meu amigo, e o Wolverine? Um longa dos X-Men sem o Logan, não é digno de ser assistido. E com isso em mente, quase todos os inúmeros filmes da franquia ou mudaram a história original para encaixar nosso feroz canadense como protagonista ou, no mínimo, forçavam sua aparição em alguma cena mesmo que o filme nada tivesse a ver com ele. Chegamos até a ganhar dois longas solos dele. Mas o que todos esse filmes tinham em comum (além de serem ruins, com exceção de X-Men 2)? Tinham todos classificação etária para o público infanto-juvenil. Não tínhamos palavrão, sangue ou temas mais adultos. Eis que em 2017 Logan chegou aos cinemas – impulsionado pelo excelente Deadpool – e vimos tudo aquilo pelo que esperamos 17 anos: Wolverine cravando suas garras em todas as partes da anatomia de um corpo humano sem qualquer censura, uma história emotiva e bem escrita, atuações espetaculares de Patrick Stewart e Hugh Jackman, e uma temática relevante para o mundo atual. Certamente um dos melhores filmes de super-heróis já feitos e um dos melhores de 2017.
Por Ryan Fields
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4º – Manchester À Beira-Mar, lançado em 19 de janeiro de 2017, dirigido por Kenneth Lonergan

Num momento em que Hollywood estava engajada em temas de cunho social de grande repercussão, Kenneth Lonergan escreve, dirige e produz esta obra que não tem relevância alguma a qualquer grupo específico, mas que, por isso mesmo, ressoa com absolutamente todo mundo. Acompanhar a história de Lee Chandler, vivido magistralmente por Casey Affleck em uma performance que lhe rendeu o Oscar, é doloroso não somente pelo drama pessoal do personagem, mas pelo quanto seu sofrimento está próximo de nós, frágeis vítimas do acaso que somos. Apoiado em um roteiro brilhante que foi agraciado com o Oscar também, Manchester À Beira-Mar fala de mim, de você e de todos nós, criaturas unidas pelo sofrimento que somos ou que deveríamos ser.
Por Gustavo David
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3º – La La Land: Cantando Estações (La La Land), lançado em 19 de janeiro de 2017, dirigido por Damien Chazelle

Primeiro causador de controvérsia aqui no site, La La Land foi alvo do nosso primeiro Movie Battle em que Anderson, que amou, e Thotti, que odiou, discorrem sobre o filme.

Já disse que musicais são uma situação 8-80 e esse é um dos principais casos. O filme de Damien Chazelle conta a história da aspirante a atriz Mia (Emma Stone, numa performance vencedora do Oscar) e o pianista de jazz Sebastian (Ryan Gosling, que também foi indicado ao Oscar) que se apaixonam em Los Angeles, onde os sonhos são feitos e o sucesso pode quebrar corações. Fora as incríveis performances de Stone e Gosling, é preciso destacar a fotografia deslumbrante e a trilha sonora que dispensa apresentações (City of Staaaaaaaaaaaaars, are you shining just for meeeeee?). Além disso, a paixão que Chazelle colocou em sua direção e roteiro é de se admirar, também se pensarmos no tempão que ele passou criando essa história com a qual todos podem se identificar. O filme tem inúmeros motivos para ser um clássico do futuro (tipo aquele acidente com o envelope) e uma mensagem de esperança para qualquer um. Então, um brinde a nós, sonhadores.
Por Valentina Schmidt
Movie Battle aqui

2º – Blade Runner 2049, lançado em 5 de outubro de 2017, dirigido por Denis Villeneuve

Blade Runner 2049 é outro acerto na carreira de Denis Villeneuve. Desde a primeira cena, percebe-se que estamos diante de um diretor – assim como Ridley Scott em 1982 – em total controle de sua técnica. Uma das principais qualidades do diretor canadense é contar uma história em um ritmo que deixa entrever as diferentes peças de um quebra-cabeça narrativo ao mesmo tempo em que instiga o espectador a questionar os diferentes significados das intenções dos personagens. É um cinema inteligente e estimulante, que interroga mais que do que afirma.
Por Anderson Gomes
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1º – Mãe! (Mother!), lançado em 21 de setembro de 2017, dirigido por Darren Aronofsky

Líder de pré-indicações ao Framboesa de Ouro, destroçado pela crítica especializada, recusado pelo grande público, todavia abraçado pelo MetaFictions. Mãe! é a obra de uma época e, guarde essas palavras, ainda será amplamente exaltada e idolatrada por sua ousadia, sua vontade de poder enquadrar em suas duas horas a natureza dessa espécie trágica a qual eu e você pertencemos. Um cuspe, um tiro, uma das metáforas mais bem lapidadas da história do Cinema, Aronofsky coroou sua robusta cinematografia com uma película muito à frente do seu tempo, daquelas que transcendem o cinema e pertencem à ribalta do íntimo do nosso inconsciente, ao panteão das grandes expressões. Afinal, Cinema é muito mais que meia dúzia de cirandas, canções mal cantadas, histórias bem contadas, porém que só chegam ao lugar comum. Cinema é muito mais que um catálogo de design, com cenários estonteantes e roteiros vazios. Em Mãe! ecoam os estalos de Bergman, os hinos de Tarkovsky, o suspense de Hitchcock, a frieza de Kubrick, o surrealismo incandescente de Buñuel, tudo isso se condensa ao niilismo pulsante de Aronofsky , ao esforço de Jennifer Lawrence, ao carisma arrebatador de Javier Bardem, para se converter num dos filmes do nosso século e, oxalá, mãe de uma nova geração.
Por Thotti Cardoso
Movie Battle Aqui

– Marco Medeiros
1 – La La Land
2 – Eu, Daniel Blake
3 – Eu Não Sou Seu Negro
4 – Lady Macbeth
5 – Corra!
6 – T2 Trainspotting
7 – Como Nossos Pais
8 – Frantz
9 – Fala Comigo
10 – Dunkirk

– Gustavo David
1 – Mãe!
2 – Manchester à Beira-Mar
3 – Thelma
4 – Dunkirk
5 – Blade Runner 2049
6 – Logan
7 – Lady Macbeth
8 – O Filme da Minha Vida
9 – John Wick: Um Novo Dia Para Matar
10 – Doentes de Amor

– Thotti Cardoso
1 – Mãe!
2 – O Apartamento
3 – Okja
4 – Neruda
5 – Moonlight: Sob a Luz do Luar
6 – Eu, Daniel Blake
7 – Toni Erdmann
8 – Corpo e Alma
9 – Lady Macbeth
10 – A Criada

– Larissa Moreno
1 – Mãe!
2 – Moonlight: Sob a Luz do Luar
3 – A Criada
4 – Fragmentado
5 – Extraordinário
6 – Mulher Maravilha
7 – Ao Cair da Noite
8 – Como Nossos Pais
9 – A Guerra dos Sexos
10 – Silêncio

– Gabriel Eskenazi
1 – Mãe!
2 – Corra!
3 – Star Wars: Os Últimos Jedi
4 – Logan
5 – Blade Runner 2049
6 – Manchester À Beira Mar
7 – Okja
8 – A Bela e a Fera
9 – Planeta dos Macacos: A Guerra
10 – Silêncio

– Ryan Fields
1 – Manchester À Beira-Mar
2 – Blade Runner 2089
3 – Logan
4 – Z: A Cidade Perdida
5 – Mãe!
6 – Ao Cair da Noite
7 – Corra!
8 – Moonlight: Sob a Luz do Luar
9 – Terra Selvagem
10 – Em Ritmo de Fuga

– Rene Michel Vettori
1 – Mãe!
2 – Eu, Daniel Blake
3 – A Criada
4 – Dunkirk
5 – Paterson
6 – Manchester À Beira-Mar
7 – Lady Macbeth
8 – Blade Runner 2049
9 – Bingo: O Rei das Manhãs
10 – Okja

– Anderson Gomes
1 – La La Land: Cantando Estações
2 – Blade Runner 2049
3 – Silêncio
4 – Moonlight
5 – Columbus
6 – Uma Mulher Fantástica
7 – A Criada
8 – Além das Palavras
9 – Corra!
10 – John Wick: Um Novo Dia Para Matar

Valentina Schmidt
1 – La La Land: Cantando Estações
2 – Feito na América
3 – O Rei do Show
4 – Extraordinário
5 – Star Wars Episódio VIII: Os Últimos Jedi
6 – Logan
7 – Estrelas Além do Tempo
8 – Como Nossos Pais
9 – It: A Coisa
10 – Mulher Maravilha

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