Crítica: Círculo de Fogo: A Revolta (Pacific Rim: Uprising)

Já quero deixar algo claro: 99% dos filmes que incluem a) robôs gigantes lutando contra monstros a la Godzilla; b) discursos inspiradores no maior estilo “Independence Day” ou c) todos acima não têm um plot é assim lá dos mais inteligentes. Mas, 5 anos atrás, Guillermo del Toro lançou “Círculo de Fogo“, um filme considerado pelo canal de YouTube Screen Junkies (no Brasil, Trailer Honesto) como “o filme bobo mais incrível já feito” e que faz parte desse grupo. Infelizmente, o diretor abandonou a sequência, Círculo de Fogo: A Revolta, por um motivo muito justo (fazer o sensacional e oscarizado “A Forma da Água”, resenhado aqui no site) e só continuou como produtor, o que talvez explique o resultado incrivelmente desastroso.

10 anos após o conflito entre Jaegers (robôs) e Kaijus, o rebelde Jake Pentecost (John Boyega) precisa exercer a mesma função que seu falecido pai, Stacker (Idris Elba, que só aparece em flashbacks ou é mencionado): liderar novos pilotos para outra guerra contra os monstrengos. É isso. A história é tão rasa que não tem como desenvolvê-la. Entram em cena mais personagens novos, desnecessários, estereotipados e com motivações bestas. Difícil focar em poucos, já que a criatividade dos roteiristas oscila entre baixíssima e inexistente e faz o roteiro de qualquer filme adolescente parecer digno de Oscar. Se o longa faturar uma bilheteria maior que o próprio orçamento, não me surpreendo. Afinal, olha o que aconteceu com a trilogia das prequels de “Star Wars” e a saga “Transformers”, apesar de algumas pessoas curtirem o primeiro filme.

“Manheeeeê!! Esses não são o Optimus Prime e os Autobots…”

Em par com o nível BOÇAL do roteiro está a direção de Steven S. DeKnight. Parece que o cara não teve o menor cuidado com o que o primeiro filme deixou e simplesmente ligou o dane-se pra tudo. Eu admiro a coragem de vários diretores estreantes (ex: Damien Chazelle, Greta Gerwig, Jordan Peele), mas o trabalho de DeKnight aqui está longe de alçá-lo a um patamar remotamente parecido com os citados e tampouco para qualquer cidadão que já dirigiu uma sequência, até as mais “mequetrefes”. Pensei que seria impossível, mas acredito que há mais momentos de vergonha alheia nesse show de horrores do que em “Batman & Robin” (sim, o dos mamilos).

“RAAAAAAAAAAAWWWWWWR!”

Eu realmente queria ter me divertido vendo isso. De verdade. Não teve como! Mas dou graças a Deus que o “Peter Jackson latino” e parte do elenco original não fizeram parte disso. Seria tão catastrófico quanto a destruição no filme!

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