Garimpo Amazon Prime Video: Animes!
Já não é de hoje que o Crunchyroll não é a única plataforma de streaming que vem a mente quando pensamos em animes. A Netflix vem produzindo animes originais num ritmo acelerado e aumenta seu catálogo a cada dia buscando mais e mais licenças.
Correndo por fora, temos uma “novata” no ramo de animes e do streaming no Brasil, a Amazon Prime Video. Com um catálogo bem discreto, mas excepcionalmente bem arrumadinho, a Amazon começa a engatinhar nesse filão que jorra audiência de um público apaixonado, exigente e dedicado.
Para introduzi-los à mídia japonesa, apresento a vocês 3 animes com tons completamente diferentes. Temos uma comédia galhofa divertidíssima, extremamente sexual, com leves questionamentos sobre sexismo, de 2015, e outras duas obras do fim de 2017, uma de ação muito violenta e visceral e, por fim, um anime filosófico.
– Inuyashiki: O Último Herói (Inuyashiki), de 2017, criado por Hiroya Oku.
https://www.youtube.com/watch?v=ECXrxMIp2I4
Inuyashiki é uma obra sem rodeios, com violência gratuita e com inúmeras dualidades. Nela, seguimos a vida de dois personagens, o próprio Inuyashiki, um senhor de 58 anos, e Hiro Shishigami, um estudante do ensino médio. Ambos, por motivos diferentes, estão em um parque a noite quando um OVNI os acerta e transforma seus corpos em máquinas com habilidades sem iguais. Desse ponto em diante observamos o contraste nas vidas dos dois proporcionado por seus novos corpos. Vemos a juventude e inexperiência de um lado e a sabedoria da idade do outro. Enquanto um deles descobre sua humanidade e ganha um propósito em vida, o outro a abandona para dar vazão aos seus mais sombrios desejos. Isso cria uma rota inevitável de colisão entre os dois.
Inuyashiki é um anime com apenas 11 episódios e muito convidativo para aqueles que não estão familiarizados com o gênero.
– Re:Criadores (Re:Creators), de 2017, criada por Rei Hiroe.
Eu só não começo falando que esse foi um dos melhores animes da última década, porque esse ano estreou na NETFLIX o DEVILMAN: crybaby, brilhantemente resenhado por Gustavo, o viril, o que me deixou com uma puta inveja. Dito isso, Re:Creators ainda ostenta a 2ª colocação em animes que mais me prenderam ultimamente. Apesar de ser animado com traços mais simples e ter um enrendo contado de forma menos adulta – leia-se sem palavrão, muito sangue e sexo – o anime me fez parar para analisar a forma como eu encaro o mundo.
A premissa é profundamente instigante e certamente já passou por sua cabeça. Em um belo dia, personagens de obras do entretenimento (games, animes, livros, filmes, etc.) muito populares começam a aparecer no mundo real. Ficamos sabendo que seus mundos de fato existem e são criados por seus autores, que eles, obviamente, chamam de deuses. Conforme vão aparecendo personagens, grupos distintos se formam. Temos aqueles que querem que seus criadores alterem as histórias para poder melhorar/salvar seus mundos ou recuperar um ente amado, outros querem destruir o mundo dos deuses e obter respostas dos motivos de suas vidas desgraçadas e temos aqueles que acham que devem proteger os deuses e apenas voltar para seus mundos.
Nessa confusão personagens de mundos contrastantes se unem, forçando vilões e heróis a ficarem lado a lado, mesmo que hesitantes. Basicamente se você sempre quis ver o Conan, Homer Simpson e Sauron lutando contra Darth Vader, Batman e Sonic essa é a série para você.
São 22 episódios que valem MUITO a pena serem maratonados em um final de semana. Vem cá… vou te contar um segredo. Dá para começar pelo episódio 13, que dá um apanhado em tudo o que rolou até ali, mas você vai perder a construção e morte de alguns personagens marcantes. Agora é contigo!
– Prison School (Kangoku Gakuen), de 2015, criado por Akira Hiramoto.
Apresentei um anime com personagens fictícios que surgem em nosso mundo e outro com aliens transformando duas pessoas em máquinas mortais de guerra, mas, mesmo assim, sem sombra de dúvida Prison School é a indicação de hoje menos crível.
Toda história é ridícula e gira em torno de 5 alunos na casa dos seus 16, 17 anos que são feitos prisioneiros pelo Conselho Estudantil de uma escola frequentada só por meninas. São 12 episódios onde somente vemos os 5 alunos tentando aproveitar ao máximo essa oportunidade única de proporção menina/menino enquanto 3 representantes do Conselho tentam criar situações para expulsá-los da escola.
Prison School é uma comédia que se leva muito a sério e disso surge sua graça. Temos todos aqueles clichês de sacrifício e honra comuns no gênero, mas em situações totalmente descabíveis, exageradas e engraçadíssimas. Onde mais você encontrará um monólogo sobre bundas? Ou verá piadas sobre jebas?
Ao mesmo tempo que é uma comédia masculina galhofa e sexual, Prison School também faz críticas ao processo judicial japonês e ao tratamento da população carcerária, o 1º, assim como na maior parte do mundo, dominado por interesses políticos/econômicos e o 2º com pouco respeito aos direitos humanos.
Desligue seu cérebro e deixe-se levar.
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