Crítica: Mercury 13 - O Espaço Delas (Mercury 13)
Dois anos atrás, estreou o, na minha opinião, excelente e subestimado “Estrelas Além do Tempo”, um filme que conta a história de matemáticas negras que exerceram um papel importantíssimo durante os primeiros anos da corrida espacial. Ontem, a Netflix lançou o documentário Mercury 13 – O Espaço Delas, que mostra a batalha de mulheres para se tornarem astronautas, o que, para 99,99999% dos homens parecia uma piada. Bom, pra todos vocês que disseram que seria impossível e que “não precisamos de astronautas mulheres”, aqui vai o meu mais sincero TOMA, MACHISTAS (emoji de dedo do meio)!
Relatos de ex-pilotos e até de parentes fazem com que o público entenda bem o esforço dessas guerreiras e o tempo que demorou para os americanos mandarem a primeira mulher ao espaço. Os soviéticos mandaram a primeira da história 5-6 anos antes do homem pousar na Lua (e ele realmente pousou, tá, teoria da Conspiração?). Sabe quando que uma mulher americana foi pro espaço? Na década de 90. Apesar da demora, inúmeras críticas da sociedade e o fato de que as mulheres do programa titular nunca chegaram ao espaço, finalmente aconteceu e nada foi em vão. Acredito que, a partir daí, a NASA aprendeu o conceito de “direitos iguais” e “igualdade de gêneros”.
Seguindo aquela clássica estrutura de “depoimento de testemunhas/imagens reais/simulações tosquinhas”, o documentário não deixa de ser bem feito e legal. Confesso que o começo é um pouco arrastado, mas depois fica mais interessante. Essa história vai te inspirar? Vai. Ela e outras podem te deixar com muita raiva e uma vontade enorme de quebrar a TV cada vez que alguém fizer um comentário machista? Com certeza. Tudo isso aconteceu comigo e o meu nível de feminismo foi de “quase exagerado” para “levemente exagerado”.
Ele teve uma aprovação de 100% no site Rotten Tomatoes e virou um dos poucos filmes a atingirem essa nota. Não costumo concordar com suas avaliações, mas dessa vez sim. Você pode não curtir documentários, ter medo do espaço (como a colega aqui) ou simplesmente não se interessar em nada disso. Mas seu ponto de vista (talvez exceto a parte do medo) pode mudar e tomara!
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