Crítica: Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War)

Extasiado. Esse era meu estado após a cena pós-crédito de Vingadores: Guerra Infinita, um filme que todo fã de HQs esperou a vida toda. E eu não falo aqui de um filme cinematograficamente bom, como é o caso de “Logan” – que cumpre muito melhor essa função – , mas, sim, de se comunicar com aquele seu “eu” nerd interior e ele responder com um sinal de “ok”, está tudo certo. Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que essa é uma crítica spoiler free, mas mesmo não revelando quem sofre o que, como e onde, revelarei pequenos pontos da trama importantes para você entender o que esperar de longa

O MCU (Marvel Cinematic Universe) é um feito e tanto. Foram 18 filmes até chegarmos a esse ponto, inúmeros personagens foram (des)construídos e evoluídos, mundos foram apresentados, histórias se entrelaçaram e, finalmente, chegamos ao ápice no qual tudo isso ganha apenas um sentido, impedir Thanos (Josh Brolin) de cumprir seu destino. É um número total de filmes tão alto que excede o que a maioria das pessoas assiste em um ano. Mesmo personagens secundários, juntando todas as suas aparições, praticamente tiveram tempo de tela como se protagonizassem seu próprio longa e isso vai pesar em como a história é contada em Guerra Infinita.

Com a exceção de Thanos, que desde muito tempo vem fazendo suas pequenas aparições, poucos novos personagens foram introduzidos, todos os eles lacaios do nosso mais novo chicletão ploc. Mesmo que eles proporcionem boas cenas de ação, basicamente nada agregam à trama. Essa é uma marca que a Marvel luta para apagar: seus vilões esquecíveis. Mas quando ela se dedica a trabalhar com o mesmo cuidado que despende aos seus heróis, temos personagens que ficam registrados em nossas mentes, como Ego (Kurt Russell), Loki (Tom Hiddleston) e, agora, felizmente, Thanos.

Ele é o malthusiano mais apaixonado que já vi retratado no cinema. Todo o enredo do longa, sua luta para conseguir as Joias do Infinito e seu passado giram em torno do controle populacional universal e na sua busca pelo o equilíbrio: recursos X população. Muito interessante ver que ele não é retratado como uma força do mal, mas simplesmente como um ser com uma missão para um bem maior: “matar bilhões para salvar trilhões” (adaptado de Ozymandias – Watchmen).

Sua obstinação é tamanha que nada pode ficar no seu caminho, fazendo o filme brilhar como nenhum outro do MCU. A Guerra Infinita é uma verdadeira chacina, tanto em número de óbitos, como na violência (tem até sangue!). Ao somarmos isso com a construção dos personagens nesses últimos 10 anos, cada uma dessas mortes é sentida profundamente (e como!). Desde a primeira cena, até a última você terá seu coração despedaçado em um ritmo frenético. As 2h30min de filme passam num piscar de olhos e, ao subir os créditos, sua vontade será de ficar em sala para ver tudo novamente.

Infelizmente o filme é arranhado tanto pela ausência de alguns queridos personagens, como o Homem-Formiga, assim como a aparição de outros que servem apenas como fan service, sem ter qualquer propósito ou sentido. A dona Disney poderia, também, diminuir na quantidade das piadas, coisa que ela agora coloca em todas suas franquias adquiridas (vide Star Wars). Não é sempre que em momentos de grande carga emocional que eu quero rir.

Vingadores: Guerra Infinita cumpre seu papel com maestria, introduzindo efetivamente um vilão marcante, misturando diversos núcleos de forma fluida e divertida, mostrando cenas de ação de tirar o folego e, com muita coragem, matando personagens que você juraria que continuaria a ver por um bom tempo.

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