Crítica: Os Incríveis 2 (The Incredibles 2)

CATORZE ANOS!! Muita coisa muda em catorze anos. É mais que uma década! Pessoas saem da fase de criança e entram na adolescência. Alunos terminam a vida escolar nesse tempo. As coisas mudam neste ínterim, mas eu posso lhe garantir que uma coisa não mudou: a família Pera. Um dos filmes que mais pediam uma continuação, até por que seu final abandonava o público com um gancho, o aclamado “Os Incríveis” levou, caso você não tenha percebido, uma eternidade para chegar aos cinemas e finalmente aqui ele está.

Lá pelos idos de 2004, a onda de filmes de super-heróis apenas começava (aproveite e confira  o nosso Top 10 – Filmes de Herói Top 10 – Melhores Filmes da Marvel), quando então o clássico da Pixar chegou de uma forma um tanto descompromissada, agradando crítica e público. E é com muita satisfação que eu posso afirmar que “Os Incríveis 2” funciona e respeita carinhosamente e qualitativamente seu antecessor.

Iniciamos exatamente de onde paramos no 1º longa. Após o confronto com um super-vilão chamado o Escavador, Beto (Craig T. Nelson) e Helena (Holly Hunter) são repreendidos pelo governo, que os proíbe de continuar a atuando como super-heróis, afastando-os dessa vida. Porém, Gelado (Samuel L. Jackson) chega para Beto e Helena afirmando que existe alguém querendo colocar os super-heróis de volta à ativa e Helena é escolhida para ser a primeira a começar esta nova tarefa, tudo enquanto Beto fica em casa cuidando de Violeta (Sarah Vowell), Flecha (Spencer Fox) e Zezé (Eli Fucile).

Os personagens continuam como o grande ponto alto do filme. Cada membro da família Pera apresenta um tipo de conflito consigo mesmo com qual tentam lidar. Beto encara as dificuldades de ser pai em casa, Helena está às voltas com as complicações de ser super-herói, Violeta está com dificuldades nos seus relacionamentos, Flecha com um grande problema em relação à Matemática e Zezé que está descobrindo seus poderes.

Os coadjuvantes do original voltam e com força. Gelado ganhou um destaque muito grande neste filme, um ponto muito positivo em função do carisma e da personalidade do personagem. Edna Moda (voz de Brad Bird, o próprio diretor deste e do 1º filme), mais sensacional do que nunca, não foi forçada na trama, passando longe de deixá-la saturada, receio que eu tinha ao entrar no cinema.

Enquanto aos novatos, eles agregam de forma qualitativa ao filme. Temos o empresário que é o apoiador dos super heróis, dublado Bob Odenkirk, e sua irmã nerd que constrói todo tipo de tecnologia, dublada por Catherine Keener. A decepção se encontra no vilão do filme, que está longe de ser alguém memorável e está mais longe ainda de chegar aos pés de Sindrome (Jason Lee).

A comédia do filme é de altíssima qualidade, com destaque as cenas de humor que tem como protagonistas Beto e Zezé, este último que não tinha recebido destaque no filme anterior. São piadas muito boas, explorando todas as habilidades e poderes do bebê de forma a evoluir a trama e desenvolver os personagens. As piadas não foram simplesmente jogadas, elas têm contexto e não são nem forçadas e muito menos repetitivas.

Com uma narrativa muito bem desenvolvida e a direção mais uma vez certeira de Brad Bird, Os Incríveis 2 é mais uma vez uma animação excelente, com personagens incrivelmente bem construídos (e uma reviravolta previsível). A volta da família Pera às telas é um deleite para aqueles que tiveram o primeiro filme como parte de sua infância e conta uma história digna dos filmes da Pixar. Meu sorriso era claro ao sair do cinema, pois nada melhor do que revisitar suas origens, não?

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