Garimpo NETFLIX: Animações
Em uma semana com a estreia de os “Incríveis 2” nos cinemas, o Garimpo de hoje não poderia ter um tema diferente. No entanto, ao contrário da animação 3D que consagrou a Pixar, apresentarei aqui animações com as técnicas que mais aprecio: o stopmotion e o anime 2D. Muito já falei da produção nipônica em meus outros Garimpos Temáticos (Crunchyroll 1, Crunchyroll 2 e Prime Video) e do meu amor por esse tipo de arte que ainda é muito estigmatizada. Espero que você abra seu coração para essa obra da terra do Sol nascente da indicação do dia de hoje. Já o stopmotion, muito mais aceito pelo grande público, sempre esteve presente na cultura pop e produziu pérolas do cinema ocidental, como o sempre citado em época natalina, “O Estranho Mundo de Jack” (com Nostalgia), o comovente “Mary e Max: Uma Amizade Diferente” e a surpresa do Oscar 2017, “Kubo e as Cordas Mágicas” (crítica aqui!). Tenho certeza que você amará os 2 longas feitos com essa técnica apresentados no quadro.
Dito isso, não esqueça de conferir nosso Top 10 – Filmes da Pixar, nosso Assista! dos Incríveis, ambos lançados essa semana, e nosso Top 10 Animações, que contém obras em 3D, animes e stopmotion. Deixe nos comentários o que você achou das indicações!
– Anomalisa, de 2015, dirigido por Duke Johnson, Charlie Kaufman
Charlie Kaufman é disparado meu roteirista favorito no cinema e considerado um dos melhores em seu ramo ainda em atividade. Tomo por certeza que você já topou com alguns longas escritos por ele, como os extraordinários “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças“, “Adaptação” e “Quero Ser John Malkovich“. Em 2008, ele dirigiu e escreveu “Sinédoque, Nova York” – que, mesmo sendo muito bom, recebeu algumas críticas quanto a sua direção – e caiu em um grande hiato, escrevendo apenas um filme direto para a TV.
Eis que 7 anos após Sinédoque, ele volta a atividade assinando o roteiro e co-dirigindo a animação Anomalisa. E que retorno triunfal! Ele nos convida a olhar o mundo sob o prisma de Michael (David Thewlis), nosso protagonista palestrante, em uma viagem a trabalho. Logo de início percebemos a marca de Kaufman no absurdo da proposta, com personagens apresentando rostos e vozes idênticas, e com diálogos mundanos que te torcem a alma em agonia. Caso você queira se aprofundar mais na análise da obra, nossa queridíssima Larissa já falou muito sobre o longa no seu Assista! (confira aqui!).
– Saiki Kusuo no Psi-nan, de 2016 – , criado por Shûichi Asô
Imagine um super poder. Posso afirmar categoricamente que Saiki Kusuo o possui. Imagine outro. Ele também tem. Saiki é um adolescente no ensino médio que possui TODOS os super poderes existentes. Ele é super forte e rápido, pode ficar invisível, se transformar em quem quiser, pode se teletransportar, ler mentes, manipular fogo e objetos, tem a “visão além do alcance” e o que mais existir de super poder por aí. Imagine o que você não faria portando todos esses atributos. Miséria, né? Mas não é o caso de Saiki, que só os utiliza para passar despercebido e tentar levar uma vida normal.
Saiki Kusuo no Psi-nan é um anime divertidíssimo que explora situações de forma inversa. Como evitar que a garota mais popular e gata da escola se apaixone por você? Como não ser o melhor esportista da classe ou tirar as melhores notas? Com base nessa premissa e num formato não muito ortodoxo – com mais de 100 episódios curtos e costurados pela NETFLIX em episódios regulares de 22min – e caraterísticas peculiares, como por exemplo a forma que Saiki se expressa – nunca o flagramos falando, apenas pensando o que gostaria de falar -, esse anime é diversão garantida.
Coincidentemente a NETFLIX disponibilizou hoje a 2a temporada, que certamente será resenhada no site. É só clicar aqui!
– Coraline e o Mundo Secreto (Coraline), de 2009, dirigido por Henry Selick
https://www.youtube.com/watch?v=GJJ7nzs__pw
Coraline e o Mundo Secreto me pegou de assalto recentemente após assistir a um Top 10 animações mal direcionadas para crianças. De fato seu conteúdo, apesar de ter uma roupagem inicial bonitinha, parecendo ser um tipo de animação a la Tim Burton, ruma por caminhos obscuros. Nele acompanhamos a doce Caroline (Dakota Fanning), uma criança que busca escapar do seu cotidiano marcado por pais ausentes, uma nova casa isolada e falta de amigos. Toda a construção da obra, trilha sonora, fotografia, design dos personagens, a dublagem e a intensidade da animação – e leia-se aqui a ferocidade que alguns personagens apresentam – te arrastam junto com Caroline para um outro mundo, onde tudo que é perfeito é apenas uma roupagem para coisas terríveis.
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