Top 10 - Filmes da Pixar

Dia 28 de junho estreia um dos filmes mais aguardados de 2018 e o mais esperado dos últimos 14 anos (pelo menos por mim): Os Incríveis 2. Depois de todo esse tempo, finalmente teremos a sequência da animação amada por muitos e que fez parte da vida/infância de tanta gente! Com esse lançamento, a Pixar terá chegado a marca de 20 filmes e, com isso, decidimos aqui internamente fazer esta votação para a eleição dos 10 melhores filmes da produtora.

Fui aí em 2015. Muito mágico!!

Desta vez tínhamos apenas uma regra: longa-metragens produzidos pela Pixar. Ou seja, apesar dos curtas serem muito bons (até melhores que certos filmes), eles ficaram de fora. Antes de vermos quais foram os 10 escolhidos, aqui vai a história de como um estúdio qualquer se tornou um titã do cinema e responsável por alguns dos maiores sucessos de todos os tempos.

Há 34 anos, ela era propriedade da Lucasfilm e se chamava The Graphics Group. Com esse nome, lançou o curta “The Adventures of André & Wally B.“, que, de acordo com algumas fontes, deu início à “era” da animação computadorizada. Dois anos depois, em 1986, o Steve Jobs (aquele mesmo) comprou a produtora da Lucasfilm, levou junto dele seus fundadores, Edwin Catmull e Alvy Ray Smith, e trocaram esse nome bem genérico pelo que conhecemos e amamos. A partir daí, só veio sucesso pro pessoal, porque não só revolucionaram o cinema com “Toy Story”, o primeiro longa feito 100% por computação gráfica, mas também faturaram uma quantia absurda de dinheiro, prêmios e admiração.

O resto é uma história que todos já conhecemos e ainda está sendo escrita, com muitos sucessos por vir. Dos 19 longas produzidos até aqui, 16 foram votados. Curiosamente, os 3 que não foram lembrados pelos votantes são os 3 filmes da franquia “Carros”. Já a mais famosa e bem-sucedida franquia da companhia, “Toy Story”, teve todos os seus 3 filmes votados, com dois figurando na lista final. No mais, como esperado, nada menos que 5 dos filmes aqui escolhidos como os 10 melhores da Pixar também constam de nosso Top 10 – Animações.

Ryan Fields e Rene Vettori, o casal 20 fundador do MetaFictions, em visita aos estúdios Pixar em sua lua-de-mel.

Agora, sem maiores delongas, vamos ao nosso Top 10 – Filmes da Pixar!

10ª – Viva: A Vida é uma Festa (Coco), de Lee Unkrich e Adrian Molina

Eu sei. Já falei sobre Viva: A Vida é uma Festa trocentas vezes. Mas, sinceramente, não me canso de falar!!! Pra quem não sabe (que eu duvido), a atual vencedora do Oscar de Melhor Animação conta a história de Miguel, um jovem aspirante a músico que é enviado à Terra dos Mortos, dando início a uma aventura incrível e emocionante. Apesar do filme ter sido bastante aclamado no geral e por sua também oscarizada canção (LEMBREEEEEEEE DE MIIIIIIIIIIIIM), o roteiro é tão subestimado!! É uma história linda, de chorar (também, né?! É do mesmo diretor de Toy Story 3!) e uma representação belíssima da cultura mexicana, que adoro. Um espetáculo em todos os sentidos e perfeito pra todas as idades, mas leve muitas caixas de lencinhos de papel.
Por Valentina Schmidt


9º – Ratatouille, de 2007, dirigido por Brad Bird e Jan Pinkava

https://youtu.be/wiC3oNuYRNo

Manifesto sobre a arte disfarçado de fábula culinária, RATATOUILLE é a obra-prima de Brad Bird, alcançando níveis de sensibilidade e complexidade superiores aos já formidáveis “O Gigante de Ferro” e “Os Incríveis”. Recheado de gags visuais deliciosas (Remy controlando Linguini como marionete), uma visão mordaz sobre a organização do trabalho (a estrutura hierárquica da cozinha) e uma construção de personagens que dá margem para inúmeras interpretações psicanalíticas (seriam Ego, Linguini e Remy representações do superego, ego e id de uma mesma subjetividade?), o filme talvez seja a mais ousada empreitada da Pixar até hoje. Além disso, sua visão sobre família é o anti-O Rei Leão: se no clássico de 1994 o importante é lembrar de “quem você é” e retornar ao ciclo familiar, em RATATOUILLE o foco é se libertar das convenções familiares para seguir o próprio destino. Contudo, não há dúvida que a maior qualidade dessa obra é apresentar uma discussão sobre arte e crítica mais profunda que muitos livros acadêmicos. A cena em que Ego come o ratatouille, citando visualmente Marcel Proust, já nasceu clássica.
Por Anderson Gomes

8º – Monstros S.A. (Monsters Inc.), de 2001, dirigido por Pete DocterDavid Silverman e Lee Unkrich

“Manda esse treco de volta senão o bicho pega, o bicho pega!”. A cantoria clássica de Mike Wazowski permanece inesquecível na minha memória – e olha que ela costuma ser miserável. Em um piscar de olhos 17(!) anos se passaram desde que estreava a inconfundível animação Monstros S.A., quando eu, menininha de seus então 7 anos, descobria o que viria a ser um de meus filmes preferidos e “inenjoáveis”. Para a minha euforia, não só a obra se perpetuou em minha memória como resistiu ao passar dos anos por continuadamente conquistar seu público alvo; cansei de, encantada, observar crianças de seus sete anos tendo como referência “meu” filme. Passá-lo em sala, mesmo que seja um filme antigo (a concepção de velho para crianças é hiperbólica), é sempre um prazer – pra mim e meus alunos. Vê-lo em casa, de bobeira, é uma forma de analisá-lo de outros ângulos, ainda se tratando de uma produção sem pretensões de ser profundaça-revolucionária-lacrou. É claro que, como é tradicional, a Pixar traz sim uma lição interessante por trás de sua história criativa. Mas a fofura de Boo, as piadas de Mike e Sullivan e toda a criação de um universo monstro detalhado bastam para que o filme tenha se consagrado – e faça a manutenção desse posto – como um clássico.
Por Larissa Moreno


7º – Toy Story, de 1995, dirigido por John Lasseter

Eu era dessas crianças que acreditavam que brinquedos tinham sentimentos. Não achava que eles ganhavam vida quando eu não estava perto (isso seria muito estranho!), mas eu não conseguia não guardar um brinquedo depois de brincar com ele, jamais fui capaz de deliberadamente danificar um brinquedo e quando o polegar de um Comandos em Ação quebrava, meu deus! Era como se um grande amigo tivesse sofrido um grave acidente. Porque ele era meu amigo. E eu sabia que ele me achava um amigo também. Porque ele brincava comigo. E amigo é aquele cara que brinca com a gente e ajuda a gente a ficar alegre. O 1º Toy Story foi lançado em 1995. Eu tinha 19 anos e já não brincava com brinquedos há pelo menos 6 ou 8 meses (ou ao menos eu gostava de dizer que não) e quando ele saiu foi a culminação de várias das minhas paixões em um só lugar: brinquedo, desenho animado e computador. Mais ainda, desenho animado criado em computador! O primeiro do mundo! WOW! Estávamos começando a viver o futuro! Curiosamente eu não o assisti na época do lançamento. De fato eu vim a assisti-lo pela primeira vez quase 20 anos depois, já com 30 e muitos anos ao lado de minha esposa, incrédula por eu nunca ter assistido a “O FIlme” que, na opinião dela, tinha sido feito pra mim. E acho que por isso mesmo ele me foi tão importante. Eu não era um adolescente chato, virando o nariz para “coisas de criança”, forçando a barra pra crescer rápido. Eu era um camarada entrando na reta final para a meia-idade, já morrendo de saudade da infância e de toda a magia que tal período traz consigo. E o filme tem tudo isso! A alegria de ser criança, de imaginar aventuras fantásticas, de sentir sentimentos incontidos – o ciúmes de Woody por Buzz que depois se transforma em amizade incondicional. Toy Story é um clássico absoluto pois consegue traduzir com precisão, através dos brinquedos, o que é ser criança. De novo. E no computador, cara!! Que do caralho!
Por Vlamir Marques

6º – Procurando Nemo (Finding Nemo), de 2003, dirigido por Andrew Stanton e Lee Unkrich

https://youtu.be/TpkmyYZeUkc

Há uma animação que a maioria dos olhos infantis já fitaram. É uma obra marcante sobre o desespero de um pai em achar seu filho. Emoção e alegria são os sentimentos que eu posso usar para descrever “Procurando Nemo”, um filme que não só se trata de um peixe desaparecido, mas sim da devoção de um pai para procurá-lo, de uma amiga com Alzheimer, de “peixólotras” (viciados em peixe), entre outros, nem parece um filme infantil, né? O mais incrível deste longa é como ele aborda estas temáticas de uma maneira graciosa e divertida, criando personagens únicos e bem caracterizados. Uma aventura que aquece tanto nossos corações que chega a ser nostálgico. Procurando Nemo é tão lindo e tão aconchegante, combinando temas bastante controversos como a inocência da fase infantil. Um marco na história das animações!
Por Gabriel Eskenazi


5º – Os Incríveis (The Incredibles), de 2004, dirigido por Brad Bird

O início do século XXI é marcado pelo nascimento da era de ouro dos filmes de super-heróis e, aproveitando a maré, em 2004 a Pixar lança “Os Incríveis“, tornando-se imediatamente um hit colossal. Instantaneamente fui cativado pelos seus personagens humanizados e multidimensionais (grande especialidade do estúdio), história relevante e um vilão com qual podemos nos identificar. Muito disso – na verdade quase tudo – se deve a sua similaridade com minha HQ favorita, Watchmen. Em ambos temos heróis em seus auges, sem ter seus atos questionados pela população/governo, alguns heróis começam a exagerar no vigilantismo, governantes forçam as suas aposentadorias na caneta, alguns continuam em atividade por questões pessoais violando a lei, enquanto a maioria luta para se ajustar a uma vida normal, há um retorno triunfal de todos os heróis da história aposentados e novos para lutar contra um mal maior e, por fim, vemos que capas não são uma boa ideia, né, Dollar Bill? Infelizmente tivemos que esperar 14 anos para ver uma sequência – e nesse meio tempo tivemos a trilogia Carros (2006, 2011 e 2017) o que me deixa muito confuso quanto à metodologia para sequências da Pixar – daquele que talvez seja a versão de Watchmen para crianças.
Por Ryan Fields

4º – Divertida Mente (Inside Out), de 2015, dirigido por Pete Docter e Ronnie Del Carmen

Grande é a complexidade da mente humana. Muitos são os estudos que tentam desvendar o que ocorre internamente a cada indivíduo, o que promove, tão a curto prazo, uma explosão de alegria ou uma turbulência de tristeza. Como o que passamos em nossos dias nos afeta emocionalmente e como cada detalhe desses nos constrói enquanto seres humanos? Divertida Mente, da maneira mais sensível possível, nos faz viajar pela mente de uma adolescente, apresentando como ela lida com suas frustrações, medos, tristezas, desejos e alegrias. Na personificação de cada uma das emoções mais imediatas de alguém, contemplamos os conflitos emocionais que se desenrolam na mente juvenil da pequena garota, enquanto sua personalidade vai se consolidando frente às situações com as quais é obrigada a lidar. A partir de bonecos renderizados por computador, somos envolvidos pela avalanche de sentimentos e emoções demasiado humanas que conclui, de maneira sutil e belíssima, que nossas alegrias são firmadas em nossos momentos tristes, sendo estes os responsáveis por nos fortalecer e encontrar a felicidade.
Por Rene Michel Vettori


3º – Toy Story 3, de 2010, dirigido por Lee Unkrich

O primeiro filme colocou a Pixar no topo do mundo da animação. “Toy Story” revolucionou o gênero com técnica e roteiro jamais vistos. Mas Toy Story 3 elevou a produtora ao grupo dos grandes construtores de emoção. Se nós espectadores tínhamos crescido (ou envelhecido um pouquinho) junto com Andy, Woody e Buzz, a última (até agora) parte de suas aventuras foi centrada totalmente no poder da amizade e na capacidade que o afeto tem de nos tornar mais fortes. Só que tudo isso embalado por um roteiro impecável, um ritmo perfeito e uma realização magistral. Não à toa, foi indicado a cinco categorias no Oscar, incluindo melhor filme e roteiro, e abocanhando dois homenzinhos dourados (animação e canção) Mas o grande mérito, no fim, foi, como apenas o bom Cinema sabe, ter criado memórias que nos fizeram entender direitinho o que Andy quis dizer com: “O que torna Woody especial é que ele não desiste de você, nunca. Ele vai estar lá por você, não importa o que aconteça”.
Por Marco Medeiros

2º – Up: Altas Aventuras (Up), de 2009, dirigido por  Pete DocterBob Peterson

Bizarramente o nosso 1º lugar do Top 10 – Animações não ficou em 1º neste Top – 10 da Pixar (culpa dos novos colaboradores votantes no site). Isto, contudo, não muda o fato de que Up – Altas Aventuras é responsável pelo melhor uso disparado do recurso da montagem (aquele monte de cena, em geral com um fundo musical, que denota a passagem de tempo) na história do Cinema. Em um intervalo de pouco mais de 4 minutos, acompanhamos as décadas que Ellie e Carl Fredericksen passaram juntos e entendemos imediata e inequivocamente todo o desenvolvimento daqueles dois personagens, da sua relação e, principalmente, do amor indescritível que os une. É de uma sensibilidade e beleza tal que a decisão de Carl de usar incontáveis balões de gás para erguer sua casa do chão e sair voando por aí em uma viagem intercontinental seja algo, ainda que evidentemente inacreditável e inverossímil, tão aceitável quanto até mesmo natural e obrigatório dentro do contexto daquele relacionamento. Na minha opinião, mais que a melhor animação da Pixar, Up – Altas Aventuras é a melhor animação ocidental já feita.
Por Gustavo David


1º – WALL·E, de 2008, dirigido por Andrew Stanton

É curioso que seja a partir de engrenagens robóticas, num futuro distópico, que a Pixar manufatura sua película mais humana e densa. WALL-E é a fusão derradeira entre a animação maquinária ianque com o naturalismo das animações clássicas derradeiras. Uma narrativa de amor, de redenção, sobretudo de humanidade que chega do pequeno robozinho. Um dos filmes mais emocionantes de nosso tempo, seria impossível imaginar essa lista com outro título no topo.
Por Thotti Cardoso

Listas dos Votantes

Ryan Fields

1 – Wall-E
2 – Up: Altas Aventuras
3 – Os Incríveis
4 – Viva – A Vida é uma Festa
5 – Divertida Mente
6 – Monstros S.A.
7 – Procurando Nemo
8 – Toy Story
9 – Ratatouille
10 – Toy Story 3

 

Gustavo David

1 – Up: Altas Aventuras
2 – WALL-E
3 – Os Incríveis
4 – Toy Story 3
5 – Divertida Mente
6 – Viva: A Vida é uma Festa
7 – Monstros S.A.
8 – Universidade Monstros
9 – Toy Story
10 – Vida de Inseto

 

Rene Michel Vettori

1 – Up: Altas Aventuras
2 – Toy Story 3
3 – Toy Story
4 – Divertida Mente
5 – WALL-E
6 – Ratatouille
7 – Monstros S.A.
8 – Viva – A Vida é uma Festa
9 – Procurando Nemo
10 – Valente

 

– Larissa Moreno

1 – Monstros S.A.
2 – Procurando Nemo
3 – Divertida Mente
4 – Os Incríveis
5 – Up: Altas Aventuras
6 – Ratatouille
7 – Procurando Dory
8 – Toy Story
9 – WALL-E
10 – Valente

 

Thotti Cardoso

1 – WALL-E
2 – Ratatouille
3 – Vida de inseto
4 – Up: Altas Aventuras
5 – Monstros S.A.
6 – Toy Story 2
7 – Toy Story
8 – Os Incríveis
9 – Divertida Mente

 

Vlamir Marques

1 – Toy Story
2 – Up: Altas Aventuras
3 – WALL-E
4 – Toy Story 3
5 – Monstros S.A.
6 – Procurando Nemo
7 – Toy Story 2
8 – Os Incríveis
9 – Valente
10 – Universidade Monstro

 

Marco Medeiros

1 – Toy Story 3
2 – Procurando Nemo
3 – WALL-E
4 – Os Incríveis
5 – Divertida Mente
6 – Up: Altas aventuras
7 – Vida de Inseto
8 – Ratatouille
9 – Monstros S.A.
10 – Valente

 

Anderson Gomes

1 – Ratatouille
2 – Divertida Mente
3 – Toy Story 3
4 – WALL-E
5 – Toy Story 2
6 – Toy Story
7 – Procurando Nemo
8 – Up: Altas Aventuras
9 – Os Incríveis
10 – Viva – A Vida é uma Festa

 

Gabriel Eskenazi

1 – Procurando Nemo
2 – Os Incríveis
3 – Toy Story
4 – Monstros S.A.
5 – Toy Story 3
6 – WALL-E
7 – Divertida Mente
8 – Viva – A Vida é uma Festa
9 – Ratatouille
10 – Vida de Inseto

 

Valentina Schmidt

1 – Toy Story 3
2 – Viva – A Vida é uma Festa
3 – Divertida Mente
4 – Os Incríveis
5 – Procurando Nemo
6 – Toy Story
7 – Up: Altas Aventuras
8 – Vida de Inseto
9 – Ratatouille
10 – Monstros, S.A.

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