Crítica: Um Pequeno Favor (A Simple Favor)
Já falei algumas vezes nesse site sobre o fenômeno de desconhecimento sobre uma obra. Ir ao cinema ver um filme e ter uma grata surpresa. Era uma noite de sexta-feira e o pequeno Eskina se dirigia ao cinema para fazer mais uma de suas sessões duplas, claro que solo! Quanto ao primeiro filme que vi, não estava muito esperançoso e, realmente, não se era para ter muita esperança (O filme “O Mistério do Relógio na Parede”, resenhado aqui no site). Saí da primeira sessão e, infelizmente, tive que aguardar mais trinta minutos para meu segundo filme. Minhas referências para a película, Um Pequeno Favor, eram mínimas: Um poster bem estilizado com Anna Kendrick e Blake Lively estonteantes e só! Fui completamente ignorante para o filme e não é que me surpreendi?
A trama é a seguinte: Stephanie Smothers (Anna Kendrick) é uma mãe viúva que, um belo dia, quando vai buscar seu filho na escola, conhece Emily Nelson (Blake Lively), uma mãe com presença e, de certa forma, intimidadora. Ambas se tornam “amigas”, e Stephanie está constantemente indo para casa de Emily. Até que um dia Emily desaparece, fazendo com que sua única “amiga” e o seu marido procurem por ela.
Aparentemente, parece mais um thriller genérico, porém o longa tem personalidade. O roteiro não se limita aos clichés de filmes desse gênero, ele demonstra carisma e realidade nas reações das personagens e no desenrolar dos fatos. Além disso, a alternância de momentos bem humorados para momentos de tensão é feita de forma natural e não forçada. E essa tensão é real. A sensação de que alguma coisa está errada martela a nossa cabeça constantemente. A ideia que temos é que estamos investigando tudo com a protagonista, não há conclusões tiradas do nada (salvo um único momento), nem facilitações que seriam usadas como artifícios do roteiro para avançar a história.
Contudo, o trabalho das atrizes protagonistas para tornar seus personagens reais é notável e respeitável. Anna Kendrick tem carisma e carrega realismo em suas ações e falas, a ingenuidade de sua personagem é muito bem retratada. Rimos com ela, ficamos preocupados com ela, entendemos seus conflitos e situações. Há de se ter alguém carismático para conduzir esta trama, e Anna Kendrick consegue. É importante, também, ressaltar o trabalho de Blake Lively. Suas ações transmitem mistério e duvida, imprevisibilidade é o que chama atenção na composição de Lively para a personagem. Ela se demonstra como um contraste para a protagonista, quase sempre a corrigindo e discutindo/falando coisas que são pouco presentes em seu universo.
O humor é estiloso e confortante, de forma de nos espelharmos com as situações. Situações de desconforto e momentos de indecisão, na comunicação com crianças principalmente. A protagonista entrega tais linhas de diálogo cômicas de forma exemplar. Enquanto o humor vindo da personagem de Blake Lively é mais grosseiro e rústico, demonstrando um ar de superioridade.
Em questão de falhas, o filme não possui muitas que sejam o suficiente para tirar o espectador da imersão. Porém, a falta de permissão para compreender certos momentos em primeira instância é presente, já embarcamos direto na cena sem muita preocupação, mas logo nos acostumamos e seguimos com a trama.
Um Pequeno Favor tem personalidade, uma mistura de humor com investigações que são, de fato, tensas. Uma belíssima performance de Anna Kendrick, como a protagonista, e uma forte presença de Blake Lively, agregam a um roteiro honesto e sem muitas arestas, fornecendo ao público um momento divertidíssimo no Cinema!
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