Garimpo Netflix: Violência
O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.
O ser humano é um primata violento em suas raízes. Mesmo insistindo em acreditar que somos seres racionais guiados por uma bússola moral, lá no fundo uma parte sua sente excitação com comportamentos destrutivos, sejam físicos ou psicológicos. Justificamos esses comportamentos de diversas formas, indo desde a legítima defesa, até o honesto e sincero serial killer que faz o que faz porque sentia essa necessidade.
Não acredito que existam pessoas desprovidas desses demônios internos, apenas a vida não apresentou circunstâncias que permitissem que essa escuridão tomasse o controle e mostrasse o que realmente somos: selvagens.
Inspirado por essa atitude primitiva, apresento 3 obras com propostas diferentes que tem na violência um ponto central. Aproveite e confira nosso outro Garimpo Netflix: Pé na Porta, Tapa na Cara e o Garimpo: Filmes de Ação!, que também exploram a temática.
– Ash vs Evil Dead, 3 temporadas (2015 – 2018), criado por Ivan Raimi, Sam Raimi e Tom Spezialy.
Servindo como continuação da trilogia “The Evil Dead” (1981, 1987 e 1992), conhecida no Brasil como “Uma Noite Alucinante”, e que recebeu um reboot em 2013, a série Ash vs Evil Dead estreou sem muito alarde e entregou 3 boas temporadas repletas de referências às obras anteriores, expandindo o lore do universo criado por Sam Raimi. Após muitos anos, Ash (Bruce Campbell), vivendo uma vida itinerante de merda num trailer, é encontrado por velhos fantasmas libertos pelo Livros do Mortos em uma cabana no meio da floresta há 30 anos. Para selar de vez o livro, ele, contando com a ajuda de Pablo (Ray Santiago) e Kelly (Dana DeLorenzo), sai em busca de pessoas especializadas em assuntos místicos enquanto demônios, a polícia e outros interessados no livro o perseguem.
Ash vs Evil Dead é uma das séries mais brutais da atualidade, resgatando um clássico cult do terror da década de 1980 e mostrando um gap de geração divertidíssimo em diálogos tão toscos quanto os da trilogia original. É mais uma prova que Ash ainda é rei. “Hail to the king, baby!”
Aproveite e confira outras publicações do MetaFictions sobre terror.
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– Doce Virgínia (Sweet Virginia), de 2017, dirigido por Jamie M. Dagg.
Existem forças na natureza que, ao se manifestarem, deixam um rastro de destruição. Elas causam um medo primitivo em quem as observa e nos deixa inquietos, já que são imprevisíveis e podem ceifar num instante tudo o que você mais estima, incluindo a sua vida. Esse é o caso do forasteiro Elwood (Christopher Abbott) – que protagoniza uma cena de abertura que causa todas as sensações mencionadas anteriormente -, um ser daqueles que não possuem filtros e que busca pagamento por serviços escusos prestados.
Em rota de colisão com Elwood temos o Justiceiro (já viu a crítica da 1a temporada?), que aqui atende pelo nome de Sam (Jon Bernthal), como um gerente de hotel e ex-peão consagrado de rodeio. De forma fluida e sem forçar o roteiro, eles compartilham o mesmo ambiente – além do local de nascimento, a “Doce Virgínia” – e todos os personagens que orbitam a história, elevando a tensão a cada interação entre os dois.
Esse é um longa conciso e de violência crua, que certamente você reconhecerá nos noticiários do seu dia-a-dia.
– Rua Cloverfield, 10 (10 Cloverfield Lane), de 2016, dirigido por Dan Trachtenberg.
Dentre os longas do universo Cloverfield, Rua Cloverfield, 10 é, para mim, o melhor de todos. Após o sucesso do 1o filme, que figura em nosso Top 10 – Filmes de Monstro, não demorou muito para termos uma sequência que ficou marcada, assim como todas as outras entradas na franquia, por um marketing singular, valendo-se de mistério e muita coisa nas entrelinhas. Ao olharmos para o 3o filme, “The Cloverfield Paradox“, apesar de não ter a excelência dos outros 2, talvez tenha sido o mais bem divulgado em uma estratégia de marketing que abalou o modelo convencional. Seu anúncio ocorreu no intervalo do Super Bowl deste ano, com seu lançamento acontecendo uma hora depois, permitindo instantaneamente que milhões de pessoas pudessem assistir sem sair de casa e sem custo adicional.
O sucesso de divulgação do 1o e 3o longas acabou por lançar uma sombra nessa maravilha que é Rua Cloverfield, 10. Nele, partimos da interação de 3 personagens presos em um bunker após um suposto evento cataclísmico. O protagonismo fica por conta de Michelle (Mary Elizabeth Winstead), vítima de um acidente de carro socorrida ainda inconsciente e levada para o abrigo subterrâneo. Fazendo companhia em sua estadia temos Emmet (John Gallagher Jr.), um peão de obra que sabia da existência desse bunker e correu para se refugiar lá. E, por fim, temos o anfitrião Howard (John Goodman), maluco de guerra carteirinha e responsável por salvar Michelle.
Brilhantemente, Dan Trachtenberg, constrói um ambiente de paranoia na relação entre os 3, gerando violência física e psicológica, com o autoritário Howard impondo suas vontades em uma atuação fantástica de Goodman. Em todos os instantes nossa percepção dos fatos é jogada de um lado para outro, conforme pequenos fragmentos de informação vão sendo revelados, até chegarmos a um final de arregalar os olhos. Os 3 filmes da franquia estão disponíveis na NETFLIX, mas se for escolher 1… escolha esse.
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