Crítica: Goosebumps 2: Halloween Assombrado (Goosebumps 2: Haunted Halloween)
Aqueles de vocês que, como eu, nasceram na década de 80, certamente vão lembrar de um filme chamado “Deu a Louca nos Monstros”, possivelmente o título mais anos 80 já criado pelo gerador de títulos genéricos traduzidos ao português (o original é “Monster Squad”, algo como “Esquadrão Monstro”). Este filme, cujo trailer e sua brilhante legendagem oitentista estão aqui embaixo, contava a história de um grupo de amigos em alguma cidadezinha americana cujo passatempo favorito era discutir em sua casa da árvore como eles fariam para derrotar seus monstros clássicos favoritos. Drácula, Lobisomen, Múmia e por aí vai. Por algum motivo que eu não me recordo (e vocês estão mais do que bem-vindos a refrescar minha memória), os tais monstros acordam e agora cabe ao tal Esquadrão Monstro salvar o mundo. Além de ter me ensinado o que era a virgindade, este filme também teve o mérito de ser reprisado milhões de vezes na Sessão da Tarde, sempre tendo o pequeno batatinha (eu) como audiência.
O 2o capítulo da franquia Goosebumps no cinema, Goosebumps 2: Halloween Assombrado é MUITO parecido com “Deu a Louca nos Monstros”. Aqui, assim como lá, uma cidadezinha é infestada de monstros e cabe a um grupo de adolescentes salvar o dia, grupo este no qual sempre tem um gordinho que faz merda. A diferença é que um foi feito em 1987 e outro em 2018. Portanto, o primeiro tem sangue, tripas e piadas com conotação sexual que obrigam a criança a aprender sobre sexo para entender a trama, enquanto que o segundo tem gummy bears possuídos e um boneco de ventríloquo meio emo, carente do afeto da mamãe. Sinal dos tempos…
Se no 1o Goosebumps a obra de R. L. Stine tomava vida assim que era escrita pelo autor, aqui ela já tem vida devido ao poder de Slappy, o tal boneco de ventríloquo que já havia feito uma participação no longa anterior. Ele tem o poder de animar qualquer coisa que ele veja e, estando nós aqui na noite de Halloween, já se sabe o que ele vai trazer à vida para tocar o famoso zaralho na cidadezinha.
Daqui em diante, o filme segue uma estrutura bem básica, apoiado na fórmulas já consagradas do gênero terrorzinho infanto-juvenil que já eram usadas no próprio “Deu a Louca nos Monstros”. E, a julgar pelas reações gostosíssimas dos meus sobrinhos que se encolhiam no meu colo durante toda a sessão (você pode conhecê-los aqui no CineMuleke) e precisaram ir ao banheiro fazer xixi 2 vezes cada um, as tais fórmulas funcionam que é uma maravilha. E mais, nenhum dos dois mijou a cama de noite, então dá para ir despreocupado quanto a isso.
Evidentemente, sendo você um sujeito com mais de 14 anos, é bem provável que você ache Goosebumps 2 um tanto sem graça e bobo. Este filme, adolescente insuportável, não foi feito para você, mas, sim, para crianças de até uns 10 anos que querem chegar ao colégio no dia seguinte e contar para os amiguinhos que o tio legal delas as levou para ver um filme de terror no final de semana, claro que sempre suprimindo a parte em que elas quase se mijaram nas calças de medo.
Assim é que, tivesse eu ido assistir sozinho, minha nota seria bem menor. Mas, considerando que meus dois sobrinhos de 4 e 6 anos adoraram, falaram que era um filme nota cinco mil e quatrocentos e um milhão (este foi o número que eles deram) e não molharam a cama, além também do fato de que se trata de uma obra bem produzida, com uma trilha sonora mais do que adequada e que cumpre aquilo a que se propõe, Goosebumps 2 é uma pedida perfeita para levar as crianças. É até possível para você, adulto também insuportável, não mexer no celular durante toda a exibição.
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