Crítica: Nasce Uma Estrela (A Star Is Born)

Não vou mentir. Quando saíram as primeiras notícias de Nasce Uma Estrela, minha expectativa estava abaixo do esperado e, fora vários preconceitos idiotas, eu tentava pensar por quais motivos que alguém teria interesse em ver um enésimo remake (o terceiro, sendo mais específica) de um filme da década de 30 com praticamente o mesmo plot? Como me enganei. Me surpreendi já no primeiro trailer! Só tenho essa expressão para descrever o produto final: tour-de-force.

O drama musical conta a história de Jackson Maine (Bradley Cooper), um cantor de sucesso cuja relação com o álcool não é a mais controlada. Num certo dia, após um show e algumas bebidas, o artista se encontra dentro de um bar de drag queens e conhece Ally (Lady Gaga), uma garçonete e ocasional cantora do bar com um talento pra compor e uma voz que arrepia e emociona até quem não tem coração. Jackson a transforma numa estrela da noite pro dia, mas enquanto a fama de Ally cresce, a de Jackson entra lentamente em declínio e o abuso alcóolico quebra barreiras. Desde o primeiro “encontro” até a última música, a química dos dois é crível e é possível perceber a evolução dos personagens, seja por bem ou mal, durante o percurso do filme.

IN THE SHALLOW SHA-LA-LA-LA-LOOOOOOW

Imaginar o Bradley Cooper cantando foi, inicialmente, difícil. Temia algo tenebroso como a Emma Watson e aquele autotune de doer a alma (e os ouvidos) em “A Bela e a Fera“. Mas o cara mandou bem! Além de entregar uma mega performance e transformação, teve uma bela estreia como diretor e cantou todos os seus números ao vivo, por estímulo da Gaga, E realmente tocou guitarra/violão. Isso que é artista dedicado, né?Agora entendo sua paixão por ele, Tia Lu!

Assim como Cooper se mostrou incrível em tudo mencionado acima, Lady Gaga foi A MAIOR REVELAÇÃO! Não esperava isso dela! Todo mundo já escutou sua voz linda, mas ela se mostrou perfeita nesse papel, com muita credibilidade e dá pra ver que deu 105% de dedicação, carinho e força de vontade ao projeto. Muito boa escolha do departamento de casting. E quem compôs boa parte da trilha sonora? A própria vencedora de 6 Grammys e protagonista. Muita gente pode me matar por dizer isso, mas acredito que ela seja a Barbra Streisand da minha geração. A Babs estrelou o remake de 1976 e comentou que a edição é “muito, muito boa” e elogiou o trabalho de ambos. Se a estrela de um dos outros filmes aprovou, então, tá aprovado!

O filme se tornou um favorito dos críticos mesmo antes da estreia oficial e está entre os principais cotados para a corrida do Oscar de 2019. Independente dele sair premiado, de mãos vazias ou nem ser indicado, apesar de pouco provável, ganhou o amor de mais uma fã em sua torcida. Um dos melhores do ano sem dúvida.

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