Crítica: O Chefe (Jefe)

Um homem poderoso se apaixona por uma faxineira e a parti deste encontro de mundos a vida dos dois se transformará. Se esta sinopse te parece comum, é porque ela é. Hollywood está cheia de comédias românticas com premissas parecidas, trocando “faxineira” por “secretária” ou qualquer outro trabalho tipicamente exercido por mulher no qual há uma figura masculina como aquela que exerce poder. E esta é também a que parece ser a sinopse deste O Chefe, produção original Netflix que estreia nesta sexta-feira. Felizmente, estamos diante de um filme que não é de Hollywood, então, ainda que algumas coisas estejam lá, ele extrapola e se desvia da formuleta comédia romântica americana.

Neste aqui, César (Luis Callejo) é dono e presidente de uma grande empresa da Espanha. Putanheiro, cheirador e puto da cara com quase tudo que acontece, ele ainda assim é um cara de bom coração, que evita com todas as forças ter que demitir seus funcionários, muito embora esculache puxa-saco Gómez (Carlo D’ursi) sem a menor piedade. Após um final de semana de sacanagem sem limites, César chega a empresa na segunda, dá um teco no seu pó de lei e descobre que a sua empresa está indo para o caralho (palavras dele). Logo depois, recebe a notícia de que sua esposa o está deixando. Basicamente, César está num puta inferno astral quando, ao passar a noite no escritório, conhece Ariana (Juana Acosta), a impossivelmente gata faxineira da noite.

Daqui em diante a obra segue alguns clichés do gênero, desenvolve César enquanto um personagem turrão mas amável e Ariana como a pobre digna e orgulhosa que vai ajudá-lo a dar a volta por cima, em uma obra a respeito da qual, francamente, é bem difícil de se falar mal ou bem. Um bom exemplo disso é a trilha sonora. Apesar de se valer de um blues rock de qualidade, ela é usada de forma exagerada e, por vezes, sem que caiba muito bem naquele momento. E tudo vai mais ou menos nessa mesma toada, com partes iguais de acertos e erros.

Em geral, trata-se de um filme ok, o famoso marromeno, que até que cumpre ali a sua proposta, mas o faz se valendo de um roteiro meio inocente, com diálogos pueris, ao mesmo tempo que apresenta algumas soluções bem interessantes. É algo que certamente poderia ter sido estrelado pela Meg Ryan e estar passando em alguma Sessão da Tarde da década de 90, não fosse, é claro, a cocaína, a quantidade de hijo de puta proferida e a ereção que certamente eu e qualquer outro pré adolescente teria apresentado em uma cena protagonizada por Juana Acosta.

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