Crítica: ReMastered: Who Shot the Sheriff?

O universo da música é repleto dos mais diversos elementos, tão diversos quanto os eventos ocorridos dentro dele mesmol. ReMastered, série inédita da Netflix, irá explorar alguns dos acontecimentos mais interessantes e, de certa forma, estranhos desse universo. Em seu episódio de estreia, Who Shot the Sheriff?, aprendemos sobre um atentado contra a lenda e ícone do reggae Bob Marley. Pode parecer algo até convencional, mas não é uma história tão simples de contar.

O episódio já começa dando uma breve introdução sobre a juventude de Marley quando vivia na favela de Trenchtown, nos subúrbios da capital Kingston, e apresentando o contexto sócio-político bizarro em que a região estava inserida, fazendo parecer uma versão um pouquinho mais violenta da Cidade Maravilhosa. Em meio à Guerra Fria, entre os anos 60-70, dois partidos de diferentes lados competiam para ver qual candidato ocuparia o cargo de primeiro-ministro da Jamaica. Para tentar amenizar o clima tenso que dominava o país, o cantor organizou o Smile Jamaica Concert para promover a paz e união, porém, dois dias antes do concerto, Marley foi baleado em sua casa por um desconhecido com motivações indeterminadas. Deixo vocês com suspense no ar e curiosidade para conferir o episódio.

“Better to die fighting for freedom then be a prisoner all the days of your life.”

A série conseguiu me conquistar, com um único episódio, por não falar restritamente, nesse caso, do atentado. A equipe e os entrevistados conseguiram englobar de forma coerente e linear vários aspectos predominantes da época e da Jamaica para relacionar à complexidade de tudo que aconteceu antes e no decorrer dos eventos que originaram o tema do piloto. Infelizmente, acho que o acontecimento não é tão conhecido em boa parte do planeta, mas devia. Tudo demonstrado me chocou em vários sentidos e minha admiração por Marley aumentou demais por ser um grande símbolo de liberdade, algo que nosso país precisa nesses tempos difíceis de exclusão e bilateralismo.

“Emancipate yourselves from mental slavery. None but ourselves can free our minds.”

Mais um membro entrou para o grupo constituído das produções documentais originais da Netflix como “Making a Murderer” e “Wild, Wild Country“. Se você é fã de uma ou ambas, vale a pena verificar. Mas se é só um amante de música ou um mero curioso aberto a praticamente qualquer oferta, melhor ainda!

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