Crítica: Segurança em Jogo (Bodyguard) - 1ª Temporada
Acho que sei o que boa parte de vocês está pensando. A tradução da série “Bodyguard”, Segurança em Jogo, parece mais apropriado para um filme de ação do Jason Statham, mas se pegarmos o título original, um espectador que cresceu nos anos 90 pode pensar que é remake do romance com a falecida Whitney Houston. Quem pensou em uma das opções acima se enganou. Porém, uma adaptação podre de título foi capaz de estragar minha experiência? Claro que não.
O suspense da BBC em parceria com a Netflix conta a história do veterano de guerra David Budd (Richard Madden), que agora trabalha para uma unidade policial responsável por proteger membros do governo britânico. Depois de um certo evento, ele é contratado para acompanhar Julia Montague (Keeley Hawes), uma Secretária de Estado ambiciosa e cujas ideias diferem das de seu segurança. A relação entre os dois começa de forma turbulenta, mas depois flui naturalmente e VÁRIAS coisas acontecem.
Apesar da duração de uma hora, em média, por episódio, os produtores acertaram no ritmo de cada um, produzindo capítulos bastante dinâmicos e com algo acontecendo 96% das vezes. O roteiro é afiado, apresenta diálogos bons, personagens bem construídos e alguns que deveriam ser mais explorados. E nos tempos em que a diversidade é fortemente prezada, parabenizo a série pelo elenco diverso em questões étnicas, raciais e de gênero sem estereotipá-lo, como colocando mulheres em altos cargos e posições de, praticamente, mesmo nível/importância em relação a seus companheiros homens.
Ainda falando no elenco, todos entregam boas atuações, mas o Richard Madden tá sensacional. Convenceu demais ao interpretar um ex-soldado determinado, com traumas e uma relação não tão fácil com sua família. Uma mega revelação e faz com que seja difícil de acreditar que também era o príncipe da Cinderela e o famoso Robb Stark. São completamente diferentes! Alguém precisar fazer campanhas a favor dele na temporada de premiações do ano que vem.
No geral, a série é um grande acerto para ambas as redes e oferece entretenimento e tensão em seus seis episódios. Caso seja um tanto astuto, talvez veja tudo em um único dia, mas mesmo se não for, ficará viciado e, perdoe esse clichê, com aquele gostinho de quero mais.
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