Crítica: Garota de Fora (Girl from Nowhere) - 1a Temporada
Ser o(a) aluno(a) novo(a) em uma turma ou escola diferente é, sem dúvida, um desafio. E se enturmar, então? Prefiro não comentar. O simples ato de ser transferido para outro colégio já provoca grandes mudanças na vida de quem já está acostumado com o ambiente e, obviamente, dos novatos. A série tailandesa Garota de Fora apresenta os resultados e consequências dessas mudanças, enquanto foge quase por completo de sua proposta.
O programa de gênero indeterminado (até agora não sei direito) mostra a jornada de Nanno em diferentes escolas a cada episódio para revelar segredos cabeludos dos estudantes e funcionários. É uma proposta cativante e que pode chamar atenção de um cliente curioso, mas os roteiristas tacaram fogo na sinopse e transformaram algo possivelmente divertido em um show de horrores adolescente sem sentido. Durante seus 13 episódios de 37 a 45 minutos, a qualidade foi reduzindo de forma gradual até chegar no nível negativo. Uma pena, pois realmente queria gostar dela.
Ao invés de um suspense com uma pitada de humor negro, ganhamos uma besteira mal construída, sem nexo, deploravelmente atuada e que, na hora, o Spock diria ser “ilógico”, mas como eufemismo. O ponto mais baixo que atingiram foi ao aplicarem cenas de agressão absurdas (de ruim) e um plot twist horroroso, do nada, sem explicação e respostas às várias falhas de roteiro dessa bagunça. Vejam só onde a Netflix conseguiu chegar!
Foi difícil encontrar fatores positivos dentro dessa confusão, mas consegui. A menina que dá vida à jovem Nanno tem a aparência e comportamento perfeito para uma adolescente cínica, nojenta, vigarista, malvada, psicótica, tudo de ruim numa pessoa, fora o sorriso malicioso e a risada mais irritante do planeta, superando a da Janice de “Friends”. Daria uma boa namorada ao Patrick Bateman de Christian Bale em “Psicopata Americana”. Além disso, gostei do fato de que, em certos episódios, a estrutura narrativa muda de acordo com o tema discutido e introduzido pelas cenas e monólogo iniciais, outro fator positivo. É aqui que os elogios acabam.
No geral, a série peca em 98% de sua produção final, mas seus 2% restantes a impedem de ser mais uma falha enorme do catálogo de séries originais da emissora. As notas positivas que recebeu no IMDb me impressionaram, mas, caso seja renovada, tomara que a equipe INTEIRA aprenda com os muitos erros cometidos e que não liguem o “foda-se” em questões de criatividade.
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