Crítica: Aquaman

Eu sempre tive, e não escondo de ninguém, uma grande paixão pela DC. Meu fascínio por seus personagens e histórias beira o inexplicável. Porém, como todo bom fã da DC, nós sofremos. Sofremos em ver as adaptações das histórias que amamos serem levadas ao Cinema.
Começou com “O Homem de Aço”, passando a “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”, “Esquadrão Suicida”, “Mulher Maravilha” e “Liga da Justiça“. Quatro desses cinco filmes foram polêmicos (talvez excluindo Esquadrão Suicida que foi quase unanimemente odiado). E agora chega a hora do Aquaman.

Após os eventos de “Liga da Justiça”, Arthur Curry (Jason Momoa) está vivendo tranquilamente com seu pai (Temuera Morrison), até que Mera (Amber Heard) vem informá-lo que o meio-irmão de Arthur, o Rei Orm (Patrick Wilson), está pronto para declarar guerra a superfície.
Senhoras e Senhores posso lhes dizer, com bastante satisfação, que o saldo é positivo! Aquaman agrada no geral e instiga para o futuro da DC no cinema. James Wan, que dirige o filme, fez um trabalho estupendo. Ele apresenta takes e planos muito bem feitos, não se limitando ao casual. E, ainda, junto com a sua equipe de efeitos visuais, cria uma fotografia que, na maior parte das vezes, é linda. Ao mesmo tempo que Atlântida é moderna, tecnológica e avançada, temos os locais antigos que são majestosos e imponentes.

A direção de arte/figurino é, também, primorosa, apesar de termos algumas roupas bem “quadrinhos”. Os soldados de atlantes são grandes, pesados, brancos e com tons azulados, bizarro mas interessante. O visual do nosso querido Momoa, apesar de estar relutante ao uniforme até assistir o filme, está lindo e se mistura muito bem com os cenários e no meio da batalha. As armaduras dos outros povos atlantes são vistosas e muito bem feitas.
Indo na contramão disso, os protagonistas, Jason Momoa e Amber Heard, não mostram química, em uma relação de aparência forçada e pouco natural. Porém, na individualidade, há algo a se tirar. Ambos não são bons atores, falta carga dramática, mas, Jason entrega carisma e empolgação, enquanto Amber trabalha com o fator “badass” de Mera de forma minimamente satisfatória.

Os vilões do filme foram uma grata surpresa. O Rei Orm de Patrick Wilson é bem decente, suas motivações são claras e compreensíveis, porém ele ainda carrega uma força vilanesca grandiosa. Ele é mal por ser um tirano e Wilson entrega com talento tais requisitos (e que visual foda!), fiquei emocionado no final. Enquanto que o Arraia Negra de Yahya Abdul-Mateen II é pouco explorado mas, ao mesmo tempo, vai bem quando aparece em sua clássica jornada de vingança.
Quanto aos secundários, eles entregam o necessário. Willem Dafoe está suficiente como Vulko, o conselheiro real, Nicole Kidman entrega uma boa performance como a Rainha Atlanna e, por fim, Dolph Lundgren apresenta um Rei Nereus na média.

Nem tudo é um mar de rosas, infelizmente. O roteiro peca em um humor vazio, sem inspiração, salvo um momento ou outro. E, pior ainda, sofre de com diálogos não naturais, além de tecer um início bem fraco e apressado.
A trilha sonora, quando é a original do filme, não entrega algo espetacular, como as de “O Homem de Aço” ou de “Batman vs Superman”, porém faz seu trabalho em fornecer o suficiente para as cenas, ainda que seja prejudicada por músicas cantadas que não agregam nada a cena e parecem deslocadas. E por fim, as batalhas do filme são incríveis. Aqui tudo é grandioso e épico. Principalmente a batalha final, com tubarões, caranguejos, monstros gigantes, cavalos-marinhos e muito mais.

A mim, como legítimo fã de quadrinhos, filme satisfez, em especial em seu ato final. Personagens interessantes, efeitos visuais de cair da cadeira e alguns problemas no roteiro são os elementos do novo filme de James Wan, restando-nos torcer para que o diretor continue conosco por bastante tempo!
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