Crítica: Diablero - 1a Temporada

Ah, o Natal. Aquele período quando você pode comer aos montes, se reunir com a família. Não há nada melhor que isso, né mesmo? Pois é. Nada melhor que passar um tempo ao lado de seus entes queridos caçando um demônio pela Cidade do México. Essa é a principal atividade dos personagens de Diablero, série mexicana original da Netflix que, apesar de certas falhas, conseguiu me prender e poderá chamar a atenção dos fãs de séries com elementos sobrenaturais.

Baseado no livro “El diablo me Obligó”, de Francisco G. Haghenbeck, o sumiço misterioso de uma menininha leva o padre Ramiro Ventura (o rebelde Christopher Von Uckermann) e o caçador de demônios (o Diablero titular), Elvis Infante (Horacio Garcia Rojas), a uma caça em busca da criança e da criatura que a sequestrou. Também estarão acompanhados por Keta (Fátima Molina), a irmã de Elvis, e Nancy (Gisselle Kuri), uma jovem com seus próprios demônios, literalmente. Juntos, o quarteto também irá combater forças que determinarão o destino da humanidade. A sinopse básica é beeeeeem familiar, tanto que foi usada em inúmeras séries, como a minha amada “Supernatural”, mas não faz com que Diablero perca seu charme.

O diablero, o padre, a endemoniada e a enfermeira.

Não li a obra original, mas de acordo com algumas fontes, a história se passa em Los Angeles. Ao meu ver, transferi-la para a capital do México foi uma sacada de gênio, porque é uma cidade de maioria católica e, aplicando a sinopse “super original”, temos um resultado interessante, além de promover diversidade e representação aos latinos. O roteiro também não é dos mais brilhantes, mas tem a dose certa de terror, comédia e compensa algumas de suas incoerências, perguntas não respondidas e os efeitos especiais oscilando entre “toscos” e “decentes”.

Quanto ao elenco, o quarteto apresenta uma química crível e cada um atua bem tanto individualmente como juntos. Seus personagens beiram o estereótipo, mas os atores conseguem carregá-los e fazer algo novo, fora que conseguiram criar duas protagonistas mulheres fortes (algo que vários roteiristas fazem errado) sem serem objetificadas, o que é ótimo. Uckermann e Rojas alternam na dinâmica do “policial bom/policial mau” e fazem uma boa dupla no estilo “irmãos Winchester”. Molina interpreta, talvez, a mais realista dos protagonistas, dando um pouco de humanidade ao quarteto. Gisselle Kuri, ao meu ver, merece o maior destaque. Sua Nancy desenvolve seu próprio senso de humor, tem seus momentos e convence quando está possuída por um de seus demônios, resultando na minha atuação favorita dos quatro. Quase uma mistura da Ravena (dos “Jovens Titãs”) com o Mercúrio (da saga “X-Men”).

Eu quando falam que não vai ter rabanada no natal.

Clichês, cliffhangers e inconsistências à parte, a série consegue ser divertida e muito fácil de assistir. Apenas 8 episódios de 35 a 45 minutos e esse tempo pode passar mais rápido se o espectador gostar deste gênero. Espero que seja renovada para mais uma temporada, para que seu potencial seja mais bem explorado.

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