Crítica: Hero Mask - 1a Temporada

Em um futuro não muito distante, numa grande metrópole, uma jovem agente policial morre de um ataque cardíaco fulminante, deixando seus amigos e colegas de trabalho estupefatos. Alguns dias depois, um outro integrante da equipe é atacado por um assassino que o mesmo policial prendeu e que foi dado como morto na instituição onde cumpria pena. Demonstrando velocidade, força e regeneração sem iguais, esse assassino, ao morrer (novamente?!), definha num piscar de olhos, parecendo ter envelhecido 50 anos em 2 minutos. Como se já não bastasse essa maluquice, o corpo dele é levado por criminosos com habilidades apuradas da custódia policial, deixando o departamento com muitas perguntas e nenhuma resposta.

Simultaneamente ao núcleo policial, acompanhamos um grupo secreto planejando os próximos passos a serem dados, fazendo contenção de danos, monitorando as ditas cobaias e desenvolvendo o que parece ser uma máscara que dá poderes especiais, mas a um custo elevadíssimo. Embora o anime deixe claro que não haverá surpresas sobre a identidade dos nossos antagonistas, seus motivos ficarão escusos, cabendo aos nossos heróis descobrir quem são e porque estão fazendo isso.

Esse, meus queridos, é o cenário no qual Hero Mask, anime original NETFLIX, se desenvolve. Pela primeira vez em muitos anos de anime nas costas, eu assisto a uma obra desse formato que foi esculpida como uma série live action americana, com tudo muito plausível dentro das premissas e que não usa dos recursos costumeiros da mídia. O que poderia ser uma mistura agradável, agregadora e de fácil acesso, acabou se tornando um misto estranho entre o mundo dos animes e o cinema americano, deixando o produto final muito bipolar.

Referências de séries policiais animadas nipônicas – como “Psycho-Pass“, “Paranoia Agent“, “Monster”, “Death Note“ e até mesmo o original da NETFLIXB: The Beginning” – contam com elementos em sua narrativa ou animação característicos da mídia. Seja ele se passando em distopias tecnológicas, seguindo humanos biologicamente modificados ou entidades sobrenaturais, há um aprofundamento em suas peculiaridades e a criação de um lore que enriquecem consideravelmente a história sendo contada.

Mesmo Hero Mask apresentando traços comuns com alguns animes citados acima, ele não tem uma identidade, limitando-se a ser genérico até seu âmago. A obra é construída em uma investigação sobre contratos, pessoas ligadas ao governo e empresas armamentistas, com muita politicagem, troca de favores e pessoas que somem e reaparecem consistentemente, entremeada com algumas cenas de ação. Por mais promissor que possas parecer o enrendo, a impressão que tive foi de estar assistindo a série sobre a Lava-Jato, mas com seus suspeitos trocando tiros com a polícia federal.

Bem… pensando aqui, isso até que seria bem foda mesmo. Pagaria para ver, mas em Hero Mask ficou muito enfadonho, com um sério problema de ritmo – com 15 episódios dando voltas em fillers intermináveis -, e com um estilo artístico indistinto e sem vida, caindo novamente na falta de identidade para se destacar nesse nicho já com vários titãs.

Contudo, caso você seja uma amante incondicional de animes e queira dar uma chance a obra, você encontrará uma animação fluida e decente, com atuações consistentes, incluindo uma dublagem que, salvo um ou outro personagem secundário, é bem feita.

Dona NETFLIX, nós queremos mesmo é Cavaleiros do Zodíaco. Libera pra nós!

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