Crítica: O Príncipe do Natal: O Casamento Real (A Christmas Prince: The Royal Wedding)

Mais um conto chega à Netflix para nos lembrar que está próxima a data tão esperada por muitos: o Natal. Não apenas este cenário se repete em mais uma produção, mas também traz o protagonismo feminino com personagens de mulheres fortes e – assim como na outra semana, em “A Princesa e a Plebeia” – o mundo da realeza uma outra vez em evidência. Estes são os elementos principais de O Príncipe do Natal: O Casamento Real, uma continuação do filme “O Príncipe do Natal”, lançado pela própria Netflix em 2017.

Naquela ocasião, fomos apresentados à Amber (Rose McIver), repórter que entrara no castelo disfarçada como tutora da princesa Emily (Honor Kneafsey) com o objetivo principal de descobrir onde estava o príncipe sumido desde que perdera o pai. Aparentemente, nem a própria família real tinha ciência de seu paradeiro. Em meio a muitas intrigas e confusões, Amber encontra seu amor verdadeiro. Adivinha quem? O príncipe “reaparecido”. Caindo de amores, o então futuro rei pede a repórter em casamento.

Um ano depois – momento no qual se passa a sequência “Casamento Real” – Amber está à mil com os preparativos do casamento real e o seu futuro marido (já rei do país fictício de Aldóvia) enfrenta uma séria crise financeira no Reino, gerando insatisfação do seu povo. Nossa protagonista, com o faro jornalístico que lhe é peculiar, começa a investigar possíveis causas do problema de dinheiro daquelas terras. Percebe-se, portanto, que as mesmas características componentes da primeira produção se repetem nesta continuação.

Não se submetendo ao protocolo real de submissão, Amber se recusa a ser protagonista tão somente dos preparativos de seu casamento, tomando a dianteira na investigação dos problemas do país e mostrando àquele grupo conservador e tradicional que os tempos são outros. Como dissera Woody Allen, “tradição é a ilusão da permanência” e Amber, tal como a mulher forte e decidida que é, não tem planos de se manter em segundo plano. Dessa forma, o filme quebra a lógica mais comum das comédias românticas ao propor um elemento mais forte além da mera relação amorosa entre os pares. A necessidade da personagem de ser a protagonista de sua vida – e não apenas do filme – é o grande destaque desta trama.

Muito embora esse lado seja valoroso, a narrativa segue a mesma fórmula de sempre, mantendo a pegada da produção anterior e de outras com mesmo padrão (alguns já analisados aqui ao longo do mês). Assim como os citados, o cenário natalino é explorado como representação de redenção e a mensagem de conclusão é aquela de que o Natal é um momento mágico onde tudo de bom pode realmente acontecer. Um misto de conto de fadas, Natal e mulheres decididas.

por Leilane Vettori

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