Crítica: O Retorno de Mary Poppins (Mary Poppins Returns)

Antes de passar dessa para a melhor, Walt Disney participou e investiu (em vários sentidos) num último projeto. Pôde vê-lo fazer um sucesso estrondoso e nos apresentou à babá praticamente perfeita, baseada nos livros de P. L. Travers. Depois de 54 anos, ela e outros conhecidos estão de volta em O Retorno de Mary Poppins, uma sequência que, graças a boas escolhas, faz justiça a seu antecessor.

Durante a Grande Depressão na Inglaterra, reencontramos os irmãos Banks na mesma casa que moravam quando crianças. Jane (Emily Mortimer) é uma ativista-sindicalista, enquanto Michael (Ben Whishaw) se tornou pai viúvo de três crianças fofíssimas e funcionário do mesmo banco em que o pai trabalhava. Por causa de uns probleminhas, Mary Poppins (Emily Blunt) “pousa” em Londres com o objetivo de cuidar dos filhos de Michael e ajudar com os tais problemas. Pelo caminho, a história nos introduz a novos personagens, são entregues números musicais bem divertidos (até delicados), inúmeros easter eggs e referências ao clássico de ’64 e uma trilha sonora que faz jus à de Richard e Robert Sherman.

“Quanto tempo, hein?! Já faz 25 anos?”

Emily Blunt teve aprovação da própria Julie Andrews (que ganhou um Oscar ao fazer a babá) e faz uma Mary Poppins mais irônica, “madura” e com aquele mesmo charme e humor de antes, mostrando de novo seu belíssimo talento e muito boa química com o resto do elenco, principalmente, com as crianças. A nova geração dos Banks destaca-se ao formar uma família convincente quando ao lado de Whishaw e Mortimer. Sendo uma fã ávida de musicais, fico muito feliz em finalmente ver a estreia do compositor Lin-Manuel Miranda como ator em um filme. Ele já atuou e compôs musicais da Broadway bem famosos, compôs a trilha sonora (e canta) de “Moana” e, agora, se destaca demais como o carismático Jack. Além disso, não me segurei ao ver duas lendas vivas da Disney fazerem pequenas, mas marcantes, participações: Angela Lansbury (a voz da Sra. Potts no primeiro “A Bela e a Fera”) e Dick Van Dyke (o Bert do filme original!!!). Não vou revelar quando aparecem nem quem interpretam, mas digo que me arrepiei toda.

“SIMBORA, GAROTADAAA!!!”

A parte técnica do longa também está em boas mãos : o diretor Rob Marshall também fez a coreografia e tem experiência com musicais. Os efeitos especiais são bem decentes e a sequência em que mesclam live-action e animação 2D, algo que precisavam fazer, é muito bem feita. A trilha sonora era o que mais me preocupava, mas Marc Shaiman e Scott Wittman compuseram algo novo, divertido e sob consultoria de Richard Sherman, um dos compositores originais! Tinha como dar errado? Acho que não.

Muito obrigada, Sr. Marshall <3

No geral, considero este filme o melhor live-action do estúdio em 3 anos e sua melhor sequência fora dos universos Marvel e Star Wars. Uma tempestade de nostalgia na dose certa, homenagem sensacional ao clássico e nesse tempo em que vivemos, onde pessoas se separam por qualquer discussão, é bom termos algo que transmite uma mensagem de união e alegria: Supercalifragilisticexpialidocious!

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