Os 12 Melhores Filmes de Natal (ou não)

Daqui a alguns dias comemora-se o nascimento do menino Jesus. Talvez por ele não ter nascido exatamente no dia 25 de dezembro, talvez porque o povo gosta mesmo é de encher o rabo de peru (com trocadilho), o fato é que a maior parte da humanidade tá nem aí para isso. O que importa mesmo é Papai Noel, é brinquedo, é encher a cara em família, é aquele amigo oculto chato pra caralho no qual você tira o marido insuportável da sua prima a respeito de quem você não sabe porra nenhuma, é ter uma dificuldade absurda em ter paciência para ficar falando merda até alguém adivinhar quem você tirou, é receber de presente cuecas um tamanho abaixo do seu neste mesmo maldito amigo oculto, é brigar com o cunhado na festa, mandar a sogra ir para a casa do caralho e é, principalmente, amanhecer na praia do Leme com um lençol atochado no toba e um fusca com travestis estacionado na areia ao seu lado.

Me larga que eu quero ir ver a lista de natal do MetaFictions, porra!

É com esse espírito natalino e festivo que vos apresentamos a nossa lista dos 12 Melhores Filmes de Natal já feitos!

Só que não…

É com esse espírito escroto e ressaquento que apresentamos a vocês os 12 filmes natalinos menos natalinos de todos os tempos, seja porque o natal neles é um detalhe mais do que secundário ou seja porque essa data é esculachada de forma tão categórica que é até um acinte chamar essas obras de natalinas.

E esse natal que não chega nunca…

Temos aqui filmes para todos os gostos. Romance, ação, comédia, suspense, policial, clássicos absolutos e até mesmo um pornozão maroto para que os nossos leitores de 14 anos tenham um presente de natal mais divertido do que cartas pokemon.

Curtam, comentem, compartilhem, o que importa é que o espírito natalino tome conta de vocês e que a gente se encontre no Leme na manhã do dia 25.

25 de dezembro de 2017. Praia do Leme. Papai Noel. Travestis. Eu. Você.

Pagando Bem, Que Mal Tem? (Zack and Miri Make a Porno), de 2008, dirigido por Kevin Smith

Ok, eu menti quando disse que teria um pornozão nessa lista. Mas temos um filme sobre um casal de amigos que resolve fazer um filme pornô parodiando “Star Wars” chamado “Star Whores” (Putas nas Estrelas, em tradução livre) e temos aqui uma boa dose de peitinhos e demais partes pudentas de ambos os sexos. Zack (Seth Rogen) e Miri (Elizabeth Banks), o tal casal de amigos, evidentemente vão descobrir sentimentos que não sabiam existir e a história vai se desenvolver a partir daí. Destaque para o elenco coadjuvante (Craig Robinson e Jason Mewes engraçadíssimos) e os hilários diálogos escritos pelo excelente, ainda que irregular, Kevin Smith. De natalino mesmo, só temos que o filme se passa no natal, tem uma decoração na casa desses dois e uma ou outra referência porca a Papai Noel e tal. Filme indicado em nosso Garimpo Netflix.


Na Mira do Chefe (In Bruges), de 2008, dirigido por Martin McDonagh

Filme indicado em nosso Garimpo Netflix: Comédias, Na Mira do Chefe é tão não-natalino quanto a quantidade de “fucks” faladas por seu azeitadíssimo elenco que conta com Colin FarrellBrendan GleesonRalph Fiennes. A razão dele estar aqui é porque é ambientado por volta da época do natal, tem uma galera cantando música de natal e um anão que normalmente teria sido empregado para ser duende de papai noel em outra produção natalina, mas aqui interpreta um ator alcoólatra, cheirador e putanheiro. Nesta realmente magistral comédia, Colin Farrel é Ray, um assassino de aluguel que fez alguma merda na Inglaterra e é exilado em Bruges, um dos lugares mais lindos do planeta. Só que Ray é um bronco do caralho e acha tudo aquilo chatíssimo, passando o seu tempo tentando conciliar a culpa sentida pela merda que fez com a sua vontade de comer uma mulher local e de esculachar gente obesa que quer entrar em atrações turísticas. Obrigatório!

Batman: O Retorno, de 1992, dirigido por Tim Burton

Batman? Natal? Que porra é essa, fera? Pois então, apesar do imaginário popular lembrar desse filme porque basicamente toda a humanidade queria comer a Michelle Pfeiffer e sua roupitcha de Mulher-Gato inspirou (e inspira) muita periguete em festa à fantasia por esse Brasilzão de Meu Deus (pelo que agradecemos ao Senhor), lembremos também que o vilão do filme era o Pinguim e pinguim gosta de frio, logo, Tim Burton resolveu produzir seu 37º filme ambientado no natal. Nele, Batman (Michael Keaton) tenta salvar Gotham do Pinguim (Danny DeVito) enquanto tenta disfarçar uma ereção causada pela Mulher-Gato. Muitos entendem este como o melhor filme do Batman, em especial a galera da bondage e S&M.


Beijos e Tiros (Kiss Kiss Bang Bang), de 2005, dirigido por Shane Black

Antes de se reapresentar a todo o mundo civilizado e ressurgir das cinzas com seu Homem de Ferro, Robert Downey Jr. era só mais um ator promissor-cachaceiro de Hollywood que aparentemente havia jogado a sua carreira fora. Quisera eu estar jogando a minha carreira fora e ganhando milhões de dólares para estrelar em um filme excelente como Beijos e Tiros enquanto continuo enchendo a minha cara e assedio figurantes. Aqui, Robert Downey Jr. interpreta Tony Stark, mas dessa vez ele não é bilionário e seu nome é Harry, um ladrão meia-boca que, por acaso, acaba conseguindo um emprego de ator. Tudo é uma desculpa para colocar dois dos atores mais maravilhosamente canastrões da história juntos, Downey Jr. e Val Kilmer (que aqui interpreta um detetive particular), para contracenar durante a época de natal. Os dois vão tentar desvendar um crime, quase que exatamente como o mesmo Shane Black fez com mais dinheiro e com o mesmo fracasso comercial em “Dois Caras Legais“, indicado em nosso Garimpo Netflix: Dia das Crianças. 

Simplesmente Amor (Love Actually), de 2003, dirigido por Richard Curtis

No mês antes do natal, em histórias aparentemente desconexas, várias pessoas que não tem lá muito o que fazer estão passando por diversos problemas amorosos na Inglaterra. Uma delas, por exemplo, é a Laura Linney, cujo problema é a bilola do Rodrigo Santoro entrando e saindo de dentro dela, enquanto que outra é um moleque de 10 anos que parece estar vivendo seu primeiro amor, passando também pelo primeiro-ministro britânico, interpretado por Hugh Grant, que está torando a estagiária, e por Rick Grimes que, antes de furar a cabeça de zumbis em Walking Dead, estava aqui tentando furar o olho do amigo em uma cena que já entrou para antologia da arrozice, hoje chamada friendzone. É uma excelente comédia romântica passada por volta do natal e, já que falei de pornô ali em cima, sinto-me obrigado a dizer que tem também uma historinha com o Bilbo Baggins enquanto ator pornográfico.


O Amor Não Tira Férias (The Holiday), de 2006, dirigido por Nancy Meyers

Nesta comédia romântica genérica, mas fofinha, Cameron Diaz e Kate Winslet trocam de vidas numa situação ainda mais difícil de acreditar do que no mito do Papai Noel. Cameron é uma americana que tomou um chifre do namorado, Kate Winslet é uma inglesa danadinha que dava para o patrão comprometido com outra mulher. Tudo isso pouco antes do natal. Ambas ficam na merda e encontram a solução de suas vidas em um site que tenta emular de forma realista a trama de “Se Eu Fosse Você“, só que com menos pelo e gengiva. O tal site permite que você troque de casa com uma pessoa por um tempo e ainda não haviam descoberto que ele era uma fachada para o tráfico de escravas sexuais e a prática do dogging. Nessa brincadeira, Kate Winslet vai para Los Angeles e se fode bonito, porque a ela resta se pegar com Jack Black (que inacreditavelmente não canta e nem grita porra nenhuma), enquanto que Cameron Diaz, como pode ser visto no trailer, abre as pernas indecorosamente para Jude Law (gatooooooooooooo!!!), corroborando, mais uma vez e lamentavelmente, que todos os problemas femininos sempre são resolvidos com um macho.

Duro de Matar (Die Hard), de 1988, dirigido por John McTiernan

Este CLÁSSICO absoluto do Cinema, já homenageado em nosso Nostalgia: Duro de Matar, vê o mítico John McLane (Bruce Willis), um policial de Nova Iorque, indo passar o natal com sua esposa em Los Angeles. Ao chegar ao prédio mais famoso da 7ª Arte, o Nakatomi Plaza, Mclane é obrigado a derrotar Hans Gruber (Alan Rickman), o alemão mais inglês da história, para ver se ele consegue que sua esposa lhe dê algum valor. Mesmo depois de matar incontáveis capangas e salvar a esposa, e ainda repetir a dose em “Duro de Matar 2”, esta filha duma puta larga McLane só porque ele tava numa de encher a cara e amanhecer na beira do Rio Hudson, o equivalente nova iorquino à praia do Leme. Na verdade, usando tiros, explosões e pessoas morrendo violentamente à rodo, a franquia Duro de Matar é um drama familiar dos bons, com a filha dele quase morrendo no 4 e o filho estuprando a franquia no 5.


Máquina Mortífera (Lethal Weapon), de 1987, dirigido por Richard Donner 

Além da Copa União vencida brilhantemente pelo Clube de Regatas do Flamengo, o ano de 1987 trouxe outro clássico que também é assunto até hoje. Máquina Mortífera é um nome bizarro, que não se refere a porra nenhuma, não tem nada a ver com natal, mas que soa maneirão para um filme que consagrou a expressão “eu tô muito velho para essa merda” proferida por Murtaugh (Danny Glover) toda vez que o ensandecido Riggs (Mel Gibson) resolvia que seria legal encher o rabo de alguém de bala. Com uma trama mais ou menos e hoje vista como genérica, esta obra, que é passada durante o natal, definiu o gênero de buddy cop e fez com que Mel Gibson explodisse como uma das maiores estrelas da história do Cinema, além de garantir várias sequências e a cena épica em que, numa sacada genial de roteiro, Murtaugh, que está muito velho para essa merda (sendo merda a palavra chave aqui), vai dar uma barrigada e não pode se levantar da privada porque colocaram uma bomba nela.

Rocky IV, de 1985, dirigido por Sylvester Stallone

https://www.youtube.com/watch?v=bwJJkeOTT6Y

Com uma cena inicial que fica nos anais da história do Cinema, James Brown canta a maravilha que é morar na América e ser americano com sua agora clássica “Living in America” antes de Apollo (Carl Weathers), o Doutrinador (melhor nome de lutador de todos os tempos), lutar com o soviético Ivan Drago (Dolph Lundgren). Para efeito de comparação, seria como se o Cauby Peixoto cantasse “Endereço dos Bailes” antes de uma luta do José Aldo. Apollo morre de tanta porrada que toma e agora cabe a Rocky voltar da aposentadoria para vingá-lo em uma luta marcada para o dia 25 de dezembro. Enquanto Drago se prepara num laboratório, cheirando pó de whey e injetando anabol no períneo, Rocky, numa montagem escrota própria dos filmes dos anos 80, mostra o quanto a América é pura e boa ao se preparar levantando tronco de árvore, carregando pedra e dando martelada em pneu, efetivamente inventando o que hoje é chamado de Crossfit. Um clássico da Sessão da Tarde e que colocou o nome de Dolph Lundgren no mapa, somente para que ele pudesse fazer o He-Man em um filme constrangedor e depois virar o rei da locadora nos anos 80/90 (“Escorpião Vermelho“, porra!!!).


De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut), de 1999, dirigido por Stanley Kubrick

Lembram que eu falei que teria um pornozão aqui na lista? Bom, eu realmente menti como disse logo lá no primeiro filme, mas De Olhos Bem Fechados é o que há de mais próximo disso. A cena em que Tom Cruise participa de uma espécie de orgia ritualística vem sendo recriada por todas as produtoras pornográficas do chamado europorn desde então, sempre com muito sucesso e bom gosto. Tenho certeza, inclusive, que a ideia original do genial e intocável Kubrick era convencer Tom Cruise e Nicole Kidman, casados à época, a realmente meter na frente das câmeras. Porém, como não colou, ele se contentou com peitinho e bundinha de seus protagonistas e de quase todo o elenco, o que acabou por gerar um puta filme. Por acaso, essa putaria louca toda acontece durante o natal e esse casal danadinho termina o filme indo comprar presente de natal pra filha e falando sacanagem um pro outro. Ahhhh, o Natal!

Papai Noel às Avessas (Bad Santa), de 2003, dirigido por Terry Zwigoff

https://youtu.be/4zcCD1HT41k?t=52s

Não se deixe enganar pelo título genérico e pelo trailer mais ou menos. Este é, sem sombra de dúvida, o melhor, mais engraçado e mais escroto filme de natal já feito. Billy Bob Thornton é um ladrão que se veste de Papai Noel para, na noite de natal, roubar o shopping onde trabalha com a ajuda de Tony Cox, seu duende particular. Só que ele é alcoólatra, cheirador, gosta de comer cu de gorda, tem incontinência urinária e é incapaz de ter uma conversa com qualquer pessoa sem mandá-la para a casa do caralho. Ele acaba se afeiçoando por um molequinho gordinho meio retardado (em muito parecido comigo nessa idade) e é aí que o politicamente correto vai para o espaço, com grosseria atrás de grosseria e uma sessão de porrada dele nos pivetes que bullynavam o garoto. Com a participação de dois saudosos e hilariantes atores, Bernie Mac e John Ritter, Papai Noel às Avessas pega o papel onde estão escritas as tradições do natal e usa para limpar a bunda com aquela violência de arrancar cabelo.


Papai Noel das Cavernas (Rare Exports: A Christmas Tale), de 2010, dirigido por Jalmari Helander

Este último filme da lista é também o momento Garimpo dela. Ainda que aqui no Rio de Janeiro a gente seja criado para achar que papai noel mora em Penedo, na inacreditável e lamentável “Casa do Papai Noel” que tem por lá, a verdade é que este ser mitológico mora e escraviza seus duendes na parte finlandesa da Lapônia, lugar em cujas relações de trabalho o governo brasileiro se inspirou para fazer a reforma trabalhista. No adequadamente traduzido Papai Noel das Cavernas, uns moleques remelentos descobrem que uma corporação malvadona está escavando uma montanha lá no quinto dos infernos onde eles moram. A tal montanha é, na verdade, a maior sepultura do mundo e nela estão enterrados Papai Noel e sua trupe de duendes. Só que Papai Noel é na verdade um demônio gigante e chifrudo e seus duendes são uns velhinhos totalmente cracudos em biscoito de gengibre. Mais uma vez inspirando a atual legislação trabalhista nacional, o longa termina com a tal corporação do mal e uns pastores de renas da região se juntando para explorar o trabalho escravo dos duendes usando o vício deles em biscoito de gengibre.

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