Crítica: El Potro, lo Mejor del Amor
Inspirado em acontecimentos reais, o longa El Potro, lo Mejor del Amor conta a história de Rodrigo Alejandro Bueno, vulgo El Potro (Rodrigo Romero), um famoso cantor dos anos 90 da cidade de Córdoba na Argentina que popularizou o cuarteto a nível nacional. Por mais que tudo isso possa parecer muito distante da nossa cultura – e de fato até é um tanto -, você encontrará uma fórmula familiar nesse tipo de biografia.
O longa começa naquele momento antes do talento de Rodrigo ser descoberto, que no caso em questão ocorre por seu pai, o produtor musical Tito (Daniel Aráoz), e Oso, vulgo Urso (Fernán Mirás), que passa a agenciá-lo. Acompanhamos então a ascensão ao estrelato e a vida pessoal de El Potro, dando foco ao seu romance com Pato (Malena Sánchez), suas amizades com pessoas que passam a influenciá-lo negativamente e a sua relação com a música.
Eu tenho dificuldades em lembrar de algum filme sobre cantores famosos, incluindo aqui o bom “Bohemian Rhapsody” que não siga a sequência: início tímido e difícil, algum trauma, uso de drogas/se perde na putaria, renascimento e/ou morte prematura. Isso já é quase um pré-requisito para ganhar as telonas. Mas diferente de Freddie Mercury, El Potro não é conhecido no Brasil e seu estilo de música, muito regional, tampouco. Isso fez com que as muitas cenas longuíssimas de apresentações de músicas clássicas (olhando o seu Spotify elas estão lá como as mais tocadas) fossem penosas de acompanhar. Não falo isso por questões de gosto, embora o gênero não me agrade, mas por uma questão técnica – inclusive esse é um problema constante nessas biografias -, já que essas apresentações não possuem suspensão da realidade como em um musical, ocupam mais da metade do tempo de exibição e de um ponto de vista de ritmo da película causa um arrasto e uma barriga.
Excluindo os shows apresentados, sobra pouco tempo, mas ele é muito bem aproveitado quando conduzido por Rodrigo Romero. Além de ter grande semelhança com seu xará e carisma de sobra, sua entrega na performance em palco reproduzindo os trejeitos de El Potro (aliás, confira no YouTube algum vídeo dele para comparação, você ficará espantado) e a condução de uma vida desregrada em relações conflituosas dão um alento ao espectador, que passa a ter grande empatia pelo personagem.
Sendo tecnicamente bem executado e com atuações bem consistentes, El Potro, lo Mejor del Amor consegue prestar uma bela homenagem ao astro argentino, mas estende demais uma obra que poderia ter 30 minutos a menos.
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