Crítica: Revenger
Aqui no MetaFictions o pessoal diz que eu sou o nosso especialista em filmes de ação, artes marciais e afins. Eu, por minha vez, me acho especialista apenas na degustação de Pepsi, no preparo de carnes e em conseguir cagar em basicamente qualquer lugar. Esta última especialidade, curiosamente, guarda uma semelhança muito grande à nova adição ao bom e vasto acervo coreano da Netflix, Revenger.
Mesmo não sendo especialista em porra nenhuma, eu sou sim um grande apreciador deste gênero de filmes e sou obrigado aqui a repetir o mantra que venho entoando desde que começamos o site. A série “Operação Invasão“, a respeito da qual falei em nosso primeiro garimpo (confira aqui), veio para basicamente estragar praticamente todos os filmes do gênero anteriores ou posteriores simplesmente porque nunca nada havia sido tão real, produzido com tanto esmero, realismo, perícia e virtuosismo técnico. Tudo isto devido ao seu protagonista Iko Uwais e, principalmente, ao diretor galês Gareth Evans, que posteriormente viria a fazer o original Netflix Apóstolo, que figura com justiça em nosso Top 10 – Filmes de 2018.
Foi então com alguma euforia que eu, menino juvenil, encarei o trailer de Revenger, já que ele grita em letras garrafais que é do mesmo pessoal que produziu “Operação Invasão”. Há ainda uma tentativa de se vender o seu protagonista, Bruce Khan, como uma espécie de ícone das artes marciais. Eu, contudo, nunca tinha ouvido falar do moço, mas ele tem cara de quem me cobriria de porrada, então comprei a ideia e comecei a assistir, porém, bastou a narração em off e inexplicavelmente em inglês (trata-se de um filme coreano) do início, explicando em poucas palavras toda a trama do filme, para que eu tivesse a certeza de que estaria somente vendo mais uma bobagem genérica. E é. Bruce Khan é um policial que foi preso porque matou o chefão de uma quadrilha de sei lá o quê a sangue frio e por vingança. Em função disso, ele, um policial de renome, é enviado a uma ilha na qual 12 países da Ásia despejam seus condenados à morte por crimes violentos, mais ou menos como em “Fuga de Nova Iorque”, “Fuga de Los Angeles” e na Austrália, o país. Lá ele quer ainda matar mais um sujeito, chamado Kuhn, que teria tido alguma participação na morte de sua família.
E é isso. O que fez de “Operação Invasão” um filme tão foderoso é o fato de que ele se aceitava antes de qualquer coisa como uma peça de puro e visceral entretenimento. Sem floreios, sem muita preocupação com nada que não levasse seus personagens a se espancar impiedosamente, o que o levou a ter um sem número de cenas justamente de pessoas se castigando violentamente.
Em Revenger, contudo, um filme de porrada daqueles bem de porrada mesmo, perde-se muito tempo com um desenvolvimento de uma história que tenta, sem uma nesguinha de sucesso sequer, desenvolver os personagens e causar alguma empatia com eles, esquecendo-se que quem está ali na ilha é justamente o tipo de pessoa que todo mundo assistindo quer que o nosso herói mate inclementemente. O protagonista, por sua vez, não tem carisma algum e mal falar ele sabe; o vilão é só mais um cara, os demais personagens são até mesmo patéticos e é só abraçando a patetice deles que dá até para dar uma risada ou outra.
A única coisa que se salva aqui são efetivamente as lutas, nas meras 5 vezes em que acontecem. Em um filme como este era pra porrada estar estancando incessantemente, até mesmo como contraponto para todo o resto. Mas inexplicavelmente não é isso que acontece, de modo que ficamos na mão com um filme de porrada sem tanta porrada assim e que fracassa retumbantemente ao tentar ser qualquer outra coisa que não isso. E, quando acontece, apesar de termos aí algumas ideias executadas com competência, temos também o expediente de dar aquela apressadinha nas imagens em uns 5 a 10% só para fazer parecer que o sujeito está se movendo mais rápido. Quando feito bem, é ótimo, mas quando não é feito bem fica uma excrescência, sendo que temos aqui os dois casos.
A sensação de ter sido enganado pela chamada do trailer só fez aumentar quando eu descobri que o tal ícone das artes marciais, Bruce Khan, é só um dublê que trabalhou muito pouco por aí e estrela seu primeiro filme em Revenger. Não encontrei tampouco qualquer menção a ele enquanto alguma espécie de mestre de Tae Kwon Do fodão ou coisa do gênero. Ao que tudo indica, ele é só um cara forte, graduado em alguma luta e que trabalhou uma meia dúzia de vezes em alguns filmes de qualidade questionável como dublê ou então como Capanga #6. É sim impressionante que ele, no alto de seus 50 anos consiga fazer as coisas que consegue e manter aquela forma física, mas isto seria muito para uma competição de cross fit. Para um filme está muito longe de ser suficiente.
Ah.... achei o cara muito foda ! A lu de facão, mostrou muito bem o que ele sabe o que está fazendo . O roteiro do filme que é ruim ! Ele empunha o facão como um samurai empunha sua espada . A postura dele é e um Maurai ! Portanto ...bruce Khan só precisa de um filme melhor.
ResponderExcluirAh.... achei o cara muito foda ! A luta de facão, mostrou muito bem que ele sabe o que está fazendo . O roteiro do filme que é ruim ! Ele empunha o facão como um samurai empunha sua espada . A postura dele é e um Maurai ! Portanto ...bruce Khan só precisa de um filme melhor.
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