Garimpo NETFLIX #5
O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.
Essa semana em nosso Garimpo NETFLIX #5 apresentamos a essência de ser do quadro em questão. Com a nossa querida plataforma de streaming investindo literalmente bilhões de dólares na produção de conteúdo original em diversos locais pelo mundo e aumentando seu catálogo com a compra de direitos de distribuição, ela acaba por permitir que longas belíssimos e que teriam alcance limitado em um lançamento tradicional nos cinemas cheguem a um público mais amplo. Um belo exemplo disso é o filme que concorre em 10 categorias no vindouro Oscar 2019, “Roma” (confira a crítica, o nosso Top 10 Melhores Filmes de 2018 e nossas impressões dos indicados ao Oscar 2019).
Além disso, inúmeras pérolas de alguns anos atrás advindas de todos os cantos do mundo inundam o serviço silenciosamente a cada semana, esperando serem descobertas pelo telespectador mais curioso. Essas obras compõem a maior parcela de catálogo da NETFLIX e raramente chegam com algum alarde, necessitando que você invista tempo e se arrisque em filmes de cuja existência você sequer sabia. Ajudando nessa empreitada, nós aqui do MetaFictions já fizemos Garimpos dedicados à produção específica de alguns países, como a Noruega, Argentina, Austrália e Brasil, além de vários temáticos, com os nossos badalados Psicopatas, Guerra, Terror e Sci Fi, mostrando que há para todos os gostos.
E é nesse espírito que apresentamos hoje um longa de um diretor renomado, um filme do leste europeu e uma animação japonesa. Diga nos comentários que você achou das indicações e deixe dicas de longas e séries que você acha que deveriam estar no quadro!
– A Garota Húngara (Félvilág), de 2015, dirigido por Attila Szász
Uma mulher é encontrada morta no rio Danúbio em Budapeste, Hungria, em 1910. Quem é ela? Por que seu corpo está em um cesto no rio? Quem cometeu o crime? Essas perguntas são respondidas com a chegada de Szebeni Kató, 4 dias antes do corpo ser encontrado, em uma mansão para se candidatar à vaga de empregada. Em meio a uma relação complexa, conturbada e instável entre a governanta e a dona da casa, a jovem Kató passa a reconfigurar as relações de poder que acabam resultando em tragédia. Dando vida ao simples e belo roteiro de Norbert Köbli, a firme direção de Attila Szász fez do longa um deleite de se acompanhar, muito pelas as atuações de Patricia Kovács, Dorka Gryllus e Laura Döbrösi. Essa obra é sem dúvida uma bela introdução ao cinema húngaro e te deixará angustiado do começo ao fim.
– Grandes Olhos (Big Eyes), de 2014, dirigido por Tim Burton
Como um longa dirigido por Tim Burton (confira nosso Top 10 – Melhores Diretores em Atividade), contando com as atuações de Amy Adams e Christoph Waltz, vencedor de um Globo de Ouro e baseado em uma história incrível e verídica passa completamente despercebido? Não por eu ser um baba ovo dos 3 grandes profissionais citados acima (e eu sou), mas Grandes Olhos é um típico filme que tinha tudo para cair nas graças do público. Ele é divertido, bem produzido, atuado e dirigido. Contudo, ele destoa do perfil de obras do diretor, o que pode ter sido capital para o marketing e distribuição do longa. Nele acompanhamos a história de Margaret Keane durante os anos 60 e a sua relação com seu marido que assume os créditos de suas obras. Levantando diversas questões que permeiam relações abusivas, mercado de artes e feminismo, esse é um longa extraordinário que merece sua atenção.
– Forest of Piano (Piano no Mori), de 2018-, 1 temporada, dirigido por Nakatani Gaku
Em um belo esforço para honrar grandes compositores e edificar uma ode à música, Forest of Piano foi um dos animes mais comoventes e competentes de 2018. Acompanhamos dois alunos do 6o ano de uma escola fundamental numa pequena cidade do Japão, Kai Ichinose e Shuuhei Amamiya. Eles viram grandes amigos unidos pela paixão em tocar piano. No entanto, essa paixão pela música deriva de backgrounds bem diferentes. Enquanto Kai é um menino pobre, com uma mãe que é prostituta e que usa um piano quebrado jogado fora em uma floresta, Shuuhei vem de uma família muito rica e prestigiada, sendo o seu pai um famoso pianista no Japão. Por 12 episódios você acompanhará em diversos momentos do tempo como essa amizade se desenvolve e como a música possui um poder catalisador. Forest of Piano é certamente um ponto fora da curva, mostrando que uma história honesta e direta sobre uma temática apaixonante pode produzir ótimas animações.
Confira a crítica!
Leave a Comment