Top 10 - Melhores Filmes de 2018

É chegado aquele momento aqui no MetaFictions que todos se sentam para escolher os 10 melhores filmes do ano passado. Claro que em meio a esse processo, advogamos pelas nossas obras favoritas, tentamos ver tudo que mais está sendo votado por nossos colegas e, como não podia deixar de ser, julgamos com muito hate os votos dos outros em filmes que sequer consideramos bons (confira os votos individuais na última página!).

E que ano foi 2018, hein?! Tivemos bons lançamentos em todos os gêneros e facilmente poderíamos fazer um Top 20 de extrema qualidade, basta conferir nosso As Obras Mais Bem Avaliadas de 2018 (aproveite e confira também as bombas que tivemos que resenhar em As Obras de Pior Avaliação de 2018). Mas diferente de nosso Top 10 – Melhores Filmes de 2017, no qual figuraram somente obras lançadas nos cinemas, em 2018 a NETFLIX fez o favor de lançar consistentemente toda semana obras que pagaríamos um ingresso parar assistir, causando uma mudança importante na distribuição de longas no mundo. Essa mudança foi tão impactante que se refletiu em nosso Top 10 apresentado hoje, com 40% da lista composta ou por longas originais da plataforma ou distribuídos no Brasil por ela.

Menção honrosa aos que quase chegaram lá.

A nossa regra de voto era muito simples. Todos os longas lançados de 01/01/2018 até 31/12/2018 no Brasil, tanto nos cinemas quanto em plataformas de streaming, estariam aptos. O resultado obtido, com 50 obras citadas, mostra a diversidade e heterogeneidade de nosso grupo de 10. Para se ter uma ideia, apenas 4 dos 10 filmes receberam 5 ou mais votos, com o 1o colocado obtendo 6 votos de 10 possíveis e ainda assim não alcançando a metade da pontuação máxima.

Alguns blockbusters badalados e premiados no Globo de Ouro entraram na lista final, assim como pérolas alternativas que certamente merecem a sua atenção, seja você um cinéfilo apaixonado ou um telespectador casual. Não esqueça de dar a sua opinião nos comentários e deixar o seu Top 10 para a nossa apreciação! E que o hate transborde.

10º – Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War), dirigido por Anthony Russo e Joe Russo, lançado em 26 de abril.

Chega a ser emocionante que esse filme sequer exista! Anos e anos esperando para esse bicho aparecer e acabar com todo mundo! Puta merda, a Marvel Studios entregou o maior filme possível. Vingadores: Guerra Infinita é épico, espalhafatoso, emocionante, engraçado, bem feito e incrível. Toda a jornada da Marvel até seu lançamento é sentida nesta obra. E que grande antagonista é o Thanos! Ele que carrega o filme, ele que intimida, ele que é o maior vilão da Marvel. Além do trabalho magnífico de construção emocional do personagem, os efeitos visuais são de cair o queixo. Tudo é crível, com texturas, cores e efeitos maravilhosos. É lindo ter acompanhado esses heróis durante dez anos só para culminar nesta batalha estrondosa. Vingadores: Guerra Infinita está em meu coração que com certeza será partido com a conclusão na continuação que sairá em 2019. Definitivamente, o “Império Contra-Ataca” dessa geração.
Por Gabriel Eskenazi


9º – Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi (Mudbound), dirigido por Dee Rees, lançado em 15 de fevereiro.

Fevereiro é o mês em que uma enxurrada de filmes indicados ao Oscar já lançados nos EUA chegam ao Brasil, sobrecarregando as salas de cinemas, cinéfilos e críticos. Dentro dessa leva e passando despercebido pela maior parte do público brasileiro, Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi te atinge de tantas formas e tão violentamente que ainda estou incrédulo com a sua não indicação ao Oscar como Melhor Filme em 2018. Mesmo ainda figurando na premiação nas categorias de Melhor Canção Original da própria Mary J. Blige, que também concorreu como Melhor Atriz Coadjuvante, Roteiro Original, que é impecável, e Cinematografia, que retrata com uma beleza singular o sudeste americano, uma região rural, pobre e que exibe as marcas da escravidão, o sentimento que carrego é o de injustiça quanto à falta de reconhecimento da película. Esse é um longa devastador e necessário, que expõe de forma crua os horrores de uma mentalidade pequena, mesquinha e cruel. Garanto que após escutar Pappy McAllan (Jonathan Banks) falar “você está no Mississipi agora”, você nunca mais será o mesmo.
Por Ryan Fields
8º – Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman), dirigido por Spike Lee, lançado em 22 de novembro.

Infiltrado no Klan é filme para se guardar dentro da gente. Apesar do conhecimento prévio de que é baseado em eventos reais da década de 70, Spike Lee nos ilude numa narrativa tragicômica que beira a ficção, tamanha a qualidade da trama conduzida por personagens bem construídos por ingenuidade, maldade, inteligência, resiliência e perversidade. No embalo do filme você se questiona se tudo aquilo é verdade verdadeira e se deixa levar aparentemente por um final feliz, à luz da justiça e do humanismo, claro, com seu toque genial de deboche e exposição da vilania ao ridículo. Mas eis que o grand finale nos reserva um coice de realidade. Fatos documentais nos chapam na poltrona, quando o racismo atual nos é esfregado nas fuças, a irracionalidade e a desumanidade entram em cena de verdade, escancarando o preconceito contemporâneo saindo dos esgotos e mostrando sua face animalesca. Pior: respaldado pelos Estados retrógrados que se enroscam cada vez mais nas entranhas do planeta. Filme importantíssimo e necessário. Recomendo que seja assistido no mínimo duas vezes por semana, de preferência antes de colocar a cabeça no travesseiro.
Por José Guilherme Vereza


7º – Bohemian Rhapsody, dirigido por Bryan Singer, lançado em 1º de novembro.

O ano de 1985 foi sensacional para o universo da música. Além de famosos eventos como a colaboração “We Are The World” e o primeiro Rock in Rio, vários artistas se apresentaram no concerto Live Aid, do qual participou o Queen, lindamente representado em Bohemian Rhapsody. O filme mostra a longa jornada do grupo desde sua primeira apresentação até esse momento alternando o foco entre a evolução do vocalista Freddie Mercury (Rami Malek) e seu relacionamento com os outros membros. O drama musical relata os altos e baixos da longa e lendária carreira de uma das maiores bandas de todos os tempos. Incoerências cronológicas e biográficas à parte, a dedicação de cada membro é de admirar. Além das recriações de alguns de seus momentos mais marcantes, o elenco arrasa, apresenta uma química incrível e está caracterizado de forma sensacional. Rami Malek é um show por si só: cada trejeito e nuance do Freddie é perfeitamente capturado! Seus companheiros (dentro e fora da banda) também são muito bem interpretados e merecem reconhecimento. Apenas o fato de que os verdadeiros Brian May e Roger Taylor se envolveram em cada etapa da produção já desperta o interesse de qualquer fã de música. Aprecie esse vencedor de 2 Globos de Ouro!
Por Valentina Schmidt
6º – Aniquiliação (Anihilation), dirigido Alex Garland, disponibilizado pela Netflix em 12 de março.

Confesso ter uma enorme dificuldade em descrever a enorme gama de sentimentos e sensações que Aniquilação inspirou dentro de mim. Não há uma nesga de equívoco técnico em absolutamente nada do que é apresentado. Natalie Portman, a protagonista, está brilhante como sempre, assim como o resto do elenco. O desenho de produção é impecável em um nível que poucas vezes vi. A trilha sonora é, em especial nas cenas finais, perturbadora e perturbadoramente perfeita a toda a ação que se desenrola na tela. Mesmo com todas essas qualificações, Aniquilação pertence a esta lista porque é estranho, diferente e incomoda com sua analogia reflexa da condição humana perfeitamente traduzida pela direção de Alex Garland, que já havia nos agraciado com o ótimo Ex Machina, e não pertence à outras listas pelo mesmo motivo. A única coisa a se lamentar neste filme foi a decisão comercial e estúpida de privar o espectador de assistir ao filme em todo o seu esplendor em uma tela de cinema.
Por Gustavo David


5º – Apóstolo (Apostle), dirigido por Gareth Evans, lançado em 12 de outubro.

Num tempo em que a própria vida real nos agride a todo instante e os noticiários tomam contornos de pesadelos, fica difícil para que os criadores de filmes de terror choquem o espectador. A banalização da violência se tornou tão universalmente aceita que há de se perguntar que mais pode ser feito para causar espanto. Apóstolo é fruto desta época e triunfa ao não tentar criar uma nova maneira de assustar o público. Em vez disso explora, sem uma gota de piedade os nossos instintos mais primitivos: o de auto-preservação, o do zelo por aqueles que amamos, o da repulsa pela infinita capacidade do ser humano em ser mau, o da constatação da nossa frágil condição de seres humanos. Lançando mão de criativos movimentos de câmera e de uma trilha sonora quase irritante de tão assustadora, o filme, sem se utilizar de artifícios baratos e truques apelativos ou vulgares, nos imerge em duas horas de angústia e sufocamento de uma maneira tão avassaladora que eu tive que interrompê-lo por pelo menos três vezes e dar-me uma pausa para respirar e beber um pouco d’água. Destaque para a direção e roteiro primorosos de Gareth Evans, que narra a história como um conto que Lovecraft nunca escreveu, mas deveria, mesclando o sobrenatural com o bastante natural e mundano. Como disse Gustavo David na crítica linkada acima, a película nasce como clássico cult. Só não assista depois do jantar.
Por Vlamir Marques
4º – Nasce Uma Estrela (A Star Is Born), dirigido por Bradley Cooper, lançado em 11 de outubro.

Bradley Cooper tinha uma tarefa pesada: levar às telas uma história já contada outras três vezes, dar a cara a tapa estreando na direção no auge de uma bem-sucedida carreira de ator e dividir o protagonismo do filme com umas das maiores estrelas pop da música, a sempre marcante Lady Gaga. E não é que o moço deu conta? Nasce uma Estrela é um daqueles filmes que, sem grandes firulas, mas com a mais genuína emoção, faz com que os espectadores embarquem (mesmo já sabendo onde isso vai dar) na aventura de amor e arte entre Jackson, o astro em crepúsculo de álcool e drogas, e Ally, a estrela que sai do nada para a aurora de talento e glória. Com personalidade, beleza, uma Lady Gaga totalmente entregue a uma personagem que a obriga a despir-se de todos os excessos que a consagraram, a versão de 2018 se faz inesquecível e uma das melhores produções do ano. Junte a isso um punhado de belíssimas canções e uma gigantesca dose de humanidade, pronto, tá feito. Se você ainda não viu, leitor, prepare seu lencinho, abra sua alma e se jogue. Porque, roubando um verso da linda “Shallow” cantada por Gaga no longa, Nasce uma Estrela está “muito longe do raso”.
Por Marco Medeiros


3º – Lazzaro Felice, dirigido por Alice Rohrwacher, disponibilizado pela Netflix em 30 de novembro.

Por suas frestas úmidas de inocência, tintas frescas de crítica e uma narrativa onde a sensibilidade tateia espessa, Lazzaro Felice se consagra enquanto parábola contemporânea. Num realismo fantástico, cujo lirismo fino é a maior virtude, a película italiana merece seu lugar nessa lista por esculpir na tímida e corajosa sutileza do protagonista a lança capaz de ceifar o uivo entranhado na alma do tempo.
Por Thotti Cardoso
2º – Me Chame pelo Seu Nome (Call Me By Your Name), dirigido por Luca Guadagnino, lançado em 18 de janeiro.

https://www.youtube.com/watch?v=ah3kGJ7TSNQ

Cercado por uma paisagem hedonista, narrativa poética e deslumbres estéticos na fotografia, Me Chame Pelo Seu Nome é um filme orgásmico – não há melhor palavra. A história de verão entre um jovem menino e um homem em alguma cidadezinha da Itália é o que compõe a produção, mostrando um belíssimo roteiro que retrata a punção sexual sem comercializar, além de mostrar honestamente o tormento e prazer que Elio (Timothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer) vivenciam durante sua paixão. Tudo isso ao som de Mystery of Love, de Sufjan Stevens. De uma delicadeza tocante e hipnótica, o longa de Luca Guadagnino é de cair o queixo.
Por Larissa Moreno


1º – Roma, dirigido por Alfonso Cuarón, lançado em 14 de dezembro.

https://www.youtube.com/watch?v=ICR6YvcyyJc

Toda obra de Arte, em certa medida, é autobiográfica. Quando, porém, ela é propositalmente criada a partir da essência de seu artista, o resultado é muito mais sensível. Roma, novo filme do brilhante Alfonso Cuarón, é uma revisitação à infância do diretor, cujas sequências de raro deslumbre saltam à tela pela delicadeza e amor expressos a cada frame. Uma ode cinematográfica aos elementos que, provavelmente, mais se fizeram presentes em sua lembrança. O conto simples de uma família que sofre com a separação dos pais e vê na criada – que também enfrenta seus dramas pessoais – uma forma de alicerce nas relações afetivas dentro da casa que percebe um vazio deixado pelo patriarca de outrora é tão profundo quanto mais sutil são suas cenas. Cuarón escolhe dizer pelo silêncio, gritar pela imagem, dar cor a partir dos tons de cinza imperativos em seus quadros. Uma antiga canção de ninar, um edifício de memórias, um poema de amor – Roma alcança a ternura de uma infância pura que se obriga a amadurecer, entendendo naquele sentimento mais belo a chance para continuar.
Por Rene Michel Vettori

Ryan Fields

1- Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississippi
2- A Casa que Jack Construiu
3- Hereditário
4- Apóstolo
5- Infiltrado na Klan
6- Três Anúncios para um Crime
7- Lazzaro Felice
8- Vingadores: Guerra Infinita
9- A Pé Ele Não Vai Longe
10- Noite de Lobos

Gustavo David

1 – Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississippi
2 – Apóstolo
3 – Aniquilação
4 – Me Chame Pelo Seu Nome
5 – Roma
6 – Lazzaro Felice
7 – Tempo Compartilhado
8 – Vingadores: Guerra Infinita
9 – Missão Impossível: Efeito Fallout
10 – Animal Cordial

Rene Michel Vettori

1- Lazzaro Felice
2- Roma
3- Me Chame pelo seu Nome
4- Black Mirror: Bandersnatch
5- O Primeiro Homem
6- Apóstolo
7- Em Chamas
8- Aniquilação
9- Uma Noite de 12 Anos
10- Infiltrado na Klan

Larissa Moreno

1- Uma Noite de 12 Anos
2- Me Chame pelo seu Nome
3- Desobediência
4- Roma
5- Tinta Bruta
6- Aniquilação
7- Lazzaro Felice
8- Todas as Razões para Esquecer
9- A Ganha-Pão
10- Pérolas no Mar

Thotti Cardoso

1- Roma
2- O Outro Lado do Cento
3- Trama Fantasma
4- A Casa que Jack Construiu
5- Hereditário
6- Arabia
7- Lazzaro Felice
8- Você Nunca Esteve Realmente Aqui
9- Zama
10- Tinta Bruta

Vlamir Marques

1- Jogador Número 1
2- Pérolas no Mar
3- A Ganha-Pão
4- Aniquilação
5- Bohemian Rhapsody
6- Cargo
7- Shiki Oriori – O Sabor da Juventude
8- Apóstolo
9- Han Solo: Uma História Star Wars
10- Vingadores: Guerra Infinita

José Guilherme Vereza

1- Roma
2- Benzinho
3- Nasce uma Estrela
4- Bohemian Rapshody
5- Infiltrado na Klan
6- Mary Poppins
7- A Balada de Buster Scruggs
8- Viva – A Vida é uma Festa
9- O Vazio do Domingo
10 – Black Mirror: Bandersnatch

Gabriel Esnenazi

1- A Forma da Água
2- Três Anúncios Para um Crime
3- Vingadores: Guerra Infinita
4- Christopher Robin
5- Viva – A Vida é Uma Festa
6- Aniquilação
7- Nasce Uma Estrela
8- Missão Impossível: Efeito Fallout
9- Tully
10- Infiltrado na Klan

Valentina Schmidt

1- Nasce Uma Estrela
2- O Retorno de Mary Poppins
3- Bohemian Rhapsody
4- Um Lugar Silencioso
5- Viva – A Vida é uma Festa
6- O Primeiro Homem
7- Vingadores: Guerra Infinita
8- Pantera Negra
9- Os Incríveis 2
10- Um Pequeno Favor

Marco Medeiros

1- Me Chame pelo seu Nome
2.-Tinta Bruta
3- O Amante Duplo
4- Roma
5- Infiltrado na Klan
6- Uma Noite de 12 Anos
7- A Forma da Água
8- Eu, Tonya
9- Nasce uma Estrela
10- Benzinho

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