Crítica: Go! Viva do Seu Jeito (Go! Vive a Tu Manera!) - 1a Temporada
Ensino médio x números musicais + conflitos + panelinhas (tudo isso dividido por um público específico) parece ser uma equação infalível. Acredito que essa moda tenha começado com a famigerada trilogia “High School Musical” e foi revolucionada com a série queridinha do público “Glee”. O último é um bom exemplo de produção que pega o clichê e constrói um enredo competente e faz algo divertido. Go! Viva do Seu Jeito mostra o que acontece quando você enche uma linguiça demais e o recheio sai.
A mini-novela argentina conta a história da jovem Mía Cárceres (Pilar Pascual), uma menina vítima da “síndrome do personagem batido do gênero” ou SPBG. Talentosa, sonha em ser uma cantora e dançarina de sucesso. Ela faz um teste para o programa que dá titulo à serie e passa, chocando um total de zero pessoas. Não precisa nem se adaptar ao ambiente do colégio St. Mary’s para ser hostilizada por Lupe Achával (Renata Toscano Bruzón), patricinha e mean girl residente e filha da diretora, além de vítima da mesma síndrome que Mía sofre. Tretas e dramas complementam esse litrão de pieguice e deixam esse comprimido cada vez mais difícil de engolir.

Muitos defendem que o piloto é o termômetro que determina se a série vai make it or break it. É fácil saber o que aconteceu aqui. Para começo de conversa, o roteiro é preguiçoso, infantil e faz todos os personagens sofrerem de SPBG. Eles são mal-construídos e não escapam de atuações péssimas e caricatas. Nunca vi uma montagem tão insípida desde “Oito Mulheres e um Segredo” e números musicais tão mal-feitos há tempos. Uma das maldições de ter ouvido absoluto é perceber o mais discreto autotune em vozes e foi uma experiência desagradável. Além disso, parece que as músicas foram feitas pela Rebecca Black, não são inspiradas e até as piores participantes do “RuPaul’s Drag Race” fazem um lip-synch melhor.

Tenho certeza de que não faço parte do público-alvo, já que parece agradar crianças de 10 anos de idade. Caso tenha essa idade agora, assista sem pudor, mas se, como eu, tinha a mesma idade durante o auge de novelas adolescentes da América Latina (daquelas que passavam na Nick e no Disney Channel), apenas corra desse rip-off equivalente a “Meninas Malvadas 2” do gênero.
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