Crítica: Sempre Bruxa (Siempre Bruja) - 1a Temporada
Todos temos uma ideia sobre o que era bruxaria “raiz”: um conjunto de pessoas que cometem atos ligados a misticismo e ao capiroto, mas não fogem do fogo na maioria das vezes. Essa foi uma das peças que construiu Sempre Bruxa, série sobrenatural colombiana produzida pela Netflix. Triste ver que vários problemas ofuscam os poucos acertos da produção, acabando com o seu potencial.
Baseado no livro “Yo, bruja”, de Isidora Chacon, acompanhamos Carmen Eguiluz (Angely Gaviria) em 1646. Escapando de sua morte, a bruxa viajará ao futuro, 2019 no caso, para reverter um tragédia do passado. Até aí, parecia promissora. Adicione inúmeros clichês sobrenaturais, inconsistências à trama e o resultado é um festival de tédio com menos lógica que o filme mais ilógico já feito. Por outro lado, algumas cenas destacando a beleza de Cartagena e a diversidade do elenco a impedem de ser um fracasso completo. Infelizmente, os elogios acabam aí. Vamos de volta às falhas.

Apesar da sinopse cativante, o roteiro é mal escrito, infantil e apela tanto para clichês sobrenaturais quanto o clássico “invasor(a) de outro tempo buscando pertencimento e respostas”, representada pela personagem de Angely Gaviria. Fora o CGI fraquíssimo, os personagens são a pior parte. Unidimensionais, caricatos, quadrados, sem construção decente nem personalidade. 99,75% estereotipados. Um exemplo de série sobrenatural que funciona, mesmo com tais clichês, é “Diablero” e foi um enorme prazer maratoná-la. Não posso dizer o mesmo do crossover mal-sucedido entre “Encantada” e “Bruxinha Sabrina”.

Dez episódios de 38 a 45 minutos que só consegui engolir graças aos cochilos que dei em cada um. Tive que voltar uns segundos (até minutos) para ver o que perdi, mas descobri que não foi nada. Talvez a série chame a atenção de um público adolescente para baixo, mas eu sou esse público e não vi a menor graça. Não sou vidente e nem acredito neles, mas não vejo futuro para essa bagunça.
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