Crítica: Capitã Marvel (Captain Marvel)

Antes de mais nada queria dizer que Stan Lee foi um marco mundial, criador de diversos personagens icônicos e de histórias que acompanharam gerações. Com ele, aprendemos importantes valores como bondade, humildade, perseverança e compaixão, transmitidos através dos personagens que criou e que se fazem presente até hoje. Como o próprio filme menciona, “Thank you, Stan!”

Mais um ano, mais trezentos e vinte dois filmes de super-heróis para nos saciar. E, de uma perspectiva Marvel da história, estamos nos aproximando do fim de uma era de personagens. “Vingadores: Ultimato” está quase em nossas mãos, o vigésimo primeiro filme do Marvel Cinematic Universe. Então, nada melhor para abrir um ano do que uma história de origem. Vamos todos dar boas-vindas para ela que, provavelmente, vai dar uma surra no Thanos em “Ultimato”. Digam “olá” para a Capitã Marvel. 

O longa é bom, porém com ressalvas. Vers (Brie Larson) é uma guerreira Kree com um passado misterioso, do qual ela só tem pequenos flashes de possíveis memórias. Além disso, ela tem um imenso poder. Os Kree pretendem acabar com uma guerra contra outra raça alienígena, os Skrulls. Em uma missão, os guerreiros Kree são emboscados e Vers acaba caindo na Terra, onde, com a ajuda de Nick Fury (Samuel L. Jackson), enfrentará os Skrulls que estão entre os humanos, ao mesmo tempo que descobrirá mais de seu passado.

Começando com a própria Capitã Marvel, devo dizer que Brie Larson é uma ótima atriz e isso é indiscutível. Em cenas de seriedade e reflexão, ela entrega o que tem que ser entregue, nenhum ponto fraco aí. Encontro questões problemáticas quando ela tenta ser carismática para conquistar o público. Ao meu ver, ela ainda não conseguiu tirar de si a aura dos filmes “cult” e, de uma certa forma, se sente presa ao fazer um filme blockbuster como esse. Ainda falta carisma para se colocar no mesmo nível do Thor de Chris Hemsworth, do Capitão América de Chris Evans e o nível quase inalcançável de Robert Downey Jr. como Homem de Ferro. Mas, ainda assim, são questões facilmente resolvidas e ela tem algo ali que permite isso, só falta se soltar. E como ela é forte, hein? Encontrei-me em vários momentos pensando como vai rolar a luta com o Thanos? Vai ser na ignorância mesmo?

É com os coadjuvantes do longa que a grande magia acontece. Samuel L Jackson é maravilhoso como um Nick Fury mais novo e mais ingênuo. Ele carrega carisma e, quando está contracenando com Brie Larson, a mágica acontece. Eles funcionam muito bem juntos e isso fica evidente em toda cena compartilhada. O general Skrull, Talos, interpretado por Ben Mendelsohn, é nada além de sensacional, com seu personagem denso, bem construído e bem apresentado. Jude Law é sempre ótimo e dispensa apresentações. Annete Benning carrega uma personagem interessantíssima, com uma reviravolta que me deixou, como fã, bastante feliz. E, por fim, Goose, o gato, é sensacional.

Os efeitos visuais são extremamente oscilantes. Enquanto que o CGI usado para rejuvenescer Nick Fury e o Agente Coulson é excepcional e imperceptível, os efeitos dos poderes da Capitã Marvel e as cenas de batalhas usando oscilam entre o ok e os gráficos de PlayStation 2. Houve momentos em que eu me sentia vendo uma cutscene. E a transformação dos Skrulls em humanos é também espetacular, com a pele se modificando de forma muito bem feita.

A direção do filme é confusa. A dupla de diretores parece que foi colocada ali e pouco sabe o que faz, principalmente nas cenas de ação, que são confusas, escuras e difíceis de acompanhar. Sabemos que a Capitã Marvel está lutando com alguém e esse alguém é difícil de identificar. Parece que querem mostrar a vida de Vers no planeta Kree, mas, ao mesmo tempo, pouco é mostrado dessa civilização. No roteiro do filme não há nada grande para se reclamar, nem nada grande para se aplaudir, um roteiro na média.

Capitã Marvel chegou e chegou bem. Apesar dos contras que o longa demonstra, ele é divertido e interessante. Expande o universo Marvel minimamente e nos permite conhecer novos personagens bons e revisitar personagens já consolidados. O primeiro filme de heroína da Marvel fez um ótimo serviço para o próprio MCU. Anseio por vê-la de novo melhor e maior mês que vem no maior evento cinematográfico do ano!

E, mais uma vez: Obrigado, Stan!

PS: Que cena pós-créditos!

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