Crítica: Osmosis - 1a Temporada
Como encontrar o amor? Boa pergunta. Como ter certeza de quem é a pessoa que te completa, de quem é sua alma gêmea? Isso é impossível de responder. O próprio conceito de “alma gêmea” é falho, afinal, não sabemos se a primeira pessoa que amarmos será nossa companheira eterna, ou até quando nossos corpos aguentarem… A série francesa Osmosis “apresenta” a resposta para essas perguntas, além de incontáveis furos em sua história.
Nesse romance futurista original Netflix, os irmãos Paul e Esther Vanhove (Hugo Becker e Agathe Bonitzer, respectivamente) desenvolvem um algoritmo/aparelho/breguete que, depois de implantado na cobaia, encontra o seu par perfeito graças a dados fornecidos pelo cérebro. Basicamente, é uma espécie de Tinder neurológico. Mas como nada no universo é perfeito, alguns erros surgem pelo caminho. A ideia é genial, atraente e poderia gerar algo super interessante. Não foi o caso aqui, infelizmente. Parece que tentaram fazer uma versão mais pacífica de “Black Mirror”, na qual a tecnologia trabalha a favor do ser humano e não contra. Adicione outros clichês nessa mistura e voilà!! O resultado é uma encheção de linguiça. Todo potencial foi pelo ralo e não conseguiu deixar muito que preste.

Fatores inexistentes e inexplicáveis na nossa realidade, geralmente, fazem sentido dentro da lógica de um filme ou programa de TV. Mas até onde eles fazem sentido? Os roteiristas perderam o fio da meada nesse quesito, chegando ao ponto em que inserem um fator aleatório para tentar explicar tais incoerências, porém, deixam a trama cada vez mais confusa. Também passaram dos limites ao revelarem o potencial antagonista já em seu segundo episódio e que elx (grafado assim mesmo) não deixa dúvidas sobre as intenções do chefão. Inaceitável. Parece que tentaram só fazer uma série que ganharia muita audiência (como várias séries adolescentes estúpidas) e não se preocuparam em produzir algo bem feito. O que impede que o roteiro seja um desastre completo são as plot lines de Lucas (Stephane Pitti), um rapaz homossexual e corno, e Niels (Manoel Dupont), um jovem viciado em sexo. Fora isso e os efeitos especiais, a direção é meia-boca, o elenco aparenta não estar empolgado com o projeto (resultando em atuações B) e o roteiro não sabe decidir se o “futuro” é utópico, distópico ou meramente bagunçado. Depois eu que sou indecisa…

A lição que aprendemos (ou não) repetidamente é: nem toda ideia criativa passa por uma boa execução. Mas aqui vai a moral: quer encontrar seu amor verdadeiro? Pergunta pra Jenifer ou você vai acabar como o Léo Jaime procurando a fórmula do amor. Se não tiver força de vontade, espere sentado, pega um potão de sorvete e siga esse maravilho (sqn) exemplo.
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