Crítica: ReMastered: O Massacre da Miami Showband (ReMastered: The Miami Showband Massacre)
Entre 1968 e 1998, a Irlanda do Norte passou por tempos difíceis por conta dos frequentes conflitos etno-nacionalistas, conhecidos como The Troubles. Simultâneo às disputas, os números de feridos e mortos quase atingem 60 mil. Dentre as vítimas, estavam três membros da maior banda do país nos anos 70. As consequências e suposições do atentado ao grupo são discutidas no documentário da antologia ReMastered: O Massacre da Miami Showband, mais um capítulo louco.
As showbands eram grupos de muita fama na Irlanda durante as décadas 50 e 80 e a Miami era, nas palavras do baixista da banda, os Beatles do país. Vi um nível moderado de ego em seu comentário, mas tendo visto a quantidade surpreendente de fãs que tinham, é justificável. Foi interessante aprender sobre esse “sucesso desconhecido” e triste contexto em que estava inserido, ciente de que os falecidos não chegariam a ver o fim da batalha. O que mais me espanta é o desenrolar das investigações e a repercussão dessa tragédia após 44 anos. Vários detalhes, apesar de poderem não fazerem sentido para um espectador, são coerentes, mas o ar de “teoria da conspiração” pairava mais do que a intenção de credibilidade apresentada em alguns episódios. A única coisa que pude fazer é tentar entender toda essa bagunça.
Os entrevistados variavam desde os sobreviventes do massacre a agentes do governo, uma fã e um ex-primeiro-ministro, mas todos aparentavam ter seus posicionamentos definidos diante dos ataques e o evento. Todos expressavam as mesmas ideias e fatos, mas com palavras diferentes. Não me incomodo com parcialidade em alguns formatos de mídia, mas seu exagero pode criar controvérsia, ainda mais quando o assunto divide opiniões e ataca autoridades, o que nem sempre é negativo. É improvável que esse caso se aplique aqui, mas o jornal The Irish Times apontou que o documentário seduz o público com teorias ao invés de apresentar respostas concretas, algo que concordo e discordo. Isso fica por conta dos espectadores.
De todos os três episódios que assisti (este e os de Bob Marley e Johnny Cash), acredito que esse seja o único no qual terminei com um olhar de “que porra foi essa que eu assisti?” na cara. Com a quantidade de loucuras presentes aqui, talvez conquiste os fãs de documentários tanto de música quanto de crime. Vale a pena dar uma checada! Só tente entender rápido.
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