Crítica: Saiki Kusuo no Psi-nan - 3a Temporada

Malandramente, a NETFLIX soltou a “3a Temporada” de Saiki Kusuo no Psi-nan em seu catálogo, que é, na verdade, um especial de 55 minutos que saiu no Japão que dá desfecho a obra nada ortodoxa e divertidíssima do nosso estudante do ensino médio, Saiki. Na crítica de sua 2a Temporada, discorri bastante sobre a obra e recomendo muito que você a leia antes de prosseguir e que, é claro, assista as 2 temporadas prévias. Além disso, por ser um especial bem curto e que funciona como fim da última temporada, falarei de forma muito superficial aqui para não “spoilar” qualquer surpresa. Contudo, caso você tenha caído aqui e esteja lendo para ver se vale a pena ou não dar uma chance a obra, preciso fazer uma consideração. Esse não é um anime para iniciantes.

Muitos clichês do gênero são satirizados constantemente, com piadas e referências direcionadas aos otakus, a narrativa é desconexa – embora exista uma continuidade e um fio condutor -, a edição não é ortodoxa, a história só funciona caso você tenha um bom background de animação japonesa nas costas e os personagens são estereótipos típicos de animes e mangás de diversos subgêneros. Esse combo de características certamente te afastará no primeiro episódio com uma parede esmagadora de informação de difícil assimilação. Dentro das sátiras em animes existem outras obras mais recomendadas para iniciantes que são excelentes, como “One-Punch Man”, presente no catálogo da NETFLIX com uma dublagem brasileira fenomenal, e “MOB Psycho 100“, presente no Crunchyroll e meu anime preferido da atualidade, ambos do mesmo criador. Mas se ainda assim você está disposto a encarar o desafio, esteja preparado para um dos melhores animes de comédia da década.

Nesse especial, Saiki fecha diversos ciclos em sua vida e toma decisões importantes. Sem sombra de dúvidas o fim do ciclo escolar é o mais importante e que servirá como catalisador para resolver a relação conflituosa com seu irmão Kusuke, nosso antagonista esporádico, além de evitar que o Japão inteiro vá para a casa do caralho. Dessa vez, para se provar melhor e conseguir vencer Saiki, Kusuke criará situações que testarão os limites dos poderes de nosso protagonista, que por sua vez o deixará com a possibilidade de ter o que sempre sonhou, abrir mão dos seus poderes permanentemente.

De forma bem restrita, o único núcleo trabalhado é o escolar com uma viagem nas férias de primavera para uma parte de veraneio no Japão, onde Saiki tentará evitar que um vulcão enorme destrua a nação e mate seus amigo. Enquanto isso, ele tentará manter seus poderes em segredo – com a exceção, claro, dos outros 2 paranormais da escola que o ajudam na empreitada – e impedir que seu irmão o vença numa disputa familiar com consequências globais que envolvem desde a criação de um robô idêntico ao Saiki até o uso de dispositivos reguladores de seu poder.

Enquanto as outras temporadas eram mais focadas nos diversos e carismáticos coadjuvantes que orbitavam Saiki, esses 2 episódios são essencialmente sobre ele e sua postura com quem importa em sua vida. São momentos de “reflexão” – dentro da proposta da série – que colocará em cheque o benefício de seus poderes para ele e para aqueles que o cercam, proporcionando um final abrupto, divertido e que reflete o que é a obra: uma verdadeira maluquice do caralho.

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