Crítica: Cópias - De Volta à Vida (Replicas)
Já faz algum tempo que eu tento entender o que aconteceu com Keanu Reeves. Com algumas exceções como “Matrix“, “Constantine” e “A Casa do Lago“, o currículo do ator infelizmente é marcado por filmes bastante meia-bocas, com enredos ruins e personagens pouco convincentes. Diante disso, Cópias – De Volta à Vida se encaixa na trajetória do ator como mais um desses filmes merdas.
Jogando com referências SciFi bem sucedidas como “Minority Report” e “Eu, Robô“, o longa investe na premissa da tecnologia como fator de “imortalidade” da consciência humana, passível de ser replicada do cérebro original para um sintético. Mas, ao contrário do que vemos na sensacional “Black Mirror“, a execução da ideia é totalmente atrapalhada e nada verossímil, criando um filme que passa longe de qualquer verdade científica.
Os primeiros minutos do filme até permitem um certo interesse pela história, mostrando o cotidiano do cientista Will Foster, vivido pelo nosso velho Keanu, cujo trabalho é desenvolver o projeto de transferência da consciência humana para outro receptor fora do corpo original. Contudo, a narrativa começa a se perder quando somos apresentados à família de Will: a esposa Mona (Alice Eve) e seus filhos Matt (Emjay Anthony), Sophie (Emily Lind) e Zoe (Aria Leabu) vivem, aparentemente, a perfeita família tradicional americana.
Quando todos saem para passar o fim de semana fora, um bizarro acidente de carro tira a vida de todos, fazendo com que nosso cientista maluco despiroque fodamente a ponto de roubar equipamentos milionários do seu trabalho para transferir a consciência ainda viva dos cérebros de sua família não para corpos sintéticos mas sim para clones (sim, a premissa dos clones surge do nada!), transformando a trama em algo inacreditavelmente forçado e sem sentido.
Eu certamente poderia prosseguir por páginas a fio, mencionando os diversos furos no roteiro que me fizeram rir de tanto nervoso, como o fato de Will levar literalmente 1 minuto após o trágico fim de sua família para decidir profanar os cadáveres dos seus filhos e esposa ao submetê-los à experiência científica, ou o mero incômodo posterior dele ao pedir que seu assistente Ed (Thomas Middleditch) se livre dos corpos – aliás, esse Ed se revela ser o maior pau pra toda obra, que qualquer um gostaria, ao se submeter aos pedidos bizarros de Will – ou ainda o fato de três clones, com idades biológicas diferentes, ficarem “prontos” ao mesmo tempo. Sem contar as atuações horrorosas de todo o elenco (eu até defenderia nosso eterno Neo, mas a fama dele de ter a mesma cara/personalidade em todos os filmes que faz é mais forte e verdadeira), que nos massacra com diálogos banais ou ridiculamente clichês.
Por fim, declaro minha decepção absurda com esse filme, que eu até acreditei que poderia se salvar como entretenimento barato, mas que certamente nem pra isso serve.
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