Garimpo Netflix #22

O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.


Queria pedir a vocês desculpas de antemão. Todos os filmes que vou indicar hoje estão disponíveis na Netflix há muito tempo e só agora eu fui me dar conta. Hoje vou remediar essa grande falta minha, rogando pelo perdão de todos. Um filme escocês de uma violência psicossomática incrível, um semi-clássico americano dos anos 90 com elenco estelar e uma comédia que conta a história absolutamente despirocada de uma das mais importantes personalidades da história da comédia americana.

Vamos a eles!


– Filth, de 2013, dirigido por Jon S. Baird

Irivine Welsh é o escritor escocês que deu ao mundo o já clássico Trainspotting. Mas ele não parou por aí, tendo escrito um monte de outros livros, invariavelmente bons e fora da caixa. Filth é baseado no romance homônimo dele e conta a história de um policial corrupto e viciado, interpretado com um gosto que veríamos novamente só em “Fragmentado” por James McAvoy. Bruce Robertson é seu nome e ele gosta mesmo é de putaria e de manipular tudo e todos ao seu redor no afã de conseguir uma promoção e sua família de volta.

Não fosse a loucura de Bruce suficiente, Filth ainda nos brinda com atuações impecáveis de todo o elenco, uma direção de arte que se vale com muita competência de Edinburgo e um roteiro absolutamente genial, daqueles que explodem a cabeça do espectador. É imperdível.

– Fútil e Inútil (A Futile and Stupid Gesture), de 2018, dirigido por David Wain

Doug Kenney e Henry Beard são as mentes bizarras por trás da National Lampoon, uma revista americana de comédia da década de 70 que era uma espécie de Mad, mas ainda mais irreverente e amalucada. Suas edições continham piadas pesadíssimas com absolutamente tudo e, obviamente, seus idealizadores eram os mais doentes de todos os que escreviam nela. Eventualmente a coisa evoluiu para o rádio e para vários filmes de muito sucesso no mercado americano, que lançaram pro mundo gente absurdamente grande como John Hughes, Chevy Chase, John Belushi, Harold Ramis e Bill Murray. Se você gosta de Saturday Night Live e da verdadeira academia de comediantes de sucesso que é este programa, então você deve tudo à National Lampoon.

Aqui temos um filme que segue o caos que era a mente criativa dessas pessoas, com performances hilariantes de todo o elenco e participações bem no ponto de Will Forte e Domhnall Gleeson como Kenney e Beard. Uma das melhores comédias originais da Netflix sem dúvida.

– Um Crime Perfeito (A Perfect Murder), de 1998, dirigido por Andrew Davis

Michael Douglas interpreta Steven, um especulador de Wall Street, em uma interessante referência a um de seus papéis mais famosos, casado com a jovem e linda Emily (Gwyneth Paltrow). Steven e Emily têm uma boa relação, mas vê-se que não há ali uma paixão. Emily acaba encontrando isso em David (Viggo Mortensen, em um de seus primeiro papéis maiores), um artista que faz aquele estilão atormentado-lindo-fodido. Steven, que é uma raposa do mercado de capitais, descobre o caso ao mesmo tempo que percebe que o fundo que administra está prestes a morrer, deixando-o endividado e potencialmente com problemas com a lei. Ele então bola um plano elaboradíssimo para que David mate Emily e ele fique com o seguro de vida de Emily no valor de cem milhões de dólares.

Com atuações excelentes de todo o elenco e um roteiro primoroso, Um Crime Perfeito é daqueles filmes que envelhecem bem, lidando com temas e estéticas atemporais.

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