Crítica: Homem-Aranha: Longe de Casa (Spider-Man: Far From Home)

Estamos fazendo 11 anos de universo Marvel. 3 fases completas com diferentes histórias, personagens e motivos para se empolgar. Chegamos agora não só ao fim da terceira fase, mas ao fim da “Saga do Infinito”. Temos um fim de uma grande era no cinema e será bem difícil replicar algo como isso. Demos adeus a personagens que amávamos, com uma nova geração para surgir e uma das principais figuras à liderar o UCM a partir de agora, com toda certeza, será o Homem-Aranha.

Há dois anos, fiz a crítica de “Homem-Aranha De Volta ao Lar“, a volta do amigão da vizinhança para sua verdadeira casa e tenho que admitir que cometi um erro na época. Minha nota era pra ter sido maior, o filme é uma puta interpretação do Aranha, com um excelente vilão e uma ótima visão sobre adolescência cumulado com os problemas de se lidar com uma vida dupla. E, aqui em 2019, temos a sequência que só faz melhorar.

Após os eventos de “Vingadores: Ultimato“, o mundo está diferente. Mesmo com a sombra de Tony Stark pairando sobre sua cabeça, Peter Parker (Tom Holland) só quer curtir a viagem com sua turma da escola e revelar seus sentimentos sobre MJ (Zendaya). O que era para ser uma viagem tranquila acaba se tornando um problema quando Nick Fury (Samuel L Jackson) fala sobre os elementais, seres gigantes com poderes dos quatro elementos. Além disso, eles terão ajuda de Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), também chamado de Mysterio, um visitante de outra terra.

O longa tinha uma responsabilidade enorme, finalizar a “Saga do Infinito”.  Ele teria que encerrar, de uma certa forma, a história de Tony Stark através de Peter Parker. O personagem de Tom Holland entra em um conflito de emoções durante o curso desse filme, ao mesmo tempo que ele deseja ficar perto da garota de quem ele gosta e junto de seus amigos, ele precisa ajudar a salvar o mundo dessas criaturas gigantes. O filme sabe balancear isso muito bem, apresentando-nos aquele estresse que todos conhecemos de sempre aparecer alguma coisa pra se fazer quando resolvemos para dar pra descansar. Peter, por sua vez, não tem descanso.

Tom Holland, consegue entregar tudo isso e mais. Sentimos o quão desconfortável ele é quando tenta falar com alguém de quem ele gosta. O quão amigável ele consegue ser com pessoas que são gentis com ele. E passa emoção em momentos de estresse e tristeza, sua dor passa para fora da tela, a vontade é chegar, dar a mão pra ele e falar que vai ficar tudo bem, que ele vai conseguir passar dessa. Ele atua bem nos momentos de filme “adolescente” e nos momentos de filme de super-herói.

A grande novidade aqui é o Mysterio de Jake Gyllenhaal. Minha alegria ao descobrir que esse personagem estaria no segundo filme do teioso era altíssima. O personagem é sensacional, ele cria uma amizade com Peter que se torna algo confortante de se ver em tela. Ele da conselhos e é gentil, além de estar focado em uma missão difícil. E Jake Gyllenhaal entrega uma bela atuação, o que não é novidade para ninguém. O cara é um belo ator.

Nos coadjuvantes, temos Zendaya, que eu tinha odiado no filme anterior. Dessa vez ela me fez gostar de sua MJ, meio insegura, meio complexa e externa somente uma espécie de amargura. O Nick Fury de Samuel L Jackson é ótimo, como sempre, contudo você vai notar que algo está diferente nele. Ned Leeds (Jacob Batalon) continua sendo uma fonte de humor e uma presença, nesse caso não tão forte, de amizade para Parker. Por fim, temos o Happy Hogan de Jon Favreau que é perfeito e eu espero fortemente que ele continue. Marisa Tomei como a Tia May faz também um bom trabalho em suas cenas.

Os efeitos visuais do filme são de tirar o fôlego. Os elementais são muito bem feitos e caracterizados. As cenas de ação, que no primeiro filme foram algo negativo, aqui são muito positiva, algo diferente e bastante interessante, misturando os golpes dos elementais, os movimentos acrobáticos do aranha e as magias do Mysterio, tudo é maravilhoso de se ver. O humor desse filme pareceu tão natural que eu ri à vontade, esse talvez seja o filme com as piadas mas bem colocadas da Marvel.

Importante comentar que o filme tem dois lados, o lado adolescente e o lado super-herói. E nenhum dos dois fica a desejar. Nas cenas adolescentes, nós ficamos tão investidos nelas que quase esquecemos que é um filme do Homem-Aranha, são tão bem feitas e atuadas que chegam a ser confortantes. E, ao meu ver, é aí que o filme tem um ponto fortíssimo, apresentar um herói adolescente e seus problemas de se relacionar, a cada minuto é uma correria que ele mal tem tempo para os amores e os amigos. O Homem-Aranha é especial por isso.

A Marvel deixou algo muito claro com esse filme: derrotamos Thanos, mas relaxa que ainda temos muita coisa pra contar e muitos personagens para desenvolver. Homem-Aranha: Longe de Casa é um primor dos filmes de super-herói que deve ser lembrado na eternidade como, pra mim, o melhor filme do Aranha (é possível que eu mude a opinião acerca disso com o tempo, mas estou me deixando ser feliz por enquanto).

PS.: MELHOR CENA PÓS-CRÉDITOS JÁ FEITA. MEU AMIGO, VOCÊ NÃO PERDE POR ESPERAR!

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