Crítica: Frontera Verde

A Amazônia é um dos maiores tesouros do planeta, mas sofre constantes agressões, além do desmatamento. Uma agressão simbólica a qual teve de se sujeitar foi ser a sede da nova minissérie da Netflix, Frontera Verde, produção colombiana com mais furos que queijo suíço e publicidade totalmente equivocada.

Helena Poveda (Juana del Río) é uma agente da polícia de Bogotá que é enviada para a fronteira Brasil-Colômbia, onde nasceu, com o objetivo de investigar quatro feminicídios ocorridos na floresta. Ao longo da jornada e do “safari”, ela descobre vários segredos relacionados a misticismo e suas origens. É uma sinopse cativante e com potencial, mas pode ser facilmente arruinada por propagandas malfeitas, escolhas questionáveis dos personagens e um roteiro fulêro e mal construído. Uma pena, pois a série tem sim seus pontos positivos.

O principal ponto positivo é, com certeza, a fotografia. Quase toda imagem transmitida mostrava a beleza natural da Amazônia. Outra coisa que me impediu de desistir foram as atuações de Juana del Rio (Helena) e Nelson Camayo (Reynaldo, parceiro da detetive), entregando as performances mais competentes do elenco, com uma química crível. Infelizmente, o mar de rosas constituído por esses dois fatores secou aqui, porque o resto da minissérie decepciona.

A história não linear é muito mal executada, provocando inúmeras confusões, a trama indígena não é nem um pouco interessante e surge cada coisa aleatória que faz com que a história fique cada vez mais sem sentido. O pior de tudo é que, de acordo com a sinopse, Helena investiga quatro feminicídios, mas depois, parece que tacou o foda-se pra isso! Feminicídio é algo seríssimo, uma das maiores causas de morte no Brasil só esse ano e é absurdamente banalizado nessa situação. Como feminista de carteirinha, acho um ultraje a atitude tomada pela equipe tanto de produção como de publicidade, que entregou uma propagando com ênfase no crime, mas uma série com viés místico.

Foram os oito episódios mais difíceis de “maratonar”, com exceção do final escroto, e minha paciência diminuía exponencialmente até chegar a zero. Das séries em língua espanhola da Netflix que assisti, essa não conseguiu me impressionar positivamente, mas não chega a ser tão péssima quanto “Sempre Bruxa”. O caso de “Frontera Verde” é a triste “ideia superior à execução”. Não tenham expectativas altas.

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