Garimpo Netflix #33

Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.


A Netflix tem um catálogo vasto, com filmes dos mais variados tipos e para os mais diversos gostos. Eu só rogo a todos que fiquem longe das muitas comédias turcas que tem por lá. Sério mesmo. Fiquem longe. É coisa pra deixar no chinelo o Cinema Zorra Total nacional em termos de fumegância da merda.

Hoje as indicações são bem variadas, com um filme americano protagonizado por duas estrelas de Hollywood, um francês que é mais francês do que qualquer outro filme francês que você já tenha visto e um romance nacional nos moldes dos americanos, só que não.


– Ponte Aérea, de 2015, dirigido por Julia Rezende

Sabe aqueles filmes românticos americanos protagonizados sempre por gente com empregos legais como publicitário, artistas ou qualquer outra coisa assim, uma galera super conhecedora da cena indie, que ouve as melhores bandas e o caralho? Pois bem, Ponte Aérea é EXATAMENTE isso, mas é passado no Brasil e mostra o romance que surge entre o artista-va-ga-bun-do-maconhista e carioca Bruno (Caio Blat) e a publicitária-mulher-de-carreira e paulistana Amanda (Letícia Colin). Em que pese ser um filme que poderia ser mais curto e a dificuldade que é comprar a personagem da Letícia Colin com sua cara de quem tem 20 anos como diretora criativa de uma grande agência de publicidade (apesar de ela ser a melhor coisa do longa), Ponte Aérea é um filme que fala do amor, dos encontros e desencontros dos relacionamentos, tudo se valendo do Fla x Flu eterno entre Rio e São Paulo como pano de fundo e alegoria.

Bonito e bem atuado, apesar de ter um roteiro que cria situações mais ou menos e trata o Caio Blat como o maluco mais irresistível desse planeta, Ponte Aérea é daqueles filmes que te fazem ter alguma esperança nos relacionamentos, até o momento em que deixa de fazer. Um bom e ignorado filme nacional.

– Monsieur & Madame Adelman (Mr & Mme Adelman), de 2017, dirigido por Nicolas Bedos

Monsieur & Madame Adelman conta a história dos 45 anos de casamento de Sarah (Dora Tillier) e Victor (Nicolas Bedos, também diretor e roteirista do longa). Contado em flashback por Sarah, vamos pouco a pouco descobrindo a dinâmica deste casal no qual Sarah parecia sempre estar a sombra de Victor, um escritor de sucesso, passando por momentos de felicidade absoluta e crise avassaladora, tudo sempre entremeado por aquele senso de humor macabro e implacável inerente à filmografia francesa e ao francês em geral. Ah, e tem também o fato de que os dois são completamente despirocados.

Este é um dos melhores filmes lançados nos cinemas brasileiros em 2017 e arrisco dizer que um dos melhores do gênero disponível na Netflix. O casal de protagonistas tem uma química fascinante, o roteiro traz alguns dos mais mordazes, eloquentes e impiedosos diálogos sobre relacionamentos dos últimos tempos e o longa conta com uma trilha sonora primorosa. Imperdível!

– Dose Dupla (2 Guns), de 2013, dirigido por Baltasar Kormákur

O diretor islandês Baltasar Kormákur (ou Comecú como eu prefiro falar) começou sua carreira em Hollywood com este longa de ação estrelado por dois grandes nomes do cinema americano: Denzel Washington e Mark Wahlberg. O que temos aqui é um filme de ação/buddy cop bem tradicional em sua estrutura, com a diferença de que agora eles são na verdade dois oficiais da lei de diferentes agências disfarçados como ladrões de banco que acabam por roubar de um banco uma caralhada de dinheiro que pertencia a um agente corrupto da CIA e vão ter que juntos fazer uma quantidade assombrosa de merda até que consigam recuperar a grana para que nem eles e nem aqueles que eles amam morram. Ufa! Respira.

Apesar de ser o de sempre, é um de sempre muito bem feito, que se apoia pesadamente na dinâmica, química e carisma desses dois atores, acertando em cheio ao trazer um longa que entretém, diverte e surpreende.

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