Crítica: The I-Land
10 pessoas acordam numa ilha deserta e misteriosa sem lembrarem de nada de sua vida egressa, todas trajando as mesmas roupas, cada um com um item e cada um mais lindo do que o outro. Num casting que foi certamente feito levando em consideração o sex appeal dos atores, além do fator diversidade, temos várias pessoas jovens e sensuais de basicamente todas as etnias consideradas relevantes pros EUA. E, sim, se você está achando que essa trama está parecendo uma mistura de “Lost” com “De Férias com o Ex”, você achou certo.
The I-Land é uma tentativa clara de capitalizar em cima das viúvas de “Lost”, mas, por mais que todos tenhamos ficado meio chateados com o final de “Lost”, o que tivemos lá foram temporadas inteiras de roteiros excelentes, diálogos coerentes, direção firme e, principalmente, um desempenho estelar de todos os membros do elenco. em The I-Land, a impressão é que eles pegaram tudo que funcionou naquilo que tentam emular e fizeram o oposto. As atuações são terríveis, a direção é frouxa, a trama não faz sentido algum e os diálogos são invariavelmente falados por pessoas que discutem com o mesmo nível de maturidade dos meus sobrinhos de 7 e 5 anos.
É absolutamente trágico que alguém tenha lido isso tudo e falado “Ok, vamos jogar alguns milhões pra produzir isso daí.” Nenhum dos personagens é carismático, nenhuma situação parece remotamente compreensível, todo mundo age de forma completamente esquizofrênica, a trilha sonora parece que foi feita por um adolescente punheteiro em 1986 e, puta que o pariu, eu já falei que os diálogos são sofríveis?
O que temos aqui é uma série que começa bem mal nos seus dois primeiros episódios até que uma reviravolta acontece e o sujeito sendo torturado torce que tudo vai mudar, que dali pra frente tudo vai ser diferente. Ledo engano. O festival de bostejamento na tela só aumenta com a apresentação de um diretor de presídio que, apesar de fazer umas grosserias vagamente engraçadinhas, está lá só pra mostrar uma pretensa genialidade na tal reviravolta do roteiro.
Há uma tentativa muitíssimo mal-explorada de se criticar algumas questões referente a redenção e culpa dentro da sociedade em que vivemos (e mais não falo sobre isso para não dar spoilers), mas isso é explorado de forma muito, mas muito rasa, com a trama toda preferindo explorar o belíssimo e balangante par de tetas da protagonista que está sempre correndo de lá pra cá com uma camisetinha um tanto quanto reveladora.
A série só não é um desastre completo porque tem momentos que são cômicos tamanha a tosqueira deles, além também de ter uma premissa que é até interessante. Mas até uma Ferrari deixa de ser interessante se ela tiver batido num caminhão de esterco e ficado coberta dele. É preciso muito trabalho para limpar e polir aquilo tudo pra que se reconheça isso e eu confesso a vocês que não sei de onde me saiu a boa vontade suficiente para ter enxergado isso e dado meia claquete a mais do que seria a nossa nota mínima.
The I-Land é certamente uma das piores séries originais que a Netflix já fez. Sorte a sua que o MetaFictions existe pra chegar aqui e te tirar dessa roubada.
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